O-QUE-É-GURULATRIA,-GURUCENTRISMO-E-LIDERANÇA-ESPIRITUALISTA distorções espiritualistas

RECICLANDO A OBRA DISTORÇÕES ESPIRITUALISTAS – UM NOVO OLHAR SOBRE VELHAS DISTORÇÕES (INCLUSIVE DO AUTOR – RISOS)

Eu tenho um compromisso com a qualidade. Não admito que minhas obras na Amazon recebam uma nota inferior a 4 estrelas (na avaliação de 1 a 5). Pois bem, *Distorções Espiritualistas*, lançada em 2012, estava com uma nota de 3,8. Sim, eu vi, refleti e decidi: era hora de reciclar.

Esta obra nasceu de um apanhado de distorções que observei ao longo dos anos nos meios espiritualistas, anotando, refletindo e compilando. No entanto, havia um problema: eu sempre tive uma facilidade natural para fazer **sínteses**, e isso, paradoxalmente, virou um desafio. Sem perceber, escrevi tantos resumos curtos que o leitor ficava sem o contexto necessário para compreender o que eu queria expressar.

Quando reli o livro em 2025, a sensação foi… digamos… mista. **Ri de minha ingenuidade**, mas reconheci a sinceridade e a boa intenção daquele *Dalton* de 2012. O que vi foi um autor jovem, mas com muito a dizer. Porém, agora, com o olhar mais maduro do presente, percebi a diferença: mais clareza, mais maturidade, mais profundidade.

Então, decidi **reciclar a obra**, mantendo sua essência, mas enriquecendo seu conteúdo. O que antes eram tópicos resumidos — quase como “enigmas” espirituais (sim, eu mesmo ri dessa tentativa de ser sintético demais!) — agora ganham explicações mais amplas, didáticas e profundas. É a mesma obra, mas com um novo espírito.

Confesso: estou me surpreendendo com o resultado. Estou orgulhoso da forma como os conceitos estão mais claros, mais explicados, mais vivos. Ainda não decidi se mudarei a capa, mas, com certeza, o conteúdo já renasceu.

Para dar um gostinho dessa reciclagem, compartilho aqui um exemplo. O *Tópico 80*, que antes tinha menos de 10 linhas e deixava mais dúvidas do que respostas, agora foi totalmente revisado. Vejam a diferença:
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**Tópico 80 – Eles são os dissidentes**
(*página 267, nova edição de Distorções Espiritualistas*)

80. Eles são os dissidentes – o indivíduo e o pensamento de grupo

Quando alguém abandona um grupo religioso, filosófico ou espiritualista, surge quase sempre o mesmo discurso, ajustado à linguagem daquele meio:

• Ao sair de uma religião neopentecostal: “Perdeu a salvação.”
• Ao deixar um grupo budista: “Foi o ego que o afastou.”
• Ao abandonar o espiritismo: “Os obsessores o desviaram do caminho.”
• Ao largar a conscienciologia: “Perdeu sua programação existencial.”
• Ao sair da teosofia: “Os magos negros o capturaram.”
• Em qualquer outro grupo: “O karma vai pegá-lo.”

Cada linha evolutiva possui sua justificativa própria para deslegitimar a decisão daquele que partiu. Esse padrão se repete porque não é apenas uma questão de doutrina, mas de psicologia de grupo e instinto tribal.

O dissidente, aquele que decide seguir outro caminho, é automaticamente rotulado como um “desviado”, “traidor” ou alguém que “não estava preparado”. Raramente se considera que ele possa estar exercendo seu livre-arbítrio ou agindo com base em seu discernimento.

A mentalidade de grupo: entre pertencimento e controle

Para entender esse comportamento, precisamos compreender a diferença entre pensamento individual e pensamento de grupo:

• Pensamento individual: é fruto da reflexão pessoal, da experiência íntima, da crítica interna e da liberdade de escolha. O indivíduo pondera, questiona, aceita ou rejeita conceitos de acordo com sua consciência.
• Pensamento de grupo: é um fenômeno coletivo em que os membros tendem a adotar, muitas vezes de forma inconsciente, as crenças, valores e comportamentos predominantes do grupo. Esse processo é reforçado por sentimentos de pertencimento, lealdade e medo de exclusão.

Dentro do pensamento de grupo, a dissidência é vista como uma ameaça à coesão. Por isso, o dissidente costuma ser atacado ou desqualificado. É mais fácil dizer que “ele se perdeu” do que admitir que sua saída pode ter razões legítimas.

O mito do dissidente: quem realmente saiu do caminho?

Chamar alguém de “dissidente” é muitas vezes uma expressão de arrogância grupal, uma forma de afirmar:
“Nós somos o centro, eles são a periferia. Nós somos a verdade, eles se desviaram.”

Mas e se o contrário for verdadeiro?

E se o grupo é que se perdeu em seu orgulho, em sua rigidez ou em seu fanatismo?

E se quem partiu apenas seguiu seu caminho evolutivo natural, em busca de experiências mais coerentes com sua essência?

É preciso lembrar que dissidência não é sinônimo de erro, mas muitas vezes de coragem, liberdade e autenticidade.
O ciclo psicológico da exclusão do dissidente

Quando alguém sai de um grupo, o processo coletivo costuma seguir um ciclo típico:

1. Surpresa: “Como ele pôde nos deixar?”
2. Justificação: “Certamente ele está influenciado por forças negativas.”
3. Desqualificação: “Ele nunca foi realmente um de nós.”
4. Esquecimento: O grupo o apaga da memória coletiva, como se nunca tivesse feito parte.

Esses mecanismos não são exclusivos do meio espiritualista. Eles aparecem em partidos políticos, movimentos ideológicos, clubes sociais, empresas e até em famílias. Fazem parte da psicologia social, do impulso de defesa do grupo diante da divergência.

O perigo do pensamento coletivo rígido

Quando um grupo rotula qualquer saída como “desvio” e qualquer questionamento como “heresias”, ele está se fechando ao crescimento. As grandes evoluções do pensamento humano vieram de dissidentes, de pessoas que ousaram desafiar o consenso.

• Sócrates foi condenado por questionar os valores de Atenas.
• Giordano Bruno foi queimado por propor ideias cosmológicas avançadas.
• Allan Kardec enfrentou o catolicismo ao propor uma nova visão sobre a espiritualidade.
Waldo Vieira rompeu com o Espiritismo ao propor o paradigma consciencial.

Todos foram dissidentes, e exatamente por isso contribuíram para a evolução do conhecimento.

A dissidência como exercício do livre-arbítrio

A verdadeira prova da maturidade consciencial de um grupo é sua capacidade de lidar com a dissidência:

• Aceitar que alguém siga seu próprio caminho, mesmo que seja diferente.
• Compreender que o crescimento é pessoal e que cada ser tem seu tempo e sua trajetória.
• Respeitar o livre-arbítrio como princípio cosmoético fundamental.

Se um grupo perde alguém e, ao invés de refletir, apenas acusa e desqualifica, ele está demonstrando seu próprio baixo nível evolutivo. É fácil manter a “fraternidade” enquanto todos concordam. Difícil é exercê-la quando surgem diferenças e caminhos divergentes.

Conclusão: Dissidência não é traição

Dissidência é, em muitos casos, evolução. Não existe crescimento sem questionamento, e não existe liberdade sem o direito de partir.

Ao rotular alguém como dissidente, talvez o grupo esteja, na verdade, revelando seu próprio medo da liberdade.

E, ironicamente, quem acusa o outro de “ter se desviado” talvez seja quem realmente parou de caminhar.

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E então, o que achou? Eu espero que esta versão renovada traga mais valor, mais entendimento e, claro, uma nota à altura da evolução que essa obra e seu autor passaram ao longo desses anos.

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