Por Dalton Campos Roque – @Consciencial – Consciencial.Org
Ao longo dos anos, percebo que uma das características mais marcantes dos textos que publico — seja em meus livros, artigos ou nas redes do projeto Consciencial — é a crítica. E sim, é verdade: sou crítico. Mas é preciso compreender o tipo de crítica que faço — e por quê.
Não critico por vaidade intelectual, não critico por azedume emocional, nem para alimentar algum tipo de frustração ou soberba espiritualista. O que faço — e faço com clareza — é uma crítica construtiva e cosmoética. Crítica que visa expandir, não esmagar. Que visa iluminar, não humilhar. Que visa sacudir a consciência, não afagá-la com panos quentes.
Minha crítica é um instrumento de lucidez. Um método de varrer a casa interna e expor as rachaduras dos muros ilusórios que muitos erguem em nome da religião, do misticismo ou da “espiritualidade de palco”.
A herança da crítica cosmoética
Meu principal mentor espiritual, Ramatís, é conhecido por esse mesmo tom: crítico, direto, firme — e ao mesmo tempo profundamente amoroso e libertador. Sua egrégora, através de diversos médiuns sérios, como Wagner Borges, Márcio Godinho, Marcus Cesar Ferreira e outros que também estimo, sempre prezou pela verdade consciencial, mesmo que isso signifique desagradar ou desconstruir dogmas.
Ramatís nunca se calou diante da hipocrisia dos rótulos religiosos. Nunca amenizou suas mensagens para parecer “bonzinho”. Ele não veio agradar o ego — veio despertar consciências. E é nesse mesmo espírito que atuo, como médium, escritor e projetor consciente. Não estou aqui para dizer ao leitor o que ele quer ouvir, mas o que talvez ele precise refletir.
A crítica que incomoda… porque cura
Sim, muitos se incomodam. Porque é mais confortável repetir frases feitas do que mergulhar no abismo do autoconhecimento. Porque dói admitir que se acreditou em ilusões reconfortantes. Porque é mais fácil seguir doutrinas prontas do que investigar a própria consciência.
Mas não há despertar sem desconforto. Não há reforma íntima sem fricção interna. A crítica cosmoética é um bisturi — não uma espada. Ela não destrói, ela remove o que está necrosado. Ela não fere, ela opera.
Criticar, para mim, é um ato de amor responsável. Amor que se recusa a ser conivente com a ignorância. Amor que valoriza demais a alma alheia para enganá-la com palavras doces e vazias. Amor que prefere ser mal compreendido agora, a ver alguém iludido por toda uma vida.
O papel da consciência lúcida
No paradigma consciencial, que une ciência, espiritualidade e ética cósmica, a crítica lúcida é parte do processo evolutivo. Questionar é sadio. Refutar é necessário. Rever crenças, hábitos, métodos e posturas é o caminho natural da expansão de consciência.
Portanto, não me calarei diante da superficialidade travestida de espiritualidade. Nem da mediocridade autoindulgente dos “mestres de Instagram” que falam de iluminação enquanto vivem em escuridão emocional. Nem das seitas que aprisionam almas em nome de uma verdade que se diz absoluta.
Critico, sim. Mas critico com amor, com propósito e com ética cósmica. E quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça além do tom — e capte a intenção.
Porque eu acredito, sinceramente, que só há uma crítica que vale a pena: aquela que aponta o erro para gerar liberdade — não culpa. Que denuncia a incoerência para promover discernimento — não superioridade. Que desmascara a ilusão para revelar o real — não para impor verdades.
Então,
Se você se sente tocado por essas palavras, ótimo. Se se sente incomodado, melhor ainda. Porque talvez isso indique que a consciência está se movendo. E movimento é vida. Estagnação é ego.
Por isso, sim, sou crítico — com razão, por missão e com cosmoética. E continuarei sendo. Porque a verdadeira espiritualidade, como dizia Buda, não é sobre agradar aos outros. É sobre libertar-se de si mesmo.
Dalton Campos Roque – @Consciencial – Consciencial.Org

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente saudade de seu planeta em Sírius B e espera com ansiedade o “resgate” pelo planeta Chupão. Brinca: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes — cinco sobre informática, uma sobre autopublicação e o restante sobre espiritualidade e consciência, sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia.
Como costuma dizer: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
E um lembrete: todo texto, crítica ou alerta que escreve serve, antes de tudo, para ele mesmo.
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