PREFÁCIO PARA O LIVRO WALDO VIEIRA O HOMEM ATRÁS DO MITO

VIVÊNCIA DE DALTON C ROQUE NA CONSCIENCIOLOGIA

Por Dalton Campos Roque – 09/06/2021 – prefácio do livro WALDO VIEIRA, O HOME POR TRÁS DO MITO, escrito por Dalton Campos Roque.

Conheci Waldo Vieira no Rio de Janeiro, bairro Glória, em meados de 1991/92, e fui voluntário do IIP, IIPC e CEAEC, respectivamente, inclusive em Foz do Iguaçu, PR. Nunca me indispus com ninguém por lá, com rusgas ou competições quaisquer, e saí andando digno pela porta da frente, quando abandonei, por opção, o movimento ao constatar que o ambiente já não estava de acordo com os meus valores cosmoéticos.

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Aquela foi uma época de ouro em minha vida (no Rio de Janeiro). Sempre tive tendências técnicas, parapsíquicas e de pesquisa, e não tinha onde ir ou com quem conversar. Empolgado, entrei de cabeça. Comprei todas as obras e as devorei de capa a capa. Me inscrevi em todos os cursos e imersões e me entreguei de corpo e alma. Fui o aluno que mais fez perguntas nos cursos e imersões. Foi o IIP que me incentivou a escrever e a descobrir minha programação existencial.

Embora discreto, sempre fui observador, astuto e com alto nível de crítica e questionamento. Muitos voluntários, desde sempre se comportavam como membros de uma religião ou seita sem perceberem, era algo automático e não faziam por mal, era mais por ingenuidade. Mas me parece que o líder principal não se importava.

A mitificação a figura de Waldo Vieira não parava de crescer e nunca compactuei com isso, ele para mim, era apenas um “irmão mais velho”, uma “alma mais treinada”.

Todo mito vira religião, doutrina ou seita, é um automatismo do inconsciente grupal que se forma em derredor do mesmo. Constatamos isso na mitificação de Chico Xavier pelos espíritas, em Helena Blavatsky pelos teosofistas, em Samael Aum Weor nos Gnósticos, em Jesus pelos cristãos e mais algumas centenas de nomes que não param de crescer. Eles são apenas irmãos mais “velhos” e alguns nem tão “velhos” assim. Perdoadas as limitações da história e das biografias, cada líder possuía e possui seu cabedal de limitações conscienciais humanos. Para mim algo natural que não irá me fazer admirá-los menos, até pelo contrário, me traz mais motivação para evoluir.

Mas quem mitifica guarda expectativa de perfeição, e quem aguarda perfeição, dos mais imperfeitos é. A mitificação fará o apaixonado ficar babando de boca aberta para sempre ou cairá em profunda frustração, quando descobrir que seu mito era apenas mais um ser humano encarnado com defeitos iguais aos seus (ou em negação eterna desses).

Este comportamento para mim está mais para projeção das carências e medos, um mecanismo inconsciente, é claro. Eram espiritualistas da classe média urbana com “síndrome do estrangeiro” procurando uma “pátria”, procurando um sentido de pertencimento e identidade.

E, se o ambiente da Conscienciologia sabe a distinção e a extensão dos paradigmas cartesiano e o paradigma consciencial, ela se isolou numa torre de marfim paradigmática, fugindo da própria ciência, alegando ser dona da “verdade de ponta” (sic), colocando assim um ponto final nas possibilidades de debates, questionamentos e refutações, algo obrigatório em qualquer ciência de qualquer paradigma. Afinal, se pelo próprio rótulo já define que é “verdade”, então para que mais debater? Com isso a “neociência” foi reduzida as crenças dogmáticas coletivas irrefutáveis. A palavra do mestre se transformou num dogma intransponível.

Não me entenda mal, é questão simples, de raciocínio dedutivo lógico e direto. Dispenso as justificativas e retóricas dispendiosas e curvilíneas, para refutar meu argumento e negar que não existe ciência do “eu sozinho”.

Eu poderia, simplesmente dizer que esta maravilhosa obra de Flávio Amaral é uma “verdade relativa de ponta”, mas não posso, em verdade ela é mais que isso, é uma verdade factual de ponta, já que faz análises sagazes e constatações dedutivas diretas e viscerais.

Flávio traz perspectivas das mais inteligentes que me surpreenderam, em pontos onde eu não havia percebido, tanto em Waldo Vieira, em Chico Xavier, no espiritismo, e óbvio, no movimento da Conscienciologia também. Ele deve ter pesquisado centenas, talvez milhares de documentos, jornais e artigos antigos, e me parece uma montanha de trabalho.

Esta é uma obra importante e histórica, vai marcar uma época. Ela traz uma visão de conjunto quase na nascente do espiritismo no Brasil e sua transição para a Projeciologia, e em seguida para a Conscienciologia em passos bem detalhados, excelente para pesquisadores, curiosos e estudantes desses deliciosos assuntos.

Para terminar quero dizer que Waldo Vieira tem meus respeitos e minha admiração, muito mais ainda minha gratidão. Me considero um “filhote” dele, uma cria do conhecimento dele. Me considero mais admirador e mais respeitador que a mais apaixonada das tietes de Waldo Vieira, pois, uma tiete ama e não questiona, aceita tudo como verdade, e eu, mesmo questionando-o, mesmo refutando-o, admiro-o e gosto de seu trabalho, pois, eu foco e priorizo suas coisas boas e seus conhecimentos úteis com coragem e inteligência consciencial.

Não posso deixar de parabenizar Flávio por suas excelentes sacadas, que me surpreenderam, além do que a obra é leve e deliciosa de se ler.

Dalton Campos Roque

Engenheiro Civil, pós-graduado em Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia, em Educação em Valores Humanos, médium, projetor astral, sensitivo, autor de 23 obras espiritualistas até meados de 2021, criador do site www.consciencial.org.

    1. O QUE É A CONSCIENCIOLOGIA
    2. ENTREVISTA COM AUTOR DO LIVRO FLÁVIO AMARAL
    3. A MISSÃO DE WALDO VIEIRA – POR FLÁVIO AMARAL
    4. WALDO VIEIRA E A CONSCIENCIOLOGIA – POR LÁZARO FREIRE
    5. LIVRO WALDO VIEIRA O HOMEM POR TRÁS DO MITO
    6. Síndrome de Waldo Vieira
    7. A CONSCIENCIOLOGIA É UM MOVIMENTO BASEADO NA ARROGÂNCIA?
    8. A MISSÃO MULTI-REENCARNATÓRIA DE WALDO VIEIRA: RESENHA CRÍTICA DO LIVRO ZÉFIRO PDF GRÁTIS
    9. CATEGORIA CONSCIENCIOLOGIA – diversos textos

 

2 comentários em “VIVÊNCIA DE DALTON C ROQUE NA CONSCIENCIOLOGIA”

  1. Murilo Vieira Lino

    Também identifiquei esse padrão de adoração exacerbada ao Waldo Vieira como igrejismo descabido mesmo não sendo voluntário oficial da Conscienciologia.

    1. Waldo fez de propósito, criou uma seita de fanáticos “de ponta”.
      Ele preferiu ser centro de adoração egocêntrico que buscar a verdade de fato.
      Mas também fez muitas coisas boas.
      Temos que saber separar as coisas úteis das inúteis que ele criou.
      Obrigado por comentar,
      Dalton

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