A-FÉ-E-A-CARIDADE-NÃO-SÃO-SUFICIENTES

A FÉ E A CARIDADE NÃO SÃO SUFICIENTES

Precisamos antes analisar a visão popular da fé e da caridade. Vamos iniciar com a fé.

Segundo a Wikipédia, que é um excelente termômetro do ponto de vista popular:

Fé (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão. A fé acompanha absoluta abstinência de dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e da lógica conceitual. Ou seja, é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. A expressão se relaciona semanticamente com os verbos crer, acreditar, confiar e apostar, embora estes três últimos não necessariamente exprimam o sentimento de fé, posto que podem embutir dúvida parcial como reconhecimento de um possível engano. A relação da fé com os outros verbos, consiste em nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor, por uma hipótese a qual se acredita, ou confia, ou aposta ser verdade.

Portanto, se uma pessoa acredita, confia ou aposta em algo, não significa necessariamente que ela tenha fé. Diante dessas considerações, embora não se observe oposição entre crença e racionalidade, como muitos parecem pensar, deve-se atentar para o fato de que tal oposição é real no caso da fé, principalmente no que diz respeito às suas implicações no processo de aquisição de conhecimento, que pode ser resumida à oposição direta à dúvida e ao importante papel que essa última desempenha na aprendizagem. É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, um paradigma popular social e historicamente instituído, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Tal sentimento não se sustenta em evidências, provas ou entendimento racional (ainda que este último critério seja amplamente discutido dentro da epistemologia e possa se refletir em sofismas ou falácias que o justifiquem de modo ilusório) e, portanto, alegações baseadas em fé não são reconhecidas pela comunidade científica como parâmetro legítimo de reconhecimento ou avaliação da verdade de um postulado.

É geralmente associada a experiências pessoais e herança cultural podendo ser compartilhada com outros através de relatos, principalmente (mas não exclusivamente) no contexto religioso, e usada frequentemente como justificativa para a própria crença em que se tem fé, o que caracteriza raciocínio circular. A fé se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais (tais como reconforto em momentos de aflição desprovidos de sinais de futura melhora, relacionando-se com esperança) e a motivos considerados moralmente nobres ou estritamente pessoais e egoístas. Pode estar direcionada a alguma razão específica (que a justifique) ou mesmo existir sem razão definida. E, como mencionado anteriormente, também não carece absolutamente de qualquer tipo de argumento racional.

Ainda é possível encontrar na internet outras opiniões populares. Segundo o site www.significados.com.br/fe:

Fé é uma palavra que significa “confiança”, “crença”, “credibilidade”. A fé é um sentimento de total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.

Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. Em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos, ter fé significa ter esperança de algo vai mudar de forma positiva, para melhor.

De acordo com a etimologia, a palavra fé tem origem no Grego “pistia” que indica a noção de acreditar e no Latim “fides”, que remete para uma atitude de fidelidade.

E segundo o site religioso http://www.gotquestions.org/Portugues/Biblia-fe.html:

Hebreus 11:1 nos diz que a fé é “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” Talvez nenhum outro componente da vida cristã seja mais importante do que a fé. Não podemos comprá-la, vendê-la ou dá-la aos nossos amigos. Então, o que é a fé e qual é o seu papel na vida cristã? O dicionário define a fé como “crença, devoção ou confiança em alguém ou alguma coisa, especialmente sem prova lógica.” Ele também define a fé como “crença e devoção a Deus.” A Bíblia tem muito mais a dizer sobre a fé e sua grande importância. Na verdade, ela é tão importante que sem fé não temos lugar com Deus, e é impossível agradá-lo (Hebreus 11:6). A fé é a crença no único e verdadeiro Deus, sem realmente vê-Lo.

A FÉ

Então, por minha própria opinião, vivência pessoal, percepção, sentimentos, intuição e parapercepções a fé é mesmo algo um pouco vago. Sugere um leque de conceitos convergentes ou divergentes conforme religião, linha de pensamento, opção evolutiva ou opinião pessoal que a analisa.

E algumas pessoas ainda criam distinção onde outras usam como sinônimos: fé, crença, convicção íntima, vivência pessoal, experiência pessoal, etc.

Ainda definem basicamente em dois tipos: fé racional e fé irracional.

Para mim a fé é algo que se aproxima disso:

  • É algo natural do ser e não pode ser imposta de fora para dentro. Ela nasce dentro e se extrapola para fora;
  • Tem uma parcela de racional, lógica e de irracional, ilógica relativos e misturados em cada ser que a vivencia em proporção a seu discernimento consciencial e nível de consciência;
  • A fé evolui, cresce, amplia-se com as percepções, parapercepções, intuição, parapsiquismo, intelectualidade, racionalidade e paradigmas humanos, ou seja, não é estática e absoluta, é relativa, crescente, expandida e dinâmica;
  • A fé não basta para modificar, melhorar, aperfeiçoar e burilar o caráter, a moral, a virtude, a ética e a cosmoética humanas, até pelo contrário, pode ser um argumento fundamentalista;
  • A fé é um sentimento, algo de foro íntimo e todos a possuem em algum nível, intensidade ou condição, e mesmo assim, ela pode ser anestesiada e negada;
  • A fé é uma condição fisiológica da vida, independe da vontade racional, intelectual e cognitiva e não precisa de crenças, doutrinas ou religiões, ela é uma percepção cósmica, um sentimento inerente, único, em essência incognoscível.
  • Enfim, a fé é um meio e não um fim, é uma ferramenta – o cinzel e não a escultura ou obra do escultor, é um recurso motivador evolutivo distorcido pelas religiões e doutrinas manipuladoras para controlar seus rebanhos.

Conforme eu já escrevi no artigo O RACIONAL, O IRRACIONAL E O TRANSRACIONAL – https://consciencial.org/ciencia-espiritualidade/o-irracional-o-racional-e-o-transracional/ – o “racional” não é sempre melhor e mais evoluído que o “irracional”, e isto depende dos conceitos e definições humanas.

 

A CARIDADE

A caridade pode ser dividida em duas categorias: a que consola (tarefa da consolação ou caridade material) e a que instrui e ensina (tarefa do esclarecimento ou caridade educativa). Estas duas vertentes se multiplicam em todas as demais que possam existir na humanidade.

Ainda citam a “caridade moral” como sendo tratar a outrem com perdão e benevolência e meu foco é justamente este no presente texto.

A caridade moral se mistura com a tarefa do esclarecimento ou caridade educativa, pois para ensinar, educar, evangelizar, doutrinar, esclarecer, o agente tem que ser antes um exemplo, ou seja, estar praticando o que ensina dentro de sua mente e coração. Isto não é moralismo piegas, é decorrente de uma lei energética ou leis dos semelhantes e explicarei mais a frente.

 

Nestes artigos A IMPORTÂNCIA DO ESCLARECIMENTO – https://consciencial.org/apometria-espiritismo/importancia-esclarecimento/ – eu discorro mais profundamente sobre este ponto exato, e se estiver mesmo com vontade de aprender veja este outro:

ASSISTENCIALIDADE x ASSISTENCIALISMOhttps://consciencial.org/mensagens-reflexoes/amor-e-assistencialialidade/ –  por favor leia tudo.

A caridade segundo o Livro dos Espíritos em – http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/135.pdf:

Capítulo DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE

CARIDADE E AMOR DO PRÓXIMO

Questão 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível

e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.

Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

***

Uma vez bem entendidos o presente texto e os dois outros sugeridos nos links acima, podemos prosseguir com mais objetividade.

Qual o objetivo máximo e último da caridade para você?

E evolução consciencial (espiritual) não é intima e intransferível?

Poderei evoluir apenas fazendo a caridade e mantendo meus defeitos, egos e vícios?

Eu deixo você à vontade para responder por sua própria conta e risco, mas eu tenho a minha opinião, que modesta, é apenas minha.

 

CONCLUSÃO

Vejo a caridade também como uma ferramenta, como um meio para se buscar um fim. A caridade deve ser praticada para nos melhorarmos intimamente, para nos ajudar na reforma íntima, para nos iluminar consciencialmente.

Até porque indo mais fundo no entendimento do processo há a caridade que se faz “fora” e a caridade que se faz “dentro”. Sim, uma é para os outros e se não nos transformar não valerá muito. Ela tem o seu valor com certeza, mas não será o máximo.

A caridade moral obriga o agente interessado em se modificar por dentro, pois nada mais difícil que lidar com as pessoas, isto é algo que exige virtude, então a caridade moral é um excelente jeito de praticar a reforma íntima. Acaba que vai ajudando “por fora” e “arrumando a casa por dentro”. O agente caridoso serve aos corações das pessoas de forma afetuosa, perdoadora e amável, enquanto treina seu ego arredio “a força” a aprender a ser perdoador, paciente, afetuoso e amável.

O máximo só poderá ser atingido quando for efetuada a caridade “dentro”, ou seja, dentro do próprio coração que é aprendendo a amar, aprendendo a aprender, aprendo a perdoar, aprendendo a não se magoar, aprendendo a transcender, aprendendo a superar… e com estas autotransformações, mudar não apenas algumas pessoas, mas atuar de forma energética / bioenergética / pensênica no mundo todo. Inclusive a imagem do tema deste artigo retrata exatamente isto.

Sim, por reverberação vibracional e energética (ressonância) quem se melhora por dentro – reforma íntima – acaba melhorando os outros por consequência por causa de suas energias que percorrem o espaço em todo o planeta.

E você sabe que é mais fácil construir obras faraônicas do que abrir mão de um sentimento negativo como o rancor, a mágoa e perdoar, certo? Assim, as vezes a caridade e a fé são meras fugas para podermos fugirmos de nós mesmos e da intransferível autotransformação e auto aperfeiçoamento obrigatórios frente as leis da evolução consciencial.

Dessa forma, saiba que a maior caridade a fazer no mundo, a melhor, a maior, a que dá maior e mais velocidade evolutiva é a reforma interior, a reciclagem intraconsciencial mais conhecidas como reforma íntima.

Se você acha que este texto pode auxiliar alguém espiritualmente compartilhe e divulgue, obrigado!

Ah, deixe seu comentário, isso pode me ajudar a criar outros conteúdos.
E vote nas estrelinhas bem ao fim.

1 comentário em “A FÉ E A CARIDADE NÃO SÃO SUFICIENTES”

  1. Sonia de Almeida

    Gostei muito do seu artigo. Também penso dessa forma e tento essa difícil transformação interior para poder contribuir com a minha ínfima parcela no processo de transformação planetária. O exemplo que passamos para as pessoas com quem convivemos e a energia gerada pelos nossos pensamentos, emoções e atitudes no bem podem, sem dúvida, melhorar o ambiente planetário, num “efeito borboleta”.

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