Cercada de mistério e mitos (aos olhos de cientistas e céticos, religiosos, espiritualistas e pesquisadores parapsíquicos – em suma, na ótica da maioria da população), a fé é capaz de realizar muitos prodígios, embora não saibamos exatamente o que ela é e como funciona.
O poder da fé está amplamente retratado pela mídia, literatura, religião, mitologia e cultura popular.
Na atualidade (época da Infoera, da comunicação instantânea e da transcendência do paradigma newtoniano-cartesiano), conhecemos mais casos, com maior rapidez e melhor documentação.
A fé independe de religião, de doutrina, filosofia, nível cultural, nível financeiro ou intelectual: atinge (e pode atingir) a quaisquer culturas, classes sociais, grupos evolutivos ou condições humanas.
Na presente abordagem, desconsideramos fatores externos (a exemplo dos supostos “caprichos” de Deus, obtidos mediante oferendas ou promessas como favor e troca): estamos levando em conta apenas o fator interno (a força de vontade do indivíduo, sua convicção íntima e esforço para alterar determinada situação e seus aspectos).
Diferencio a fé espontânea (que não pode ser criada, nem fabricada artificialmente) da crença adestrada (de quem se condiciona a seguir ordens de uma autoridade exterior, sem o mínimo de verdadeiro questionamento, ponderação ou autoconhecimento) e do mero querer ou desejar.
A fé pode ser exercida de forma racional e intuitiva, o que a torna coerente e adequada ao melhoramento íntimo. Sem racionalidade e intuição, sem autoconhecimento, autoenfrentamento e autorealização, a fé se torna cega, ignorante, fundamentalista e desequilibrada: apenas aumenta os conflitos interiores do indivíduo.
A fé, em verdade, é indefinível, tamanha a abrangência de seu conceito. Quem tem fé em si mesmo, possui autoconfiança. Será que todo cético não possui autoconfiança? A confiança em si ou em outrem não será também uma forma de fé? Ou apenas auto e heteroconfiança? E o que é confiança afinal?
Não discuto aqui semântica, até porque não acredito em contornos definidos e definitivos para as palavras (limitados pela condição multidensional de nossos condicionamentos culturais multimilenares intrafísicos).
Quando aludo à questão da confiança do indivíduo em si e nos demais, refiro-me tão-somente ao aspecto comportamental da questão, deixando ao largo as controvérsias linguísticas.
Qual a relação da fé com a vontade?
Elas podem se fundir e confundir. Sabemos que a vontade é força, que gera e produz sucesso, motivação, e produtividade, por exemplo. A vontade se associa às bioenergias de um indivíduo: maior a vontade, maior a produção de bioenergias. Não estou discutindo qualidade.
Mediunidade é vontade (animismo e sintonia) somada à flexibilidade bioenergética. O indivíduo, quando tem fé em si, em sua produtividade (na eficiência e na eficácia de sua ação), seja no campo profissional, doméstico ou espiritual, mobiliza suas bioenergias em prol do que acredita (fé?) e da finalidade que tem em vista.
Às vezes, a autoconfiança já está incrustada no indivíduo, já foi construída ao longo de várias existências, fora e dentro do corpo físico, no decorrer de milênios de prática reiterada de determinada atividade. Exemplo: aquele que, desde a infância, espontaneamente se revela um músico genial.
Às vezes, o indivíduo precisa cultivar a autoconfiança em um aspecto em que tem sido negligente no transcurso de seu ciclo reencarnatório. Exemplo: a autoconfiança quanto à capacidade de liderar, assumir riscos e enfrentar controvérsias.
Às vezes, por meio do amadurecimento, redescobrimentos a autoconfiança. Exemplo: o empenhado estudante de Medicina que, passo-a-passo, redescobre a autoconfiança de quem há muitas reencarnações exerce a Medicina com dedicação, amor e profissionalismo.
Quando o indivíduo tem fé em alguém, neste confia. Quando tem fé em algum possível acontecimento em vias de se realizar, mobiliza suas bioenergias, almejando incentivar (facilitar ou apressar) a realização do evento pretendido.
Se suas bioenergias tiverem um potencial menor que a possibilidade do evento se realizar, este não se concretizará. Se o indivíduo tiver um potencial bioenergético maior que as probabilidades do evento não se realizar, o evento se realizará – hipótese nossa.
Além da simples matemática da quantificação newtoniano-cartesiana (fatalista e previsível), há também o fator mérito ou karma. Para complicar ainda mais, qual é a relação do karma com a força de vontade?
O karma é inexorável. A vontade é livre-arbítrio. Qual vencerá? Onde a fé e as bioenergias entram nisso? A vontade (livre-arbítrio) é o contraponto do karma relativo. O karma, de forma geral, possui três faixas: a inexorável, a relativa e o crédito ou faixa de pleno livre-arbítrio. As três faixas coexistem pacificamente e todos nós (ao menos nesta etapa evolutiva) possuímos todas.
Possuímos as limitações definitivamente intransponíveis (faixa 1 – karma inexorável, karma negativo compulsório). Possuímos a liberdade irrestrita de fazermos algumas coisas (faixa 3 – karma-crédito, karma positivo facultativo). Entre tais extremos, possuímos a faixa que se apresenta como limitação, mas pode ser vencida e superada com força de vontade, paciência e perseverança (faixa 2 – karma negativo relativo, conversível em karma positivo, se nos esforçarmos o suficiente). Quanto às faixas 1 e 3, não há o que fazer, senão viver, em tal conjuntura, da melhor forma possível. Contudo, a faixa 2 é a que mais nos tortura, incomoda e desafia – ponto nevrálgico dos projetos reencarnatórios, onde se acentua o cabo-de-guerra entre os traços negativos e positivos da personalidade.
A faixa 2 (intermediária) mais nos exige quantidade e qualidade de bioenergias pessoais. Nela o fator fé (racional e intuitva) mais faz a diferença. Nela mais precisamos depositar força de vontade e ponderação entre prós e contras, autoconhecimento e auto-enfrentamento, discernimento e lucidez, auto-análise e heteroanálise, paciência e perseverança, estudo e trabalho, teoria e prática, assistencialidade e práticas bioenergéticas voltados à superação de nossas limitações, isto é, a sermos e a fazermos o melhor (do ponto de vista evolutivo), em direção à máxima auto-realização, tendo em perspectiva o longo prazo (a ciranda reencarnatória) e que futuro desejamos nas próximas jornadas evolutivas fora e dentro do mundo dos encarnados.
Sem querer ou poder concluir nada, deixo o sentido da palavra “fé” em aberto, tendo a certeza de que a evolução é personalíssima, de foro íntimo, intransferível e nos exige enorme força de vontade e muita qualidade em nossas bioenergias.
Abraços de Paz, Amor e Luz,
Dalton Campos Roque e Andréa Lúcia da Silva
Utilize nossos textos a vontade, mas cite a fonte e o site – www.consciencial.org – e nunca cite o e-mail. Obrigado.
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Considerações sobre Fé Cega x Fé Raciocinada
É bom lembrar que muito do resultado das pesquisas (senão ela inteira) foram obtidos através do exercício da fé instintiva ou fé cega. E agora?
Se até a fé cega funciona, fica a pergunta: será que a fé raciocinada funciona? Será que a fé (cega ou raciocinada – não importa) atuaram nos processos bioenergéticos de seus portadores auxiliando-os e curando-os? Se a fé afeta (e de fato sei que afeta) as bioenergias das pessoas, então não será inteligente começar a reconsiderá-la por outro ângulo?
Discernimento não torce por time nenhum, apenas mantém a mente aberta para as possibilidades de descobrirmos outras e novas verdades.
Perguntas hipóteses de trabalho diante dos fatos científicos aprensentados:
- Será que a “fé cega” pode ser eficiente em algum contexto?
- Se é, então por quê? Qual?
- A “fé raciocinada” atua em nível cognitivo e a “fé irracional” atua em nível emocional? Será a emoção nesse caso mais importante que o mental-intelectual-cognitivo?
- O efeito placebo funciona cerca de 20% – será porque somente estes 20% acretitam (fé) sinceramente? E os 80% possuem uma crença racional que não funciona?
- Em que circunstâncias a “fé irracional” é mais eficiente que a “fé racional”? E vice-cersa?
Para terminar acredito que ainda existam pessoas que tenham fé que a fé não afeta as bioenergias, mas devemos respeitar todas as fés.
Abraços de Paz, Amor e Luz,
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Aproveito o momento e posto um outro material pertinente ao contexto.
Sobre a Prece
Harold G. Koenig, M.D., pioneiro no estudo sistematizado sobre a cura pela fé fez várias pesquisas com controle científico sobre este tema. Suas pesquisas revelaram que “pessoas religiosas têm vida mais saudável e longa”. Um dos estudos relacionou os níveis de “interleucina-6”, um intermediário entre partes do sistema imunológico, associado a infecções crônicas, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, demonstrando que nas pessoas que iam frequentemente orar era 42% mais baixo.
O sistema imunológico das pessoas religiosas é mais estável. Dos 114 estudos realizados, 91 concluíram que os religiosos são mais felizes e possuem bem-estar maior que os materialistas (não crentes). Outras pesquisas revelaram diminuição de depressão e suicídio em indivíduos com alguma prática espiritual. Koening estudou 4000 idosos, que foram acompanhados durante mais de 6 anos e descobriu que o risco de morte entre os mais religiosos era 46% menor.
Strawbridge acompanhou 5286 pessoas durante 28 anos, e seus estudos revelaram que os religiosos vivem mais tempo e morrem 36% menos.
Em Israel, pesquisadores estudaram 3900 pessoas durante 16 anos e concluíram que a taxa de mortalidade relacionada com doenças cardiovasculares e câncer era 40% mais baixa em indivíduos religiosos do que os não religiosos.
Robert A. Emmons, Ph.D., e Michael E. McCullough, Ph.D., descobriram que voluntários que mantiveram exercícios semanais de práticas de gratidão relataram menos dores e aflições.
A saúde mental também melhora com a religiosidade. Em um estudo de idosos com depressão, os intrinsecamente mais religiosos se recuperaram 70% mais rápido .
Portanto, ficam aí nossas perguntas aos vários tipos de …ólogos, …istas, …ismos, materialistas, céticos, pesquisadores e a outros intelectuais frios e insensíveis: vocês acreditam na ciência? Vale a pena ter fé? Que tal descobrirmos um meio caminho antiradical entre a fé cega e apaixonada e o omniquestionamento extremo frio e insensível?
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Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes, sendo 5 sobre informática, uma sobre autopublicação, humor, música, o resto sobre sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
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Sou Dalton Campos Roque, um autor singular no cenário contemporâneo da literatura espiritualista brasileira. Com uma produção prolífica e refinada, reúno mais de três dezenas de obras publicadas de maneira completamente independente, sem recorrer a editoras comerciais, demonstrando domínio integral sobre todos os processos editoriais: da escrita à diagramação, da capa à ficha catalográfica, do ISBN ao marketing. Cada título que crio carrega a marca da minha autenticidade, dedicação e compromisso com a elevação consciencial do leitor.
Sou engenheiro de formação e escritor por vocação, e transito com maestria entre o rigor técnico e a liberdade poética da alma. Meu estilo é direto, sem rodeios, porém profundo, articulando com clareza conceitos complexos de espiritualidade, filosofia, física teórica e consciência, sempre com viés universalista e linguagem acessível, sem ceder à superficialidade ou ao sensacionalismo.
Dotado de sólida bagagem espiritualista e parapsíquica, vivenciei intensamente os bastidores da mediunidade, da apometria, da bioenergia, da projeção da consciência e da cosmoética, tornando-me uma referência singular no que denomino paradigma consciencial. Meus textos, ainda que muitas vezes escritos em tom de crônica, conto ou sátira, jamais se afastam de uma ética elevada, de uma busca sincera pela verdade e de uma missão clara: esclarecer, despertar e provocar a reflexão interior.
Gostei do karma tipo 2.