OCIDENTE – A CULTURA QUE NEGLIGENCIA A DOR DA MORTE

OCIDENTE – A CULTURA QUE NEGLIGENCIA A DOR DA MORTE

Em nossa cultura a morte é tabu, assim como o sexo e até pior que isto. Talvez nem seja só do ocidente, mas é como vou me referir, pois a cultura do oriente, me parece, que historicamente é mais voltada para a devoção e ao conhecimento do fato da reencarnação, algo que está mudando e já mudou muito no século XXI por causa da globalização, da comunicação e comércio on-line em todo mundo.

Aliás, há quem diga que não há “globalização”, mas uma “americanização”, em função da cópia e desejo de adquirir e vender a cultura americana – EUA – para / pelo mundo todo, cultura materialista, diga-se de passagem. Em parte, concordo com tal definição.

Nós temos a TANATOFOBIA e a TANOTOLOGIA. A TANATOFOBIA é o medo da morte, já tenho um excelente e pequeno artigo aqui discorrendo sobre isto, não vou repetir e aconselho a ler, pois eu estava muito inspiradinho neste dia.

Já a TANOTOLOGIA é o estudo da morte, algo bem diferente. Mas a tanatologia estuda a morte do ponto de vista clínico e psicológico e não considera o espiritual / consciencial e muito menos o processo reencarnatório. Ou seja, a grosso modo, a tanotologia é materialista, cética e 3D.

Peço que perdoem as pequenas citações que vou postar a seguir sem citar as fontes intencionalmente, pois são de sites da internet, já são consenso geral, os trechos são muito pequenos, e existe uma infinidade deles.

** Início das citações **

Fonte (1)

Concretamente, a tanatologia foca na qualidade de vida do doente terminal e promove os direitos de uma morte digna. A tanatologia aborda várias vertentes, por exemplo, apesar de a doença ser um processo físico, a realidade é que também existe um lado emocional por detrás de um diagnóstico médico doloroso.

Fonte (2)

Segundo Kübler-Ross (1992) um paciente em estágio terminal e seus familiares podem passar por cinco fases no processo do morrer:

Negação: ajuda a aliviar o impacto da notícia… Raiva: o paciente já assimilou seu diagnóstico… Negociação: tentativa de negociar o prazo de sua morte… Depressão: aceita o fim próximo… Aceitação: a pessoa espera a evolução natural de sua doença…

** Fim dasa citações **

É um problema inter e multidisciplinar estudar, entender e vivenciar o Espiritualismo Universalista, (do qual trato este artigo) a fim de ter uma visão de conjunto, integrada, pois nos remete ao estudo de história e geografia mundial. Cultura esta, que confesso não tenho muito, mas ainda consigo reunir dados suficientes para uma interpretação e dedução corretas ou aproximadas.

Claro, já não chega o fardo da cultura cristã – que pelo meu ponto de vista tem mais pontos negativos que positivos – que incita a culpa, ao medo, a subserviência, a baixa auto-estima e a insegurança com suas ideias de pecado, etc – até o conceito de carma por aqui vem com uma carga densa de pecado.

Mas para entender isto que digo é preciso ter uma visão do passado (história), é uma questão meramente política que a Igreja Católica feudal usou como instrumento de manipulação e perdura até hoje e isto é inceitável. É um absurdo IMORAL dizer que a pessoa já nasce com pecado, o tal pecado original. O mínimo que posso interpretar isto é dizer que todos nós, neste planeta, nesta fase, nesta era, nascemos ainda com carma negativo[1] para quitar. Aí sim, faz bastante sentido.

Leia um pouco mais sobre carma aqui – Estudos de Caso

Leia sobre uma rápida visão geral do carma aqui

Mas as interpretaçõe bíblicas são extremamente distorcidas e facciosas, justamente com a intenção de manter o crente / fiel subserviente e nas mãos de uma instituição que lhe pede dinheiro para que possa orientá-lo ao “caminho de Deus”. E quem orienta a instituição / Igreja / religião ao caminho de Deus? Porque só ela sabe e pode se conectar a Deus e você não?

O motivo é interesseiro, egoísta, materialista e capitalista e não tem nada de espiritual ou a ver com Deus. E claro, a morte, a dor da perda tem tudo a ver com esse processo, com essa cultura patológica, com essas crenças infelizes e subservientes.

A cultura materialista falida está em tudo que nos cerca: nos livros, no teatro, nos filmes, no trabalho, em tudo! Estou cansado de ver esses filmes, principalmente americanos (EUA) que um casal perde um filho e sente desgraçado para sempre. Também quando em um casal um dos cônjuges morre o outro também fica como coitadinho a vida inteira.

E a maioria das pessoas na América do Sul acredita em Deus e está inserido em tal cultura falida cristã, e ainda, boa parte, e cada vez mais, acredita em reencarnação. Mas não se livra dessa carga cristã pesada, densa e negativa que virou arquétipo (bolha energética psíquica cultural gravitante em certo meio predisposto que a criou, e tal energia viaja e invade como um campo morfogenético).

Todo mundo quer ir para o “céu”, mas ninguém quer morrer, todo mundo quer que seus amados vão para o “céu”, mas não aceitam quendo ele(s) vão para o “céu”. E afinal, todo mundo quando morre vira, como mágica, uma pessoa boa, um coitado, alguém que merece o “céu”.

Veja bem, não julgo ninguém, e escrevo este texto para ajudar, para tentar aliviar a dor da perda, para consolar e informar, através do amor. Me dói muito quanto vejo o sofrimento das pessoas e não sou um teórico. Já perdi meu irmão mais novo que eu (1,5 ano mais jovem), já perdi minha mãe e meu pai (2018) já com 85 está nas últimas. Já estou preparado e em todas as vezes lidei muito bem com a situação.

O que se espera da vida? Resposta: a morte!

E porque não nos preparamos para ela? Resposta: por burrice cristã e preguiça mental materialista!

E o que devemos fazer então? Resposta: quebrar os tabus, conversar sobre morte, sobre perda, sobre dor até se estafar. Criar uma cultura de berço que trata a morte como algo natural e sadio, algo como uma transformação, algo que é PERDA e sempre será, mas com menos dor, com a cultura de uma saudade sadia, um cultuar da pessoa que foi sadio.

E nos ajudarmos uns aos outros, pois sempre vai doer, mas podemos estar preparados psicológicamente e assim doer muito menos. Quanto dos leitores acham mórbido conversar sobre morte? Você tem medo de conversar sobre morte?

Para mim o que faz doer mais é a cultura da negligência que ignora e empurra com a barriga em vez de concersar com filhos, pais, irmãos e netos sobre a morte. Nem é questão de religião.

Continue com a sua religião, vivencie-a com amor e serenidade e adeque-a a questão da morte naturalmente. Efetue todos os cultos e rituais que acha necessário, mas que NÃO sejam vazios.

Eu imploro que os rituais que você pratica e ama, sejam feitos do fundo do coração e preencham com amor a sua dor, o que não terá efeito se não tomar consciência que vida e morte são a mesma coisa, as duas faces da mesma moeda. E é algo natural. Acho que ao fim de cada vida, mesmo que seja a morte de um bebê, deveríamos sentir uma gratidão, pois nos foi concedido uma experi~encia consciencial, uma aprendiza, uma convivência humana de uma consciência com a outra consciência que foi-se. Entede? É coisa do amor!

Não importa se você é cristão, budista, espírita, católico ou ateu, você tem que criar uma bagagem, um conteúdo que explique, dentro de seus padrões e cultura, a questão da vida e morte a seus filhos e parentes, principalmente se você costuma ser aquele epicentro que sempre dá uma força legal as pessoas na hora de uma perda.

Não falo e nem faço preoselitismo, quero uma humanidade melhor, mais digna, mais feliz, sem essa porcaria de culpa e pecado. Sem esses mitos e tabus: morte, sexualidade, prostituição. Não incite culpa e medo em seus filhos e netos.

Não espero que os mais velhos absorvam esta ideia de meu texto, não há mais jeito, estão por demais condicionados, mas os mais jovens podem aproveitar e terem uma vida de mais qualidade, com mais autoconfiança e prazer, sem medos e culpas, sem aceitarem lavagem cerebral, sem aceitarem intermediários que os salvem, que os levem a Deus, pois seja qual for o deus que você louva, se Ele não for de amor e não te passar uma confiança absoluta de paz em vida e de paz em morte, então Ele não é Deus. E não falo de crenças cegas e estúpidas, falo de sentimentos limpos, claros, leves, autênticos, genuínos, naturais, espontâneos que são legitimanete seus e ninguém os colocou aí dentro, porque já nasceram contigo, e por isso, se preferir, nem precisa de religião ou instituição nenhuma.

 

[1] Relativo a débito, o lado ruim, sofrível colhido da ação de outrora nessa e em vidas (encarnações) anteriores.

4 comentários em “OCIDENTE – A CULTURA QUE NEGLIGENCIA A DOR DA MORTE”

  1. Na condição de vegetariana há quarenta anos e vegana há seis, o que me chamou a atenção foi o título da matéria sobre “negligenciar a dor da morte”. E foi inevitável a correlação com o descaso aplicado à dor dos animais, considerados inferiores, aqueles que estão “longe dos olhos, por isso longe do coração” também, que não matamos com as próprias mãos, porque somos “bons”, mas financiamos a morte deles no Matadouro, sob a pseuda, arcaica, primitiva e retrógrada afirmação de que precisamos da carne dos animais para viver. Não precisamos não e já era para se ter descoberto isso, se não fossemos tão acomodados, preguiçosos e negligentes quando se trata de sentir a dor do outro, mesmo sendo um animal. Cães e gatos são geralmente paparicados, endeusados e mimados, porque o nosso amor é preconceituoso e despreza os outros, bois, vacas, patos, perus, coelhos, galinhas e porcos, que sentem a mesma dor, porque são seres sencientes. Plantas não sentem dor quando morrem porque não possuem sistema nervoso central, embora estejam vivas por isso veganos preferem arrancar um pé de alface do que torcer o pescoço de uma galinha. Negligenciamos a morte de alguns, comendo pedaços dos cadáveres deles, como se isso fosse imprescindível mas nos horroriza saber que em onze países do mundo ainda se consome carne de cães e gatos, achando muito normal, proteico, nutritivo e saboroso tudo isso. Felizmente o mundo se torna vegano, antes tarde do que nunca.

    1. Olá Sandra, obrigado por dedicar seu tempo para demonstrar todo seu amor aos animais. Eu, quando escrevi o texto realmente não pensei em seu ponto de vista. Mas sou muito flexível e tento entender sempre a ótica particular de cada pessoa que se manifesta. Assim, respeito ateus, veganos e quem come carne também. A questão que me dedico é, na medida do meu possível, uma visão mais ampla. Eu não gosto de visões muito pontuais, que são levadas ao extremo e esquecem-se de outras, as vezes mais importantes. Então, eu sou a favor do vegetarianismo sim, mas o verdadeiro amor é uma capacidade incondicional de perdoar. Perdoar aqueles que nos ofenderam, nos magoaram, nos roubaram, nos humilharam, isso sim é amor. Não adianta ser um vegano / vegetariano que defende sua cultura com unhas e dentes, mas é incapaz de ser gentil, de perdoar, etc, etc, e não estou atribuindo a você, ok? Apenas explicando minha visão geral. Parar de matar animais é um de muitos passos que temos (eu me incluo em tudo) que dar para evoluir para esse amor. E uma dessas facetas de amor é compreender quem ainda não chegou em nosso nível consciencial, perdoá-los fazendo um campanha gentil a favor daquilo que escolhemos priorizar nossa evolução: a favor dos animais, ações contra o aborto, etc. Eu aceito você, eu compreendo você, peço gentilmente que aceite minha posição. Paz e luz, Dalton

  2. Perfeito, eu é que me desculpo em nome de alguns veganos, entre os quais me incluo, que não perdem a oportunidade, sempre que ela acontece, de falar pelos animais que não falam, e a matéria em questão me pareceu oportuna já que se refere ao fato de se negligenciar a dor da morte. Compreendemos e respeitamos os variados pontos de vista mas impossível seria, por exemplo, ficarmos impassíveis, equilibrados e serenos diante da crueldade contra inocentes, sejam eles crianças, idosos ou animais. Se o nosso cão e gato estivesse em perigo de vida, sendo atacado por outro animal ou malfeitor, muito difícil seria conservar a paz interior, vendo-o ser morto diante de nós. Todos os veganos que conheço ainda não são anjos mas são pessoas sensíveis, amorosas, gentis e, “a caminho de boas” mas, certamente, qualquer uma delas se revolta diante das atrocidades contra os animais, estes seres da Criação tão desejosos de viver, quanto qualquer um de nós. Se alguma coisa nos diferencia entre veganos e carnívoros, é esta empatia com o outro, sabe, sentir a dor dele, não importa tenha quatro patas ou duas pernas, sofrer o que ele sofre e tudo fazer para diminuir essa dor ou eliminá-la, a fim de não sermos negligentes com a morte deles. Há algumas décadas sou “Kardecista com ressalvas” após observar que renomados espíritas discursam sobre Animais, nossos Irmãos, tendo almoçado eles, antes. A morte é dor em qualquer senciente e negligenciá-la, não parece legal nem cristão. Se consideramos prioridade, a vida, impossível não admitir que TODOS têm direito a ela, ainda que tenham nascido animais, desta vez.

    1. Sandra, em parte você tem razão, mas todos temos nossas incoerências de alma e de comportamento. Pecamos quando focamos apenas num ponto e julgamos os outros sem nos incluirmos. Um come carne e consegue perdoar e ajudar crianças, o outro não ajuda crianças, mas não come carne e ajuda aos animais, o outro faz assim e o outro assado, acho que todos estamos a caminho, todos somos imperfeitos, todos somos um pouco incoerentes, entende? Eu não consigo focar mais num ponto. Se você conviver comigo irá descobrir várias incoerências, mas eu também irei descobrir as suas, claro, válido para todos, todos. Eu já fui uma pessoa mais intransigente, hoje tento ser mais flexível, tento focar a parte boa das pessoas. E digo tento, porque tento, mas não consigo plenamente. Então, não sou melhor que você, não mesmo, tenho incoerências diferentes de você, e você tem bondades lindas diferentes das minhas. paz e Luz, Dalton

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