(Um manifesto consciencial)
Às portas do espelho interior,
onde ecoam os ecos do ego em fuga,
ergue-se o altar das leis inexoráveis:
ferida sagrada que sangra verdades.
Não venho mendigar absolvições,
trago nas mãos calejadas a moeda do resgate –
cada pecúlio de dor convertido em serviço,
cada instante roubado, devolvido em juros de luz.
A consciência não dança ao ritmo dos relógios:
tece sua tapeçaria no tear do eterno.
Minhas horas-vivas, outrora moídas em insensatez,
agora fermentam como pão para os famintos de ser.
Sorriam à vontade, ó cómodos da normose!
Enquanto vos banquetais com anestesias douradas,
teço minha armadura de cicatrizes alquímicas –
dor e serviço, dois mestres de uma mesma escola.
Sou o devedor que transformou dívidas em pontes,
o ladrão de honras feito jardineiro de dignidades.
Não busco perdão, mas a matemática sagrada:
restituir com juros cósmicos cada átomo subtraído.
Meu caminho? Uma procissão de grilhões transformados em grilos
cantando madrigais ao amanhecer consciencial.
Nas calçadas da eternidade, arrasto meu manto de estrelas –
mendigo do karma, banqueiro de epifanias.
(E neste exílio voluntário, secretamente agradeço:
o bom humor foi minha bússola nos desertos da mente,
farolete que impediu o naufrágio total
nesse mar de paradoxos que habitamos.)
Aos que tropeçam na mesma escuridão, deixo como legado:
minhas lágrimas cristalizadas em manuais de sobrevivência,
meus erros transmutados em mapas estelares.
Tudo aprendido na Universidade das Quedas.
Sou Dalton Campos Roque:
Arquiteto de arrependimentos transformados em catedrais,
Corredor noturno que transforma prejuízos em propulsionadores.
Encontra-me no cruzamento onde o temporal encontra o eterno,
na esquina que liga a culpa à graça,
onde até as pedras do caminho sussurram:
“Servir é o amor traduzido em verbo ativo”.
Que nossas feridas sejam livros abertos para os sedentos,
nossas cicatrizes, estradas para os peregrinos.
Na economia divina, até um copo d’água oferecido
composta juros cósmicos impensáveis.
Consciencial.org – @Consciencial
Onde o despertar se veste de poesia

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente saudade de seu planeta em Sírius B e espera com ansiedade o “resgate” pelo planeta Chupão. Brinca: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes — cinco sobre informática, uma sobre autopublicação e o restante sobre espiritualidade e consciência, sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia.
Como costuma dizer: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
E um lembrete: todo texto, crítica ou alerta que escreve serve, antes de tudo, para ele mesmo.
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
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