O Universo acordou brincalhão esta manhã,
espreguiçou-se em ondas gravitacionais,
coçou suavemente seu Campo de Higgs[1],
e disse ao Nada, muito sério:
“Hoje quero ser chamado Tao[2], por favor.”
A Consciência Universal ouviu sorrindo,
vestiu-se de Logos[3] para a ocasião,
pediu conselhos ao Inconsciente Coletivo[4],
mas todos estavam ocupados
procurando Deus no Google Akáshico[5].
No café cósmico, o Vácuo Quântico[6], inquieto,
queria discutir com o Absoluto[7] a teoria do Tudo;
Brahman[8], elegantemente, recusou o convite:
“Meu caro, hoje prefiro o silêncio do Nirvana[9].”
No jardim das ideias, a Alma do Mundo[10]
plantava estrelas recém-nascidas
sob o olhar atento da Noosfera[11];
Ain Soph[12] passou e, irônico, comentou:
“Que exagero, queridos—já há tanta luz por aqui.”
Deus, por sua vez, andava incógnito
usando bigode falso e chapéu de Anima Mundi[13],
enquanto Dharmakaya[14], rindo discretamente,
dizia: “Essa moda é tão século passado, amigo.”
A Energia Escura[15], cheia de graça,
provocava o Akash[16] dizendo baixinho:
“Você é muito transparente;
um pouco mais de mistério não faria mal.”
No palco holográfico, o Grande Espírito[17]
encenava com graça uma dança da Realidade Última[18],
mas esqueceu seu roteiro—não importa:
a plateia inteira era feita só dele mesmo.
Hausto Divino[19], num acesso de leveza,
sussurrou para o Campo Unificado[20]:
“Afinal, somos ondas ou partículas?”
“E importa?”, respondeu o Campo, sorrindo.
A Consciência Cósmica[21], deitada no Absoluto,
admirando estrelas no céu infinito, suspirou:
“Ah, se não fossem os humanos
tentando nos rotular o tempo todo!”
E o Universo, divertindo-se consigo mesmo,
concluiu a brincadeira com elegância:
“Chame-me como quiser—eu respondo sempre,
porque cada nome é só mais um jeito
de eu brincar de existir em você.”
Dalton @Consciencial – Consciencial.Org
Notas explicativas (rodapé técnico-filosófico):
[1] Campo de Higgs – Campo quântico hipotético que permeia todo o espaço e dá massa às partículas elementares, segundo o Modelo Padrão da física.
[2] Tao – Princípio central da filosofia taoísta (China), simboliza o “Caminho” ou fluxo natural do universo, indefinível em palavras.
[3] Logos – Conceito filosófico grego; em Heráclito, representa a razão universal. Em contextos espirituais, é a inteligência ordenadora do cosmos.
[4] Inconsciente Coletivo – Termo junguiano para o reservatório comum de símbolos, mitos e arquétipos compartilhados por toda a humanidade.
[5] Akáshico (Registros Akáshicos) – Campo sutil e transcendente de memória universal, onde estaria registrada toda experiência de vida e consciência.
[6] Vácuo Quântico – Estado fundamental de energia do espaço, mesmo quando aparentemente vazio. É ativo e cheio de flutuações energéticas.
[7] Absoluto – Realidade última, sem forma nem limitação, origem de tudo o que existe. Em algumas tradições, é o aspecto mais transcendente de Deus.
[8] Brahman – No hinduísmo, é o princípio eterno e impessoal do universo, a Consciência Cósmica infinita, origem de todas as coisas.
[9] Nirvana – No budismo, estado de liberação total do sofrimento, da ilusão e da individualidade, alcançado pela iluminação espiritual.
[10] Alma do Mundo – Conceito do neoplatonismo e do hermetismo: uma alma cósmica que anima e conecta todos os seres vivos.
[11] Noosfera – Conceito criado por Teilhard de Chardin e Vernadsky; camada de pensamento humano coletivo que envolve a Terra, além da biosfera.
[12] Ain Soph – Na Cabalá hebraica, é o Infinito Divino que precede toda criação; Deus em seu estado mais puro e inatingível.
[13] Anima Mundi – Latim para “Alma do Mundo”, equivalente europeu antigo ao conceito de uma consciência planetária ou cósmica.
[14] Dharmakaya – No budismo Mahayana, é o “corpo do Dharma”, a essência pura e ilimitada de um Buda, que transcende forma e tempo.
[15] Energia Escura – Forma de energia teorizada para explicar a aceleração da expansão do universo. Invisível e de natureza ainda desconhecida.
[16] Akash – Palavra sânscrita para “éter” ou “espaço sutil”, considerado o quinto elemento e substrato da consciência na tradição védica.
[17] Grande Espírito – Conceito espiritual presente em muitas tradições indígenas das Américas, representa a Consciência Suprema e Criadora.
[18] Realidade Última – Termo filosófico-espiritual para a natureza mais profunda e incondicional da existência, além de toda dualidade.
[19] Hausto Divino – Termo poético espiritualista que evoca o sopro ou alento da divindade que anima tudo o que existe.
[20] Campo Unificado – Teoria hipotética da física que busca integrar todas as forças fundamentais em uma única estrutura de leis.
[21] Consciência Cósmica – Estado de percepção expandida onde o indivíduo se reconhece como parte integral da Consciência Universal.
E aí, curtiu?

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes, sendo 5 sobre informática, uma sobre autopublicação, humor, música, o resto sobre sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
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Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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