Livro Contos que curam a Alma - Dalton Campos Roque consciencial

CONTOS QUE CURAM

Livro Contos que curam a Alma - Dalton C Roque - ConsciencialExtratos da obra Contos que curam a Alma, de Dalton Campos Roque.


O remédio de dentro

Josie é uma linda menina de 16 anos. Nascida em família de classe média, num bairro simples de uma cidade grande. Ia muito bem nos estudos e se dava bem com a família que incluía um irmão mais novo. O pai era um pouco distante, muito ligado ao trabalho e a sua roda de amigos, mas bom provedor, e Josie era bem ligada à sua mãe.

Se enturmava naturalmente na escola, claro, havia brigas, tinha os amigos e tinha os que a odiavam também, afinal, as pessoas não têm mais necessidade de esconderem o ódio que está se tornando socialmente aceitável nessa humanidade tão rudimentar.

Mas existe amor também e é o que cura todas as mazelas da alma.

[…]

Um dia, uma ponta de tristeza inadvertida eclodiu no peito de Josie, em um frio domingo de chuva, durante a leitura de um romance em seu pequeno quarto, ela olhou a janela com os vidros molhados e a chuva a cair, enquanto uma lágrima solitária escorria no canto de seu lindo olho, seguido de um pequeno aperto no peito e um longo suspiro relaxante e assim o domingo acabou.

[…]

Nas semanas seguintes este estado de humor começou a oscilar, quando menos Josie esperava. Sua mãe começou a notar, mas não se manifestou, não achou que poderia ser algo sério, talvez fosse coisa de namoradinhos na escola que qualquer adolescente vivencia e se entristece de vez em quando.

[…]

Quando Josie completou 20 anos e entrou para o primeiro ano da faculdade, mergulhou numa crise profunda, passou um final de semana inteiro sem sair da cama e sem comer. Fazia uma força imensa para ir às aulas e não conversava com ninguém. Sempre de olhos baixos e aura depressiva, começou a usar apenas roupas pretas ou escuras que refletiam seu estado íntimo.

[…]


O cético

Pedro era um engenheiro muito inteligente, pragmático e racional. Seu bom senso objetivo e de atitudes concretas definia seu perfil. Tudo para ele tinha que ter um porquê bem palpável, bem explicado. Não acreditava em Deus e nem em coisas espiritualistas ou metafísicas.

 

Sempre de bom humor com tiradas espirituosas gostava de contar piadas e ironizar as crenças e a metafísica alheia, que para ele não passava de irracional. Sempre dizia que tudo tinha uma explicação lógica, concreta e científica. O negócio do Pedro era concreto armado, madeiras, projetos, aço e planilhas bem calculadas.

Seu amigo Domingos era espiritualista universalista, mas apesar das diferenças se davam muito bem. Domingos também era engenheiro e trabalhava na mesma firma.

Um ficava ironizando o outro, como se diz na gíria, “sacaneando” o outro.

Pedro falava para Domingos:

_Tudo tem peso, volume, cor e pode ser medido ou pesado…

Domingos respondia:

_O materialismo está acabando por falta de matéria, me explique as medidas do amor, da amizade, do afeto…

Havia muito boas tiradas e argumentos dos dois lados, a base de Pedro era a ciência e a base de Domingos era a consciência.

Pedro dizia:

_Todo universo surgiu por acidente, coisas aleatórias acontecem…

Domingo retrucava:

_Então qual a fórmula da função aleatória?

Pedro:

_Não existe nada além da matéria, prove-me que o espírito e a consciência existem…

Domingos:

_Toda matéria é energia condensada, prove-me cientificamente que a matéria é a última e única realidade.

[…]

Na vida, nos deparamos com várias histórias. O viver de um afeta o viver do outro e passamos pela existência nos encontros entre dores e sabores. As tragédias humanas nos fazem refletir, nem que seja por breves momentos, sobre o tear da vida construída pelos infinitos fios que nos ligam.

Mesmo com tantos sofrimentos que assolam a humanidade, desses mesmos dissabores nascem flores que guardam o segredo da poesia que vem nos alegrar e lembrar que que não podemos desistir da luz que nos habita.

Essa luz, por vezes obscurecida pelas mazelas cotidianas, continua ali esperando ser vista para se manifestar.

Esse livro traz pequenas histórias em forma de conto e talvez você se identifique com uma delas. Se houver identificação, aproveite os momentos de reflexão no final de cada episódio para fazer um mergulho em si mesmo(a).


São curtos, porém cheios de ensinamentos.

São leves, porém profundos.

São simples e ao mesmo tempo complexos.

Contos que curam a alma, pequenas realidades para nos lembrar que a vida tem seus encantos, pois cada um em seu espaço sagrado e com suas ações, dá vida ao universo.

Honre a vida, é o seu bem maior!

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