A ciência é abstrata e subjetiva, composta por conjunto de conhecimentos, repertório de informações sistematizadas. A ciência é um conjunto de técnicas e procedimentos com a finalidade de revelar a verdade e a natureza como, de fato, são. Sabemos, entretanto, que existem vários caminhos que buscam a verdade. A ciência utiliza o empirismo (a exemplo do método da experimentação, sob o controle rigoroso do laboratório) e demais metodologias para aos poucos ir ampliando seus horizontes sobre a realidade a envolver a humanidade, a verdade dos fatos e atos e as leis universais da natureza.
No entanto, as “verdades” que a ciência descobre, mesmo sendo por sua experimentação rigorosa, podem ser negadas por ela mesmo no amanhã. Ela enfrenta tanto o paradoxo, quanto à negação. Algo muito ingrato para uma cultura que se acha portadora da verdade absoluta ou de ponta. Não acreditavam na luz artificial, até que Thomas Alva Edison criou a lâmpada elétrica. Não acreditavam no rádio até que Guglielmo Marconi descobriu as ondas eletromagnéticas. Consideravam Albert Einstein insano até perceberem a genialidade de sua teoria da relatividade.
Essa é a ciência cheia de dogmas, tabus, de fé e de ignorância. A fé de acreditar que possui a verdade última, o dogma de acreditar que tudo pode ser controlado em laboratório ou empiricamente comprovável, o tabu de não pesquisar temáticas extrafísicas, a ignorância de negar peremptoriamente o que não estudou. É a ciência de hoje, a ciência que nega o que não conhece nem estudou, ou seja, a fé científica da negação.
Por meio de Gauss, a ciência descobriu o conceito de campo e hoje reconhece os campos magnéticos, os gravitacionais e os nucleares. Estamos imersos em imensa teia cósmica e matemática. Antes, aos olhos humanos, a Terra era plana e quadrada. Hoje, quando enxergamos a Terra redonda, comprovam-se esses campos. Mas, por outra ótica, a Terra continua “quadrada” pela fé científica, isto é, o credo científico permanece a interpretar de modo deturpado o contexto que nos cerca, mormente o pano de fundo extrafísico e cósmico.
Os campos áuricos e bioenergéticos começam a ser estudados de forma técnica e sistemática. Estimule-se um chacra com um isótopo radioativo inócuo. Observada a estimulação por meio de scanner sensível, rastreia-se o percurso percorrido pelo isótopo. Descobre-se que desenhará meridiano ou nádi, mapeado há milhares de anos na China. O místico se transforma em científico.
As religiões orientais, principalmente, utilizam diversas técnicas de meditação, com propósito de otimizar a evolução espiritual. Mera fé religiosa de outrora, a meditação, hoje no Ocidente, tem a favor de si a comprovação empírica de seus benefícios para a saúde humana, (impossível enumerá-los por completo[1]). Até aparelhos eletrônicos para essa finalidade existem atualmente[2].
Muito do que hoje possui mera e pejorativa conotação religiosa, mística, mistificadora ou esotérica, sobretudo aos olhos da comunidade científica (comportamento de fé científica negativa), amanhã poderá ser comprovado objetiva e tecnicamente, transformando-se em “cala-boca”. Mais isento, prudente e sensato evitar a gratuita negativa da existência de fenômenos ainda carentes de cabal comprovação científica, a fim de não ser preciso se contradizer à toa no dia de amanhã.
O universo abstrato não pode nem deve ser negado pelo concreto. O místico possui “muita imaginação”. O cientista também possui “muita imaginação”, para formular uma hipótese ou uma teoria (com ou sem fundamento), e, inclusive, para refutar a “imaginação” ou propostas criativas de outras correntes de pensamento, situadas fora ou dentro da seara científica. É uma guerra de abstrações, onde um vivencia o evento em si e o outro nega o mesmo, muitas vezes sem vivenciá-lo, analisá-lo com cuidado, pesquisá-lo a fundo.
A religião, o misticismo, o dogma absolutista e a fé científica do medo, da covardia e do automatismo da negação são o caminho contrário da ciência cósmica genuína, que tem de considerar o fator desempenhado pelo abstrato, pela imaginação, pela fé e pelo misticismo (mais do que características sociais, são, acima de tudo, traços intrínsecos à condição humana). Os cientistas, como seres humanos, também os possuem, mesmo que em sentido contrário, ou seja, ainda que por meio da néscia negação (o que, felizmente, nem sempre se encontra presente na postura de pesquisadores e acadêmicos).
Então, além dos três campos já descobertos e considerados, existe o quarto campo: ki, chi, a energia vital, a bioenergia, a aura. Esse campo bioenergético é fácil de ser visto, sentido e detectado sem qualquer aparelho, utilizado o corpo humano como instrumento detector. Não só os seres humanos, como os outros animais e as plantas o possuem também.
As pessoas atuam entre si, por meio deste campo de energia vital. Efetuam-se envolvimentos bioenergéticos (acoplamentos) entre humanos, animais, às vezes mesmo à distância. Isso também acontece entre desencarnados e/ou entre encarnados, em reciprocidade.
À vista disso, nosso envolvimento kármico e planetário se revela muito grande, intenso e íntimo. Cada família cria a bolha de energia onde mora (chama-se holopensene) e os demais agrupamentos sociais também o fazem, em particular nos locais onde frequentam mais, como ambientes profissionais, sociais e religiosos.
Portanto, afigura-se relativamente simples proceder à leitura energética (psicometria) de pessoas e ambientes e sentir se são positivas ou negativas tais energias. Realizamos acoplamentos bioenergéticos com os equipamentos e máquinas que utilizamos, como computador, o televisor e o automóvel. Neles influímos conforme a qualidade e a quantidade de nossas energias.
Se eu me irritar utilizando o computador, ele para e apresenta problemas de funcionamento imediatos. Se eu relaxo, cessa a anomalia naquela máquina. Gero algum ectoplasma, uma bioenergia mais densa, capaz de realizar trabalhos físicos, o qual, em grande quantidade, pode entortar talheres, quebrar vidros, queimar lâmpadas, tal qual descrevo no livro “O Karma e suas Leis”.
Mas ainda sobre ciência, este quarto campo robustece o conceito de interferência entre o observador e o observado. O observador (pesquisador, cientista) interfere na experiência de forma contundente, principalmente se a pesquisa tiver como objeto de estudo questão de natureza psíquica ou metafísica.
Existe pesquisador diligente, criterioso e inovador. Não existe, entretanto, pesquisador isento, neutro, dissociado do contexto cultural em que se encontra. Sempre o pesquisador, tal qual qualquer ser humano, exalará a aura bioenergética qualificada por seus pensamentos e sentimentos, que interferirá no andamento e nos resultados da experiência do laboratório ou no percurso que sua investigação teórica trilhará. Acerca desse aspecto, a ciência deve repensar seus métodos, sistemas, paradigmas e expectativas.
Na ótica da relativamente recente Teoria Quântica, tal conceito de campo se evidencia ainda mais robusto, mas a maioria da comunidade científica atual, a reboque de preconceitos newtoniano-cartesianos, condicionamentos acadêmicos e receio de ostracismo profissional, ainda venera a fé negativa (“achismo” científico).
Se um pesquisador que exerce determinado sacerdócio (a exemplo de um padre católico romano) investigar a existência das experiências fora do corpo e sua doutrina religiosa repelir a plausibilidade de tal fenômeno, esse tabu dogmático, com certeza, influirá na condução da pesquisa (mesmo se de forma inconsciente): persuadirá o pesquisador a concluir pela inexistência ou ausência de comprovação idônea das EFCs. Trata-se da chamada fraude bioenergética ou fraude parapsíquica. Fraude do pesquisador, independente do pesquisado.
Se um cientista for espírita convicto, provavelmente suas bioenergias farão com que a investigação sobre experiências fora do corpo atinja resultado conclusivo. Não existem seres humanos neutros. Cada um “puxa o churrasco para sua brasa”.
No presente momento evolutivo planetário, a fé permeia todas as expressões culturais humanas (científicas, neocientíficas, artísticas, espirituais e político-ideológicas). É a paixão humana que defende, entre outros, a “sua ciência”, a “sua doutrina”, a “sua religião”, a “sua ideologia”, a “sua arte”, a “sua programação existencial”.
Os pesquisadores russos, na antiga União Soviética, se puseram em situação difícil diante de seus superiores hierárquicos militares, que abraçavam o materialismo da filosofia comunista de Karl Marx. Aqueles, ao tentarem provar que não havia qualquer sinal de espiritualidade no ser humano, acabaram, indiretamente, descobrindo cientificamente o contrário.
Melhor assiste à nossa evolução não acreditarmos em ninguém (leia-se: abstenção do estagnante vício de exaltar, por meio de atos de fé, as verdades alheias), ponderar sobre as vivências suas e alheias, exercitar a máxima “vivencio, logo existe”, não aceitar a “salvação” de ninguém mediante a introjeção de pacotes de verdades preestabelecidas, nem canonizar as experiências pessoais dos outros.
Com a mente e o coração abertos, podemos nos abrir, sem preconceitos, a todos os conhecimentos. O que acharmos aproveitável (pertinente) ao amadurecimento íntimo, devemos assimilar, agradecendo a oportunidade de crescimento interior. O que considerarmos, ao menos por ora, irrelevante e inócuo ao aperfeiçoamento individual, devemos, por ora, deixar de lado e cogitar a hipótese de novamente analisá-lo, em etapa evolutiva posterior (reconsideração de opinião ou reciclagem de paradigma), agradecendo, de todo modo, pelo sim ou pelo não, a oportunidade de exercitar o discernimento e a ponderação.
Ao mesmo tempo, vale a pena tentarmos abolir ou reduzir o fator fé em nossa jornada evolutiva (seja a científica, da negação automática do transcendental, seja a religiosa, de legitimação cega do transcendental) e, na medida do possível, trocá-la pelas percepções refinadas, análises acuradas, intuições criativas, inspirações espirituais, questionamentos inteligentes e convicções íntimas bem-sopesadas.
Procuremos nos libertar da fé científica negativista e da fé religiosa messiânica, dos rituais inócuos e das balizas metodológicas defasadas, das doutrinas inquisitórias e das ideologias intolerantes, da cega paixão servil e da frieza intelectual exclusivista, dos patrulhamentos ideológicos e do purismo doutrinário, do voluntariado compulsório e da caridade cosmética, assim como da crença em único caminho para a salvação, além dos misticismos obtusos, dos institutos “evoluídos”, “superiores”, “sacrossantos” e escravizantes, das proéxis (ou dharmas) subservientes, dos grandes grupos megalomaníacos e dos pequenos grupos ensimesmados.
Prefiro ser “menor” e arriscar a pequenez de viver a minha vida, a ser “grande” e orbitar em torno da vida (programa encarnatório) dos outros. Quem não investe em seus sonhos, fará parte dos sonhos dos outros. Quem não investe em seu dharma (programação existencial), fará parte do dharma dos outros. Essa é minha ciência, a minha proposta e a minha “fé”. Aceite-a ou a descarte, de acordo com seu discernimento, mentalidade e valores.
[1] Livro “A Mente Meditativa”, citado em nota de rodapé anterior.
[2] A máquina de meditar ou Dreamer, sintetizador de ondas cerebrais. O autor intrafísico tem uma.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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