A Parapsicologia é uma ciência cuja definição exata é difícil, pois abrange eventos humanos que desafiam os cinco sentidos básicos e as leis conhecidas da física que explicam o espaço-tempo. Até a definição da Parapsicologia evolui.
Tradicionalmente, a Parapsicologia é definida como a disciplina científica que tem como objeto de estudo a possível interação extra-sensório-motora entre o ser humano e o meio, ou seja, a mente interferindo diretamente no meio sem o uso dos órgãos físicos e sensoriais.
Na Parapsicologia existe a Escola Fisicalista (procura explicar com base material os fatos PSI) e a Escola Mentalista (busca uma base não material para a mente e a natureza dos fenômenos). Há cientistas respeitáveis que entendem que o fenômeno PSI deve ser concebido como anômalo e não como paranormal, ou seja, num outro nível possível de interpretação.
Os fenômenos Psi podem ser classificados quanto ao tipo, em telepatia, quando a fonte e o receptor forem seres humanos e em clarividência, quando a fonte é o meio ambiente no momento presente.
Quanto ao tempo, esses fenômenos podem ser classificados em retrocognição, simulcognição e precognição, quando estiverem relacionados, respectivamente, ao passado, ao presente e ao futuro.
Os fenômenos psicocinéticos, identificados por PK (psychokinesis) são caracterizados pela ação sobre o meio ambiente. Quando esta ação for diretamente observável será dita macro-PK, e quando microscópica, micro-PK. A ação em organismos vivos é a bio-PK, como a cura, por exemplo.
A Parapsicologia é o estudo de fenômenos que sugerem que a dicotomia estrita entre objetivo / subjetivo pode ser, ao contrário, parte de um conjunto, com alguns fenômenos entremeando ocasionalmente o que é puramente subjetivo e o que é puramente objetivo.
Como exemplos de fenômenos parapsicológicos temos a psicocinese (PK) e os fenômenos sugestivos da sobrevivência após a morte, incluindo as experiências próximas da morte (EQM), as aparições e a reencarnação.
Muitos cientistas enveredam suas argumentações nesse sentido: não acreditam na veracidade de tais fatos, achando que tudo é fraude, enquanto poucos os averiguam com parcimônia e isenção. Muitas vezes o status quo que dá o título acadêmico, apenas encobre o “achismo” faccioso de quem fora, já foi lá dentro da academia, pesquisador e homem de ciência. Muitos desses são excelentes cobaias da mídia para negar ou confirmar as crenças de grupos de interesse.
Os inimigos da parapsicologia, no meu entender, podem dividir-se em dois tipos: (1) aqueles que negam que a evidência de psi é decisiva, e (2) aqueles que aceitam a realidade de psi e querem utilizá-la com fins práticos, com muito pouco interesse para nossa falta de entendimento científico.
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Pelo contrário, depois de quarenta anos de conversas com pessoas que vieram a mim assustadas ou molestadas por causa de suas próprias faculdades psíquicas, inclino-me a crer que o caso espontâneo de psi tem um lugar comum entre a gente menos crítica de nossa sociedade. Em consequência, suspeito que os cientistas que negam que o fenômeno psi contribua de forma significativa à sempre crescente brecha entre essa pequena minoria que crê que sua visão da realidade está baseada no racional e que uma vasta maioria de nossos cidadãos não podem distinguir entre o racional e o irracional e conhecem só a realidade da experiência.
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Os céticos propagaram diligentemente a noção de que os pesquisadores psíquicos acreditam em PES, PK, aparições e por aí afora, porque eles querem acreditar ou porque necessitam acreditar. Qualquer um que tenha estudado as Revistas e as Atas da Sociedade, ou que tenha estado presente, em seus encontros, poderá testemunhar que se trata de um equívoco absurdo. Muitos dos mais assíduos e capazes dentre os pesquisadores foram atraídos, a princípio; exatamente por sua descrença – digamos, por um desejo de expor um médium à fraude. E também deve-se lembrar que muitos, e possivelmente a maioria dos membros tiveram e ainda mantêm o desejo de sustentar que as manifestações ditas paranormais são naturais e podem ser explicadas cientificamente – embora se admita que não pelos estreitos cânones da ciência materialista, que, de qualquer modo, já se demonstraram falaciosos para os físicos nucleares. (MCCONNELL, 1992, p. 7-19)
Até os sentidos humanos evoluem. Antes acreditava-se que possuíamos cinco sentidos, mas já fala-se em mais. Grosso modo e de forma absolutamente concisa discorremos sobre os sentidos, não como citação, mas por minha própria observação e percepção:
Percepções biológicas inatas (clássicas):
- Percepção visual – A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual.
- Percepção auditiva – A audição é a percepção de sons pelos ouvidos.
- Percepção olfativa – O olfato é a percepção de odores pelo nariz.
- Percepção gustativa – O paladar é o sentido de sabores pela língua.
- Percepção tátil – O tato é sentido pela pele em todo o corpo e pelo interior da boca.
Percepções aprendidas:
- Propriocepção – é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.
- Percepção gravitacional – Também não possuímos um órgão específico para sentir a gravidade e, no entanto, sabemos quando estamos de lado, de cabeça para baixo e em outras posições relativas. Entra aqui a percepção da aceleração e desaceleração do corpo.
- Percepção Hidrostática e Barométrica – podemos sentir a pressão da água, seja numa piscina ou num mergulho profundo repleto de equipamentos. Podemos sentir a pressão do ar maior ou menor, inclusive sentindo falta de ar e pressão nos ouvidos conforme a altitude em que estivermos muito além da sensação térmica e tátil.
- Percepção térmica – percebemos o frio ou calor dos ambientes.
Percepções construídas:
- Percepção temporal – Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. O tempo é uma forma de medição.
- Percepção espacial – Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas as distâncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objetos.
Cabe aqui outra hipótese bastante simples. Se acreditávamos que o ser humano possuía apenas cinco sentidos físicos e agora de forma tão óbvia podemos perceber facilmente (pela teoria deste autor) outros sentidos físicos que não percebemos antes, imagine os sentidos “não-físicos” ou sentidos PSI? A imaginação é uma das filhas da ciência e a negação é a mãe da ignorância.
Essas experiências, vivências e contextos complexos humanos, por desafiarem o espaço-tempo conhecidos tornam-se excessivamente complexos, fazendo eclodir em nossas mentes dúvidas, incertezas, perspectivas e possibilidades literalmente infinitas, trazendo um desconforto acadêmico e revelando preconceitos e posturas sociais, grupais e pessoais em vários âmbitos. Esta perspectiva realça apenas um leque de possibilidades (hipóteses e evidências) diante do que designa-se paradigma.
Por tudo isto, devemos pensar que cada paradigma sucessor contém seu anterior. Ou seja, todo paradigma “atual” estará contido em seu posterior, aperfeiçoado e complementando aquele. É como uma bolha dentro de outra. Por isso, é impossível “perfurar” ou transcender a bolha mais externa, sem antes transcender ou superar a mais interna. Uma reflexão nesse nível nos levará a uma tomada de consciência que poderá nos readequar numa vida de mais qualidade.
As pesquisas PSI que caminham no fio da navalha entre o fogo e a frigideira são meramente observadas por dois grupos básicos: “os contra” e “os a favor”. Os céticos (são os contras) e os “místicos” (os a favor), há exceções. Os pesquisadores pró-PSI e os contra-PSI, preocupados em no fundo apenas comprovar, defender seus pontos de vista acima de qualquer busca científica verdadeira, isenta, impessoal. Há bastante exceções.
O problema é quando a ideologia leva à distorção e manipulação de dados e a defender interpretações que violam as limitações do método utilizado. O que para um é uma ideologia razoável, para outro pode ser fanatismo ou falta de treinamento científico. (Alvarado, 1991, p. 14)
É verdade que há algo de megalomaníaco em supor que a metodologia possa assumir tão elevada posição, mas não consigo vislumbrar um caminho intermediário entre o recuo a uma das formas de naturalismo a que acabo de fazer menção e uma operação de altíssimo risco. (Freitas, 2004, p. 91)
Todos com seus justos argumentos, sejam os científicos e os não-científicos. Afinal quem tem razão muito acima da lei social local e contextual: os pró-aborto ou os contra aborto? Os pró-eutanásia ou os contra eutanásia? Os pró pena de morte ou os contra pena de morte? Há países onde o homem pode ter quatro mulheres, isto é correto? Embriões não fecundados podem ser destruídos? Alguns casos entre centenas, apenas como exemplo.
Afinal, se eu não conseguir dar um “passo acima” e tentar integrar de alguma forma as posições antagônicas numa nova perspectiva de realidade não vou evoluir de paradigma.
É por isso que eu digo, com a máxima confiança, que Deus pode modificar seu cérebro. E não importa se você é cristão ou judeu, muçulmano ou hinduísta, agnóstico ou ateu. Em meu outro livro Why God Won´t Go Away, demonstrei que o cérebro humano é construído exclusivamente para perceber e gerar realidades espirituais. Contudo, não existe nenhum modo de averiguar a precisão de tais percepções. Em vez disso, nosso cérebro usa a lógica, a razão, a intuição, a imaginação e a emoção para integrar Deus e o Universo em um complexo sistema de valores, comportamentos e convicções pessoais. (NEWBERG, 2009, p.14)
Penso que existem duas forças humanas, uma intrínseca e outra extrínseca. A intrínseca é a necessidade de fazermos parte de um grupo e tentarmos nos adequar ao consenso médio do mesmo. É a socialização a convivialidade. A extrínseca são as pressões externas do grupo de nos adequarmos a seus preceitos que podem facilmente ser uma lavagem cerebral sutil ou uma imposição grosseira.
Na psicologia, o estudo da lavagem cerebral, geralmente referido como reforma do pensamento, caiu na esfera da influência social. A influência social acontece a cada minuto todos os dias. É o conjunto das maneiras nas quais as pessoas podem mudar atitudes, crenças e comportamentos de outras pessoas. O método de submissão pretende produzir mudanças no comportamento da pessoa não se preocupando com suas atitudes ou crenças. Essa abordagem induz ao “Apenas Faça”. O método da persuasão, ao contrário, pretende mudar a atitude e induz ao “Faça porque isso vai fazer você se sentir bem/feliz/saudável/bem-sucedido”. Por último, o método de educação (chamado de “método de propaganda” quando não se acredita no que está sendo ensinado) está no topo da influência social e tenta afetar uma mudança nas crenças da pessoa, induzindo a ações do tipo “Faça porque você sabe que é a coisa certa a ser feita”. A lavagem cerebral é uma forma séria de influência social que combina todas as abordagens para causar mudanças no modo de pensar de alguém sem que a pessoa consinta. (LAYTON, 2010)
No mínimo, ressaltamos a necessidade básica e óbvia, que deve-se formar grupos de qualidade formadores de opinião a semear novas ideias a fim de reperspectivar o paradigma aos poucos e sem traumas.
Há também, os interesses egoístas e manipuladores da outra minoria abastada, que sabe, conhece e entende o sistema e o paradigma, mas não possui interesse em reciclá-lo, aliás, muito pelo contrário, em mantê-lo o máximo possível num esquema infinito de consumismo, marketing e manipulação, “compre para ser feliz”, instigando prazer e afastando a felicidade, duas coisas extremamente distintas. Um exemplo disso é tratar das doenças ao invés de cuidar da saúde.
O comportamento mediano consensual é imposto pelas máquinas de poder, tanto governamentais, quanto privadas, que para o “crescimento” da nação ou para ser “feliz, chique e moderno” tem que gastar de um jeito, ou pagar de outro e consumir tal coisa, pois o íntimo, a essência não desperta interesse. Assim, melhor é manter as massas na ignorância e sem educação, criando sistemas politiqueiros de esmola e manipulação.
Não podemos ter medo do empirismo, da subjetividade, da emoção, dos sentimentos e da intuição, senão mesmo da “razão lógica” que observa os fatos e analisa, não nos livros, monografias, teses ou estatísticas robustas, mas o óbvio, claro e simples a nossa volta, sem medo de assumir os fatos.
A maior parte das nossas decisões é tomada inicialmente em razão do que sentimos ou acreditamos. (BAKER, 2005, p.13)
Sejam as religiões, as ciências, as neo/paraciências, as filosofias, o pragmatismo, o ceticismo e vários sistemas de negação, não importa, são apenas ferramentas que utilizamos para lidar e relacionar com o mundo, cada qual crendo que existe uma verdade objetiva, externa e última. Todos flutuam sobre um princípio subjacente de organização. (ROQUE, 2008, p. 53)
Separar pela diferença é retroagir ainda mais o paradigma cartesiano, é voltar aos feudos. Penso que integrar valorizando as diferenças é o caminho. Então por que os grupos “não materialistas” ressaltam tanto as diferenças para tentar valorizar sua pretensa superioridade? Por que as pessoas e grupos são tão intolerantes com alguém que não pensa como eles? Ou pior, que não pensa exatamente como eles!
O “todo” é maior que a “soma das partes”, o “todo” é mais importante que o isolamento das religiões, instituições e das investigações. E a parte que se sente maior que a soma das partes e maior que o todo é naturalmente distorcida e patológica.
A ciência rompeu com a alma e com Deus, assim rompeu com a ética, com a moral e com o sagrado no sentido mais ético (cosmoético?) da expressão. Não no sentido de religião, filosofia ou doutrina, que costumam ser mais competitivas, capitalistas e “marketeiras” que o próprio capitalismo em si, mas do comportamento natural fisiologicamente espiritual e intrínseco que podemos rebatizar de consciencial.
Durante a Idade Média, o homem era amparado por referências coletivas como a família, o povo e, principalmente, a religião. Esta detinha o poder de decisão sobre as ações humanas; por isso, ao mesmo tempo que amparava o homem, também o constrangia, retirando-lhe a capacidade de construir suas próprias referências internas.
Com o Renascimento surgem novas formas de vida, ocasionando uma crise social que culmina com a contestação das velhas tradições e o rompimento da ciência com a religião. O homem descobre que é capaz de decidir por si, sente-se livre e coloca-se na posição de centro do Universo, buscando objetividade nas suas experiências. O mundo deixa de ser sagrado para tornar-se num objeto de uso para o próprio homem, embora a crença em Deus permanecesse. O trabalho intelectual, neste período, torna-se mais intenso e individualizado; e a religiosidade, uma decisão íntima. A esta individualização do homem, Figueiredo (1997) chama de experiência da subjetividade privatizada.
Esta mesma experiência sofre uma crise no século XIX. O homem percebe que existe um regime disciplinar disfarçado, presente em todas as esferas da vida, facilmente observado nas instituições governamentais, nas relações trabalhistas e familiares. Os interesses particulares no comércio acabam por desencadear crises e guerras. Surge a necessidade de obter-se o domínio sobre a subjetividade do homem. Estava assim preparado o campo para uma nova ciência independente, a Psicologia; necessária para uma busca de conhecimento e controle desta subjetividade. Como consequência desta transição, o cientista contemporâneo não é somente pesquisador como era na modernidade, mas é também objeto de estudo da ciência. (PRIMON, 2010, p. 36)

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes, sendo 5 sobre informática, uma sobre autopublicação, humor, música, o resto sobre sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
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Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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Sou Dalton Campos Roque, um autor singular no cenário contemporâneo da literatura espiritualista brasileira. Com uma produção prolífica e refinada, reúno mais de três dezenas de obras publicadas de maneira completamente independente, sem recorrer a editoras comerciais, demonstrando domínio integral sobre todos os processos editoriais: da escrita à diagramação, da capa à ficha catalográfica, do ISBN ao marketing. Cada título que crio carrega a marca da minha autenticidade, dedicação e compromisso com a elevação consciencial do leitor.
Sou engenheiro de formação e escritor por vocação, e transito com maestria entre o rigor técnico e a liberdade poética da alma. Meu estilo é direto, sem rodeios, porém profundo, articulando com clareza conceitos complexos de espiritualidade, filosofia, física teórica e consciência, sempre com viés universalista e linguagem acessível, sem ceder à superficialidade ou ao sensacionalismo.
Dotado de sólida bagagem espiritualista e parapsíquica, vivenciei intensamente os bastidores da mediunidade, da apometria, da bioenergia, da projeção da consciência e da cosmoética, tornando-me uma referência singular no que denomino paradigma consciencial. Meus textos, ainda que muitas vezes escritos em tom de crônica, conto ou sátira, jamais se afastam de uma ética elevada, de uma busca sincera pela verdade e de uma missão clara: esclarecer, despertar e provocar a reflexão interior.