DO DESVIO AO DHARMA

DO DESVIO AO DHARMA

– Experiência pessoal de Dalton –

Me formei Eng. Civil no início de 1987 no sul de MG, em seguida fui trabalhar em São Sebastião, SP na frente de Ilha Bela. Fiquei marcando passo muito infeliz por lá 2 anos e meio. Me sentia triste, solitário, sem perspectiva, sem propósito e totalmente sem esperanças.

Uma noite eu falei para mim mesmo que não aguentava mais. Ajoelhei ao lado da cama em meu tapete de palha e mãos postas chorei e rezei como nunca fiz em toda minha vida. Fiquei mais de duas horas por ali concentrado em prantos e orações desesperadas. Depois muito cansado deitei-me e dormi. Noutro dia acordei diferente, renovado e esperançado. Cheguei a repetir a oração intensa na noite seguinte, mas notei que a mudança já havia ocorrido, as coisas já estavam diferentes, não sabia como nem por quê, nada! Trazia um enorme alívio no peito.

Bem, depois disso me veio motivação e coragem para mudança. Mudei-me para Cabo Frio, RJ e lá ainda tive que bater a cabeça alguns anos ainda na Engenharia onde nunca fui feliz. Tive que me frustrar de novo, acabei sem emprego e sem perspectiva de novo, caí numa séria depressão, até que conheci um grupo de meditação (fiz tal curso), me iniciei ali. Depois mudei de área profissional, fui para informática e depois ingressei num grupo de estudos da consciência.

Foram 2,5 anos em São Sebastião – SP e 5 anos em Cabo Frio – RJ, depois mudei-me para Foz do Iguaçu – PR, indo atrás de severos estudos da consciência e ainda tive que me frustrar de novo por mais sofridos 4 anos, até que me mudei para Curitiba – PR em 2000 deixando de verdade tudo para trás a começar de novo, do zero, mas agora junto com minha companheira.

Então tudo começou a dar certo. Sim, deu certo, e meu, digo nosso (meu e de Andréa) trabalho iniciou seguindo nossos corações a contento. Mas ainda não estou satisfeito, me sinto marcando passo, patinando, sinto que ainda preciso de mais mudanças, mudanças radicais. Ainda tenho alguns fardos de família e algo pessoal que pesa muito, me sinto carregando montanhas. Minha sorte é ter uma companheira cheia de energia positiva e otimismo.

Não foi fácil chegar até aqui. Não posso esquecer de agradecer algumas pessoas que me ajudaram nas mudanças desde Foz do Iguaçu, que são verdadeiros amparadores para mim: Wagner Borges e Ilza Andrade, quero apenas compartilhar (de verdade) minha experiência MUITO DOLORIDA que muito me sensibiliza neste momento que escrevo ao recordá-la. Mas sei que há muitas pessoas que sofreram e sofrem muito mais que eu, e são mais fortes e mais dignas do que eu.

Os caminhos podem ser muito mais longos ou tortuosos. Me sinto culpado e responsável pela incompletude de minha experiência. Não devemos terceirizar a autocura. Penso que esmoreci pelo caminho e preciso de um novo empurrão, um novo ponta-pé. As vezes a inércia consciencial nos pega e nos acomodamos e nossos sonhos estacionam ou até fracassam. As mudança tem que vir de dentro, depende apenas de nós, de nossa autoétiuca, autocompromisso, de nossa força de vontade. Creio que me faltar baixar mais a cabeça em dois sentidos: tanto o baixar a cabeça de humildade e aprender a levar as “normais” cacetadas dos colegas, quanto do baixe a cabeça e trabalhe, trabalhe e trabalhe.

Então estou procurando novos estímulos, motivações internas. É para mostrar que o caminho pode ser mais longo, mais difícil, mais tortuoso e que as pessoas não devem esperar milagres se não se comprometerem – deixo claro que compromisso não é fanatismo – digo compromisso com discernimento, com calma, com paciência, com serenidade e com simplicidade.

Então para terminar, eu desejo relatar minha experiência e tentar com isto ajudar algumas pessoas.
Deixo meu singelo abraço espiritual de luz aos colegas leitores.

Uma coisa que aprendi: o conhecimento sem a devida força de vontade e aplicação não vale nada, melhor dar um passo atrás, procurar equilibrar com caminho do coração e me introverter a própria insiginificância.

Eu sou Dalton Campos Roque dando a cara a tapas, sabendo que não sou nada.

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