ESTAMOS NUMA ÉPOCA DE FANATISMO EM TUDO

ESTAMOS NUMA ÉPOCA DE FANATISMO EM TUDO

Eu, o Dalton, sou um amante da música e também gosto de equipamentos de som, de eletrônica, de marcenaria e equipamentos de som vintage (os antigos – são os que tenho). Eu saí do Facebook da seguinte forma, excluí minha conta anterior – assim não excluí amigo nenhum – e abri uma nova onde mantenho ZERO amigos, justamente pela questão do que vou desenvolver aqui neste texto.

Com este novo perfil do Facebook eu participo de grupos de eletrônica, de áudio, de rock progressivo, se som, de DIY que é um “faça você mesmo” voltado para eletrônica e áudio que acaba usando marcenaria também. Além do mais tenho uma Fanpage que me obriga a ter um perfil no Facebook para administrá-la. Então faço questão de manter o número SAUDÁVEL ZERO AMIGOS e ainda posso participar, sem me envolver muito é claro, com os assuntos por causa do fanatismo e intransigência das pessoas.

Amigos virtuais, agora, só os que já conheço pessoalmente, que sou mais íntimo, e que não seja radical, senão, está excluído também, é a política de qualidade, poucos e bons amigos!

Antes eu pensava que esse radicalismo psicótico de massas fosse apenas no futebol, na política e nas religiões e espiritualidade, mas essa praga existe em tudo, em todas as matérias e assuntos, em tudo!

Você vai conversar sobre eletrônica sobre determinado assunto, aparecem opiniões intransigentes, você vai conversar sobre áudio – aqui então que é mais subjetivo – a coisa fica crítica. E sobre equipamentos de som, qualidade de equipamentos, comparações sobre som de vinil versus música digital, as pessoas se comportam como fundamentalistas xiitas da pior espécie.Eu até criei uma frase irônica dizendo que esse pessoal que curte áudio e equipamentos ouve som a metro quadrado e não pela qualidade do áudio, onde importa mais possuir uma parede de equipamentos para esnobar a posse deles do que apreciar uma boa música com sentimento elevado. Acontece a mesma coisa no vegetarianismo, no carnivorismo, na questão das tatuagens, nas polêmicas da Apometria, e por aí vai.

Em tudo está havendo uma polarização de opinião, onde o sujeito vai para um extremo do ponto de vista e de forma inflexível não enxerga mais nada. E não adianta explicar argumentos racionais, mostrar provas científicas e matemáticas que não adianta nada! A opinião do “eu acho que”… impera em tudo e todos os locais revelando o nível de consciência baixo das pessoas e muitas delas são nossos amigos queridos próximos, parentes e outros mais.

Eu cansei! A falta de discernimento, falta de visão de conjunto, uma incompetência nas associações de ideias, de pessoas que não possuem um mínimo da autoconhecimento, a saber do que NÃO SABEM. O primeiro autoconhecimento é descobrir o que NÃO SEI, para depois descobrir o que SEI e separar do “ACHO QUE SEI E PRONTO”.

E olhe que não saber, não há problema nenhum, e saber também não, mas TER A COMPETÊNCIA de aprender com o outro ou a saber que na área X em que se debate você pode não sabe nada, apesar de saber muito na outra, é uma questão que não tem nada a ver com QI e nem com QE!

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Não é só uma questão de intelecto, temos gente que é pós-doutorado e são muito burrinhos, tem analfabetos sábios, tem gente com emoção descontrolada – o que também não tem problema nenhum – se a pessoa não for intransigente nos debates. E é evidente que é instintivo e natural termos uma opinião imediata para qualquer questão que damos de cara, mesmo sendo a primeira vez, mas é preciso considerar aspectos mais profundos, e tanto mais profundos e abrangentes, quanto mais subjetivo for o enfoque do debate!

Política é subjetivo, música e áudio são subjetivos, espiritualidade e religião são subjetivos, filosofia é subjetiva, e por aí vai. Uma coisa que me aborreceu muito foi o “ódio político” que vi no Facebook. E no espiritualismo há um arquétipo / mito predominante do moralismo judaico-cristão que embota o discernimento até de quem teria condições de enxergar mais fundo e mais longe, mas não consegue por causa deste grilhão consciencial.

Eu fico com pena de ver como as pessoas são manipuladas e nem percebem. Eu já li algumas técnicas de manipulação de massas e de lavagem cerebral – alguma coisa está no meu livro Distorções Conscienciais – e também técnicas de marketing usando símbolos, cores, arquétipos e holopensenes que temos que ser astutos demais para não sermos manipulados e induzidos. Se o indivíduo não tiver uma bagagem consciencial íntima “parruda” e autoconfiante ele cai mesmo, é certo.

Mas navegando dentro de meus grupos de Eletrônica no Facebook, descobri um artigo de áudio que é uma joia e posto a seguir para você ver como as opiniões e posturas humanas se distorcem ao extremo, e se não tivermos mesmo uma sensibilidade perceptiva iremos comer bola de ego, de Matrix, de samsara e de viagem na maionese ridícula e até engraçada.


O texto a seguir foi retirado de: <http://hifiplanet.com.br/blog/o-que-realmente-ouvem-os-audiofilos/> em 27/06/2018 – é um blog que sigo há muito tempo, mas estava sumido de lá. Tenho muita afinidade pela sensibilidade deste autor Eduardo Martins.

O que realmente ouvem os audiófilos?

Data do artigo original: 4 de novembro de 2007 Eduardo (Administrador e autor)

Muitos audiófilos esquecem da música para ouvir apenas sons.

Autor: Eduardo Martins

Recente encontro de amigos audiófilos em casa…

– Ouçam… dá para perceber o ruído das unhas tocando as teclas do piano…

– O palco é imenso, talvez apenas alguns “centímetros” mais estreito do que poderia ser…

– Percebam o posicionamento da mão esquerda do pianista…

– Os graves abaixo de 50Hz parecem um pouquinho mais “gordos” do que deveriam… seria a qualidade técnica da gravação?

– Reparem os micro-detalhes e a dinâmica…

Diante desta cena, me veio uma pergunta: “Será que eles estão ouvindo a música?”

É estranho como a maioria dos audiófilos se torna tão crítica dos detalhes técnicos da reprodução eletrônica da música, que esquece da própria arte que é a composição musical.

Será que os mais velhos, quando escutavam suas músicas preferidas em suas velhas vitrolas mono, e se emocionavam com as canções da época, estava sendo enganados? Será que o que eles ouviam não era verdadeiro, mas sim uma grotesca réplica da realidade musical? Ou será que, apesar de não ouvirem a unha do pianista tocando o plástico das teclas do piano, eles tinham o dom de “sentir” a emoção contida na obra do artista?

Recentemente eu conversava com um amigo motoqueiro (até há pouco tempo eles consideravam a expressão “motoqueiro” um pejorativo para “motociclista”), e ele me disse que freqüentemente se reúne com outros amigos também motoqueiros para passeios turísticos em regiões pitorescas, visando uma aproximação com a natureza, bela e distante, e que só uma motocicleta era capaz de alcançar (???)
Perguntei ao amigo motoqueiro o que eles faziam nos locais onde iam. Depois de uma risada, ele respondeu, meio que encabulado “Falamos sobre motos, pilotamos nossas máquinas mais do que apreciamos a natureza, e olhamos mais as motos um do outro do que a paisagem, e alguns aproveitam para “ajustar” suas “belezinhas”…

Acho que muitos (a maioria) dos audiófilos são como os motoqueiros… o verdadeiro prazer é a máquina, e não a beleza que ela os faz alcançar.

Conheci raros audiófilos que passam mais tempo falando das canções do que dos equipamentos. O audiófilo, de uma forma geral (realmente não são todos), “ouve equipamentos”, e não música.

Alguns mal conseguem ouvir uma música inteira, sem pular para outra faixa para ver como o sistema “reage”. O equipamento não é o meio, mas o fim.

Nos fóruns de áudio e vídeo mais de 99% das calorosas discussões são sobre marcas ou modelos de equipamentos. A produção musical fica em segundo plano, ou terceiro, se considerarmos que os temas livres também superam o artístico.

Talvez o audiófilo seja um apaixonado pela tecnologia, e não pela arte.

Será que ouvir a unha do músico tocar o teclado do piano, escutar a sua respiração ou ouvir o violonista mascar chicletes é realmente algo relevante para o prazer musical? Eu tenho uma opinião: se você consegue ouvir tudo isso, então estamos diante de falhas graves da engenharia de gravação.

Outro dia li numa revista nacional sobre áudio que uma determinada caixa acústica possuia um “detalhamento” tão grande que era possível perceber detalhes na gravação iguais a estes citados. Mas, ao levar na casa de um amigo uma cópia do mesmo CD usado para teste pelo avaliador, pude perceber claramente esses mesmos “ruídos” em seu velho e surrado mini-system Sony, e ao ouvir este CD no carro enquanto voltava para casa, lá estavam ainda os mesmo ruídos que tanto impressionaram o experiente avaliador ao testar o equipamento. Alguém tem uma explicação para isso?

Particularmente, não acho que estes sons deveriam estar presentes no registro da obra musical. Também não acho que um audiófilo poderia ouvir esses sons numa apresentação ao vivo (o que mais uma vez me remete a defender a idéia de que o som ao vivo não é referência), nem mesmo se estivesse próximo ao piano. Talvez estes sons seriam percebidos se ele estivesse com os ouvidos colocados próximo ao teclado do instrumento, como provavelmente foi posicionado (mal posicionado…) o microfone que gravou a apresentação musical.

A canção é composta de notas musicais, emitidas por instrumentos desenvolvidos cuidadosamente para isso. Não acredito que ruídos como estes possam somar qualidades artísticas à obra.

Mas, parece que é isso que o audiófilo procura na maioria das vezes. Como o motoqueiro, é o brilho de um cromado ou o ruído do motor que justifica a motocicleta, e não o local mais belo que ela pode alcançar com a sua versatilidade.

Isso não é uma crítica ao audiófilo, pois conheço alguns que fazem de seus equipamentos o meio de alcançar uma reprodução musical um pouco mais pura. Repito… um pouco mais, porque normalmente eles não se mostram excessivamente perfeccionistas.

Talvez o audiófilo seja na verdade um “equipamentófilo”. Não importa o quanto a música esteja sendo fielmente reproduzida, mas sim os detalhes mais bizarros que ele pode identificar no meio da obra do artista que… afinal… quem é o artista?

O audiófilo está tão longe da música que ouve, como o motoqueiro está da bela natureza que se apresenta à sua frente. O audiófilo está mais excitado com seu próximo “upgrade” do que com a aquisição daquele disco maravilhoso de um artista genial.

Talvez nossos avós apreciassem realmente a música de verdade, e encontravam emoções em coisas que eles ouviam, e que o audiófilo, com toda a sua obsessiva dedicação e os equipamentos sofisticados e caros que possui, não é capaz de ouvir.

Talvez alguns audiófilos estejam mais longe da música do que imaginam.

Talvez alguns audiófilos nem mesmo gostem de música.

*** Fim do texto


E para terminar ainda deixo aqui mais um link para os espiritualistas este excelente texto que não é meu.

Este blog aqui fala bastante de fanatismo com propriedade, é leve e divertido.

Abraços na alma,

Dalton – com muitas saudades de meu planeta e de minha Colônia Espiritual.

2 comentários em “ESTAMOS NUMA ÉPOCA DE FANATISMO EM TUDO”

  1. Bel Monteiro

    Olá Dalton!
    Acompanho vcs há algum tempo, ajudou-me muito no desenvolvimento da minha mediunidade. Hoje, mais tranquila do que o normal, adoro rir das suas tiradas inteligentes. Sou de 64, e ouvia muito rock com meus irmãos, voltei a ouvir após seguir Wagner Borges com suas dicas musicais. Cheguei até ele por sua página.
    Pensando nos critérios que cada um extrai daquilo que se interessa, é bem interessante e até engraçado, como somos diferentes. Viva a diversidade!
    Também me sentia com saudades do meu planeta, mas estou amando a terra.
    Muito grata pelo que escreves!

    1. KKK, que bom que passou por aqui, eu ainda estou tentando “aterrar” meus chacras são meio desencaixados, mas isso é ruim em vários contextos. Pessoas como você me animam muito a viver e a escrever, obrigado. E obrigado por curtir esses dois rocks: o rock de viver e o rock da sonzeira, pois digo que o rock de sonzeira é coisa de Jesus kkk

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