Outro dia desses eu enjoado dos movimentos polarizados (sem discernimento) do Brasil – 2015 enviei um pequeno texto, me referindo ao “panelaço”, mas o questionamento não é apenas a lucidez do movimento, mas o discernimento e a responsabilidade da finalidade dele, afinal, considero uma coisa boa qualquer movimento de base, qualquer mobilização popular.
Já desde os tempos de faculdade de Engenharia em Alfenas, no Sul de MG -1982/86 – eu já era ativista político. Em 1985 fui convidado a ser o Diretor Jornalístico do Diretório Acadêmico pelo candidato do mesmo a Presidente, que ajudei na campanha a eleger, embora ainda muito imaturo naquela época.
A questão é que acredito nos movimentos que focam nos resultados e não nos meios (ferramentas). Mas antes de entrar no mérito objetivo da questão, vamos falar sobre os movimentos de consciência e ao fim convergi-lo para os movimentos políticos legítimos.
Todos conhecem a história que Jesus era um político. Arjuna (discípulo de Krishna no épico Mahabarata – épico clássico da Índia) não teve chance de exercer a política, ele teve que ser guerreiro no sentido literal da expressão. Krishna (Avatar do mesmo nível de Jesus), seu mentor guiou a carruagem em que foram juntos erguer o arco e flecha para matar, vide Bhagavad Gita. (Diálogo no Mahabarata em 2:24 minutos – https://www.youtube.com/watch?v=CSOCI0rwav8 ).
Buda era o mais “humano” doas Avatares e lutou principalmente contra si mesmo, contra os apegos e os egos, para mim foi a batalha mais brava, difícil e feroz de todas – esta que o brasileiro precisa enfrentar para vencer a corrupção dentro de si mesmo e não fora.
Vejam que cada um, em seu contexto sócio-consciencial enfrentou uma tarefa hercúlea diferente. Krishna se referiu não apenas a uma guerra “externa”, se referia também ao Dharma, a missão do “guerreiro” – a missão interna de ética que o brasileiro precisa parar de terceirizar e enfrentar em si mesmo.
Buda, Sidarta Gautama, enfrentou a “guerra” interna. Mas o mais revolucionário de todos foi Jesus! O mais corajoso e o mais perseguido, que deu a “cara” e o “lombo” a tapas. Ele enfrentou diretamente o poder político e militar de sua época, num período de ditadura e corrupção. Jesus era contra a ditadura!
Um movimento de consciência deve ser integral, sistêmico, holístico. Somos um complexo sinérgico bio-psico-sócio-consciencial. A meu ver a imaturidade das pessoas não permite que suas referências evolutivas próximas – esses colegas que possuem algum trabalho consciencial e estão aí no Youtube e com seus sites – manifestem suas opiniões políticas, pois o público logo se sente agredido por diferença de opinião e gera repulsa. Uma opinião política não deve ser partidária, ela deve ser isenta, sem clubismos, sem bairrismos, sem revanchismos. Ela deve ter um ponto de vista mais macro social (visão de conjunto) e não uma visão setorizada como cada eleitor ou cada partido e ideologia se manifesta.
Esses espiritualistas e espíritas acabam se acovardando e não manifestando opinião nenhuma, preocupados com a imagem. Realmente, diante de um público imaturo, irão “queimar” sua imagem, porém, Jesus queimou sua imagem e a sua vida!
Quando penso num movimento de consciência integral a primeira coisa que me ocorre é a educação – sou professor há uns 25 anos. Educar para informar e depois criar valores humanos. Como educar sem entrar em política? Político não quer educar, querem manipular e manter a ignorância. A Filosofia questiona tudo, porque ela não entraria em aspectos da política e da política em função da ética?
É extremamente importante sair as ruas e fazer passeatas, carreatas e greves! É extremamente importante o povo se unir e mostrar sua força e meter medo nos corruptos, sem escolher o “menos corrupto”, sem apoiar o “rouba mas faz”.
Mas exigir honestidade “dos outros” sem exercer a sua própria não tem cabimento. É uma falta primária de conhecimento das leis dos semelhantes e das leis do carma.
O brasileiro é corrupto e desonesto em generalidade esmagadora! E nenhum movimento de base também não irá adiantar nada se não começarmos a enfrentar a “guerra interna” que Buda nos ensinou: matar o ego e os desejos! Desenvolver a ética e a cosmoética.
Não me venha com desculpas, justificativas e autocorrupções! Não estou falando para ser “santo” e meditar 2 horas por dia, ser perfeito, flutuar nas nuvens, sei que você não aguenta e nem eu (embora eu já tenha praticado isto)!
Então como funciona a didática do Dalton? Eu espeto o calo das pessoas! Eu desperto adrenalina delas! Eu queimo minha imagem, gero a antipatia delas e quito meus carmas negativos! Eu manifesto minha franca opinião, e nela claro, minhas virtudes e defeitos, mas isto é outra coisa.
O que quero concluir é que não adianta nenhum movimento popular, por maior e mais agressivo (ou não) que seja, ele é mero paliativo de terceirizar a auto ética de um povo que não deseja efetuar em sua vida uma evolução consciencial: ética, moral, cosmoética, princípios, valores humanos, educação, etc.
Por outro lado, se cada “formiguinha” brasileira fizer sua parte, por reverberação pensênica (leis dos semelhantes e o eco bioenergético), irá ecoar em toda nação, as energias e os campos psíquicos de ética, honestidade e respeito irão influenciar cada vez mais a nossa volta. Então depois sim, vamos sair as ruas com base moral para pedirmos o que temos direito e eles – os líderes – a obrigação de conceder!
Você exige ética de seu pai, mãe, professor, diretor, referência, presidente do Centro Espírita, Mentor Espiritual, patrão, do mecânico que conserta seu carro, do médico que atende sua família, do Advogado, do funcionário, para não ser enganado, correto?
Então que tal, sermos éticos em termos de consciência e não apenas dentro da família e do local de trabalho! Comece devagar, sem “mágicas” ou “milagres” e vá fazendo a reforma íntima, a tal reforma interior que Buda, Jesus, Krishna e Kardec nos ensinaram. Deixe de ser um bairrista burro, que trabalha contra si mesmo!
Vamos pensar na sociedade como um todo. Uma visão ecológica, sustentável, equilibrada, sem privilegiar alguns setores, talvez sim, privilegiar os que estão mais abaixo na pirâmide das necessidades, os mais pobres, para que as caridades humilhantes e as esmolas doutrinárias passem a ser desnecessárias.
Então precisamos sim de fazer o “panelaço” da ética, do amor, da paz e do perdão!
Porque movimentos de raiva e ódio eu não participo e ainda condeno.
Fiquem na paz e discernimento dos Avatares que Ramatís e Jesus mandam um beijo para vocês,
Dalton Campos Roque. www.consciencial.org
NOTA: Procure na internet sobre o Mahabarata e conheça a história de Krishna.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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Dalton, parabéns por apresentar uma visão diferente em relação à reforma íntima neste artigo. Li seu livro Apometria Universal, que nos traz uma verdadeira aula sobre muitos aspectos importantes envolvendo espiritualidade, ciências e a vida em si mesma e, percebi que pelo menos nesta obra você se colocou um pouco avesso a relacionar o Evangelho e Jesus Cristo com a reforma íntima, o que não aconteceu neste texto, mesmo que tenha sido colocado de forma sutil. Acredito que todos nós temos nossas limitações, uns mais que outros, e por vezes é importante termos alguma referência para nos guiar, necessidade esta que pode ser atendida de forma primária através da leitura do Evangelho, principalmente se for uma leitura respaldada por explicações tal como no Evangelho segundo o Espiritismo. Até coloco isto, me referenciando ao livro Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz por Chico Xavier, onde Asclépios, ser em estado evolutivo superior, utiliza-se do próprio Evangelho para responder aos questionamentos da platéia.
Frenchi, você tem razão! Seu ponto de vista está correto, mas há pessoas experientes fanatizadas por esse ponto de vista como se fosse a única salvação. O teor do Evangelho é moral, mas outros conhecimentos, culturas e livros sagrados (e até livros técnicos), também possuem a mesma moral, apenas expressadas por uma cultura e modo de escrever diferente. Eu vejo isso como um exclusivismo doutrinário, algo como, “só o evangelho salva”, compreende? No entanto, como você bem disse, e concordo, para quem é mais simples e está começando é uma referência muito sadia e legal. Obrigado por seu comentário!!!