verdade relativa x verdade absoluta

VERDADE ABSOLUTA X VERDADE RELATIVA

A autocorrupção que pode ostentar a “verdade relativa” é de que posso mudar de opinião a qualquer momento sem precisar me redimir de meus próprios erros.

Evidente que o ponto de vista consciencial se modifica, evolui, à medida que cresço espiritualmente, fazendo com que nós todos mudemos de opinião gradualmente com o tempo. É como eu reler um livro que li há 5 anos, soa como se eu lesse um livro novo. Levantamos novas críticas, vemos pontos mais e menos importantes que não havíamos percebido e por aí vai. Isto acontece em relação a tudo: as pessoas, as linhas de pensamento, as religiões, as doutrinas, as filosofias, as ciências, aos filmes, as posturas, etc. Quando crescemos passamos a enxergar as coisas por um prisma diferente, mais evoluído que o anterior. Até a “verdade absoluta” é relativa!

O interessante é que se eu teimar numa opinião contra o mundo todo, sob determinado ponto fundamentalista, e um dia melhorar meu ponto de vista, poderei dizer que estava com a verdade, mas que como ela “é relativa”, eu mudei de opinião.

Isto é válido sim, mas para modificações graduais, que miram no mesmo sentido, podendo sofrer pequenas variações em seu grau. Mas não me dá o direito de me contradizer totalmente me mantendo sempre dono da verdade, isto será mera autocorrupção. Ninguém detém o monopólio da verdade, seja ela relativa ou “absoluta”. São ideias boas que podem ser utilizadas como falácias.

Nestes casos tenho que assumir que minha interpretação estava errada, e não que a verdade é relativa, pois só demonstro que meu ego é absoluto. Até as boas ideias podem ser mal utilizadas!

A exlética[1] é a superação do método dialético – tese, antítese e síntese – “minha verdade é mais verdadeira que a sua”. – Temos que fazer a transdisciplinaridade adequada a cada um, a dialética privilegia o melhor argumento, na exlética não há contradição, mas complementaridade, portanto, mais evoluída. Além do mais o melhor argumento não funciona diante de quem tem mais potencial das energias bioconscienciais (bioenergias) e quase sempre a articulação e desempenho comunicativo, a retórica também contam nessa questão.

Se a ciência arroga para si a verdade absoluta, algumas linhas arrogam para si a verdade relativa inatingível, ou seja, uma falácia, para não dizer que possuem a verdade absoluta, declaram que sua verdade é a melhor, mais verdadeira, ou seja, “estou sempre na frente”, “sou superior”, “o melhor”, “de ponta”, embora minha verdade seja relativa, “eu a detenho na frente sempre, constantemente e ninguém me passa ou pode comigo”. Uma forma sutil de sedução umbilical.

O mínimo que uma linha de pensamento madura pode exercer é considerar que não é perfeita, que pode errar ou que não é dona de “verdades” diversas. Se o dogma diz “são os mistérios de Deus”, outros dogmas dizem “verdade relativa de ponta”, ambos sinônimos embasados no ego do infantilismo consciencial ([2]protoconhecimento).

É pertinente citar:

“Nenhuma teoria científica pode ser encarada como verdade definitiva.”

“As escolas científicas oligárquicas se assemelham às seitas religiosas.”

“O dogmatismo é sempre o principal responsável pela anemia científica.” [3]Waldo Vieira

 

Há uma religião que dizia que a TV era coisa do diabo e depois se tornou dona de um canal televisivo. Será que isto é um exemplo de “verdade relativa” também? Esta é uma expressão bem confortável para poder negar amanhã o que afirma e defende hoje. Parece comportamento de político.

E o que quer dizer “de ponta”? Este é um ponto de vista científico (aceito pelo meio acadêmico) ou apenas opinião pessoal ou de um grupo? Dogma.

Se as novas “…logias” são ciências/neociências, a Teosofia, a Gnose, a Rosacruz, a Antroposofia e o Espiritismo também são! Nenhuma é aceita pelo paradigma materialista vigente. E cada um dos grupos deve se considerar a melhor das linhas, a melhor opção.

Nem a homeopatia é aceita pelos mais radicais, apesar de bem conhecida, ainda não pode ser considerada ciência, apesar de sobreviver apenas em cima de seus resultados de sucesso inegáveis e contundentes.

Se por um lado existem os cientistas que cultivam o dogma do materialismo apaixonado, há os pseudocientistas intelectualóides, que cultivam os dogmas das neociências ou ditas ciências transcendentais ou ocultas.

 

A verdade sem humildade torna-se uma caricatura arrogante” – Mahatma Ghandi

 

Sugiro a expressão mais lúcida, holomadura, coerente e honesta de dizer NÃO-RELIGIOSO, NÃO-DOGMÁTICO, que busca um caminho de pesquisa racional desapaixonado e experimental, ou seja, caminho com intenção e tendências científicas. Esta abordagem é “miniaxiomática”, ou seja, suas experiências mesmo ainda restritas a um pequeno grupo são compartilhadas pelo mesmo sem cultivar dogmas primários.

Se mesmo no meio científico não há [4]consenso global, e este conhecimento é considerado “verdade” (axioma) por causa de uma maioria de cientistas e pesquisadores, ela é “maxiaxiomática”. Um exemplo simples disto: os sonhos, que não são comprovados por aparelhos e nem [5]testemunhos (apenas os seus sintomas, etc.), são “maxiaxiomáticos”, enquanto as projeções conscientes (experiências fora do corpo, OBE, etc.) são “miniaxiomáticas”.

Com este argumento óbvio e contundente, consegui realçar com expressões fortes, que há pequenas e grandes dissidências, pequenas e grandes concordâncias, que podem ser modificadas amanhã, confirmadas e complementadas, mas dificilmente renegadas na física, e mais comum em muitas teorias da medicina. As leis conscienciais e bioenergéticas (energias bioconscienciais) estão mais para a física que para a medicina.

Portanto, se ninguém pode chamar as linhas de pensamento, que citei antes de ciência (ou neociência), também não podem negar que caminham para tal. Podemos não possuir dogmas, mas temos crenças. Quem nunca teve uma projeção consciente, pode acreditar no autor de tal livro. Quem nunca encontrou um Serenão, pode acreditar na lógica do autor desta exposição, quem nunca percebeu um espírito (consciência extrafísica), pode acreditar em um médium que declara que o percebeu, e assim por diante.

Para quem tem mente e coração abertos, é fácil extrapolar uma curva de tendências, a calcular os rumos conscienciais que a sociedade tomará no futuro.

A arrogância de desejar negar a coisa do outro com certeza ou de afirmar que possui a “verdade” com convicção, só comprova uma mente dogmática, religiosa, apaixonada, radical, fundamentalista, imatura, mesmo sem rótulo religioso, com postura de intelectual submisso às próprias crenças, ou seja, hipóteses lógicas em que se acredita (crença).

Toda ciência em algum ponto e/ou momento crê numa ideia. De certa forma (não sei se felizmente ou infelizmente) somos crentes, no melhor sentido da expressão. Risos do autor.

[1] Exlética x Dialética – é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética significa “caminho entre as ideias”. A exlética é o método de educação do pensamento no paradigma da complexidade, ao passo que a dialética é o método no paradigma da simplicidade ou reducionista. A dialética se ampara na lógica clássica, do terceiro excluso, de pares de contraditórios mutuamente exclusivos: axioma da identidade: [A é A; axioma da não contradição]; [A não é – A; axioma do terceiro excluído]; e [A não é ao mesmo tempo A e não – A]. MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. 3. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2001. 177p.

[2] É uma forma de dizer que são muito atrasados.

[3] Livro 700 Experimentos da Conscienciologia, pg. 72, Editora IIPC, 1994.

[4] Livro O Universo numa casca de Noz – Stephen Hawking , Ed. ARX, 2002.

[5] Isto daria um debate exaustivo, filosófico e dispensável.

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