Eu caminhava só no meio do deserto;
Estava descalço e nu, enquanto o sol escaldava minha pele;
Cada momento parecia uma eternidade;
Só não sofri mais porque estava envolvido em infinita solidão;
O que me manteve foi a esperança;
Durante o dia eu bufava no calor e a noite gemia de frio;
Não entendia aquela situação e achava injustiça de Deus e então blasfemava…
A solidão me corroeu por incontáveis séculos, enquanto as estrelas percorriam seus caminhos ;
Um dia com a existência ressequida eu entreguei os pontos e em posição fetal tombei ao chão implorando a Deus por minha vida;
Minhas lágrimas já estavam secas e minha expressão cadavérica despertava temor ou profunda compaixão;
De repente comecei a sentir um aroma diferente;
Ao fundo um cântico suave de vozes femininas.
Aquele calor tremendo foi passando e uma suave brisa de esperança se instaurou em meu coração;
Aquela luz era intensa e confortadora, suave e afetuosa…
Era uma luz repleta de ternura e compaixão;
Pude reparar naquelas pessoas vestidas de branco e azul, firme expressão de confiança e serenidade, enquanto emanavam um amor que jamais conheci.
Elas se aproximaram, estenderam suas mãos e me recolheram com amor em uma pequena maca.
Eu reparei budistas, hinduístas, cristãos entre outros tipos trabalhando juntos.
Confesso, no princípio cheguei a sentir medo, mas aqueles sorrisos serenos me reconfortavam enquanto ouvi:
_Esteja em paz filho;
_Viemos lhe ajudar.
Quando aquela mulher linda e brilhante me abraçou eu explodi em séculos de lágrimas convulsivas que antes estavam represadas.
Me desmanchei em prantos de infinita gratidão.
Eu esperava nojo e rejeição, mas não, eu recebi um abraço maior que o de minha mãe.
E a minha volta, outros como eu, cujos, jamais havia percebido, estavam também sendo abraçados e resgatados.
Então adormeci…
Semanas depois eu despertei num hospital e aos poucos fui perceber que eu havia desencarnado há muitos anos e não sabia.
Eu estava agora em um hospital extrafísico me recuperando.
Eu e outros havíamos sido resgatados no umbral do orgulho e da intelectualidade.
Aos poucos fui recobrando a memória de quem eu havia sido em vida e qual a minha personalidade.
Era estudioso, intelectual, lia muito e liderava grupo que abrangia uma grande extensão.
Lembro-me que acreditava na pureza da doutrina que estudava e a impunha como verdade última.
Por esta filosofia e pelo importante e influente cargo que possuía, influí em muitos grupos e impedi muitos atendimentos priorizando apenas a evangelização e doutrinação.
Estava seguro de minha atitude e opção, de minha “salvação”, cego em meu orgulho.
Tudo fazia com orgulho em nome de Jesus a quem me referia e me achava um bom cristão.
Só depois fui entender que não basta boa vontade, é preciso discernimento.
O orgulho e o intelectualismo sem amor e humildade endurecem o coração e nos deixam cegos.
Percebi que os muitos grupos que deixam de fazer atendimentos, prejudicam milhares de pessoas, cujas, muitas delas não entenderão tal filosofia nesta vida, devido a seu baixo nível intelectual.
E pelas leis de Ação e Reação (karma) eu colhi o que plantei.
Muitos dos resgatados no umbral a minha volta eram meus amigos e participavam da cúpula de nossa liderança quando encarnados.
Agora aprendi que nada vale nenhuma doutrina, filosofia, seita, religião, ciência, grupo, opção evolutiva se ela não serve, não acolhe e não ampara.
E para tal mister não é necessário nem doutrina, nem ciência, nem livro sagrado, nem intelectualidade ou parapsiquismo, basta amor no coração.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
Ao comentar em qualquer post, você concorda com nossos termos, assume e aceita receber nossos comunicados de ofertas, promoções e mensagens automaticamente. Se não concordar, não comente, respeitamos a LGPD.