Ramatís e amigos espirituais – São Pedro da Aldeia – RJ, Praia do Sudoeste 29/12/2007
O Mestre, o Iniciador ou o Hierofante, era o ser mais experiente conhecedor das Leis Naturais e transcendentes com a responsabilidade incumbida pelo “Alto” para repassar o conhecimento e a sabedoria às pessoas interessadas, mais preparadas e também mais responsáveis em eras algures no contexto esotérico.
ESOtérico, termo antagônico a EXOtérico e mal interpretado pelas massas ignorantes (sem pejorativo – ignorar) significam respectivamente: Eso – fechado, por dentro e Exo – aberto, por fora. Esotérico se refere a “por dentro do templo” ou o sagrado e Exotérico a “por fora do templo” ou profano.
Antigamente devido à ignorância das massas e os rigores das leis da época, era necessário cautela esotérica para se veicular o conhecimento com responsabilidade para que este não caísse em mãos erradas e não fosse utilizado para o mal. Neste contexto conceituava-se: o neófito, o iniciado (discípulo) e o mestre.
Dentro desta hierarquia reinava a reverência e o respeito ao nível da vida e da morte. As provas eram duras e alguns neófitos desencarnavam nestas. Haviam provas para cada um dos quatro elementos: água, fogo, terra e ar. Havia provas projetivas (experiências fora do corpo) e uso de mantras sagrados.
Até a década de 80 ainda era difícil encontrar informação a respeito do transcendente em todos os níveis, onde as escolas esotéricas como as conhecidas Rosacruz e a Gnose eram presentes e opções mais conhecidas.
Atualmente (século XXI – 2007) tudo isto mudou. Temos correios confiáveis, telefone e a internet. A informação se abriu, saiu do ESO para o EXO. O contexto iniciático de outrora acontece ainda, mas agora no plano astral, fora do corpo. Naquela época o iniciado mudava o nome, era um ritual que simbolizava a morte do ego e o renascimento de um novo ser em busca da consciência.
Hoje em dia vemos muitas pessoas adotarem para si nomes iniciáticos. Até pais batizam seus filhos com nomes “iniciáticos” em cartório como nome comum. O que antigamente representava a morte do ego (diluição do orgulho e vaidade e o brotar da humildade), hoje se transformou no contrário, ou seja, as pessoas se autobatizam a revelia com nomes iniciáticos e de mantras, os ostentam e se orgulham disto – a morte da humildade e expansão do ego. Mais uma distorção New Age.
O conhecimento antes ESOTÉRICO, puro e com menos misticismo, após aberto – EXOTÉRICO, se deturpou, se mistificou e é utilizado como ferramenta do EGO e com objetivos mais financeiros e menos conscienciais. Daí a necessidade das iniciações contemporâneas acontecerem fora do corpo, onde a única coisa que conta é o filtro do verdadeiro mérito.
Com as facilidades da internet (sites, blogs, grupos de discussão e de news gratuitos) e a tecnologia de acesso popular, cada um interpreta e divulga o conhecimento como pode e deseja, com questionável senso de qualidade, compromisso e responsabilidade consciencial (transcendental).
É evidente que o direito democrático e o livre arbítrio devem existir sempre e serem respeitados, mas devem ser filtrados com o discernimento da cautela chamado pesquisa e estudo, que passam longe do “achismo” leviano das pessoas.
Então, com a abertura das mídias e do conhecimento que estas veiculam, hoje temos, por exemplo, bastante informação sobre a Viagem Astral (EFC, OBE, OOBE, experiência fora do corpo, projeção da consciência, projeciologia, desdobramento, emancipação da alma, viagem espiritual, etc) dê o nome que quiser.
Aqueles antigos mestres e os antigos discípulos estão bem vivos e por aqui. São nossos vizinhos. A maioria dos mestres está no plano extrafísico (plano astral) e a maioria dos discípulos e ex-discípulos estão encarnados trilhando seus caminhos e descaminhos, cada qual exercendo seu livre arbítrio e seu senso de responsabilidade (ética e cosmoética).
Então os recursos que temos hoje em dia dispensam o esoterismo do passado. Assim dispensam o velho sistema de mestre e discípulo outrora necessário. Alguns discípulos perdidos, inseguros e com preguiça mental ainda procuram grupos que realimentam este sistema antigo. Mas conforme o contexto poderá ser válido também.
Hoje temos grupos, cursos, lojas, casas, instituições e outros que ministram cursos abertos a qualquer cidadão que queira estudar determinado conteúdo transcendente. Noves-fora à arrogância de cada grupo dizer possuir a “verdade” em forma de falácia ou de franco absolutismo, são as opções que dispõem os encarnados para estudar e prosseguir seu caminho evolutivo – merecimento coletivo.
Uma ferramenta indispensável a estes cursos (justamente cobrados ou justamente gratuitos) são os livros que podemos adquirir na maioria das livrarias mundo afora. Atualmente, o autodidatismo se tornou obrigação evolutiva já que não temos o velho mestre encarnado em nossa frente e temos os correios, celulares, internet e a mídia impressa para buscar o conhecimento e ajudar em nossa evolução consciencial.
Antigamente o mestre nos dava aquela orientação pessoal. Era um seleto grupo fechado. Agora são as novas mídias, o autodidatismo, o discernimento e a vontade do sujeito. Isto quer dizer que a responsabilidade consciencial e o livre arbítrio aumentaram.
A pergunta que cada um deve se fazer é:
- Eu busco o conhecimento nas mídias que tenho acesso?
- Se eu busco, eu aplico estes conhecimentos para minha evolução pessoal e grupal?
- Sou universalista (mente e coração abertos) e busco o conhecimento em várias fontes distintas para fazer uma síntese inteligente ou me bitolo numa escola só detentora da “verdade”?
- Eu me limito apenas no conhecimento técnico, frio e racional, no poético, romanceado e mistificado ou na holossomaticidade[1] e universalismo abrangente de ambos?
- Ainda sou viciado e dependente na relação mestre x discípulo ou assumo a responsabilidade por minha própria evolução pessoal?
- Eu possuo algum nome iniciático que exalta meu ego espiritualista ou vivencio a atitude espiritualista cosmoética e responsável de fazer meu trabalho sem ego?
- Meu objetivo é colecionar técnicas ou buscar sabedoria?
- Compro livros a metro para encher a estante ou leio conteúdo buscando nutrir a consciência?
- Sou viciado na preguiça mental de romances espiritualistas água com açúcar ou encaro o conhecimento que me obriga a pensar?
- Busco a reflexão semanal ou diária dolorosa do autoconhecimento ou o comodismo injusto da heterocrítica desmedida?
- Tenho postura e sentimento de sabe tudo (pseudo mestre – arrogância e empáfia) ou sei aprender e ouvir os outros? OBS.: ouvir com os ouvidos não é ouvir com o coração.
- Sou um sugador de conhecimento (vampiro intelectual) ou agente responsável que repassa o mesmo (agente operoso)?
Muitos autoquestionamentos sadios poderiam ser desenvolvidos, mas por hora bastam estes para cutucar os brios das consciências adormecidas pelos egos da atualidade aos antigos iniciados falidos do passado que hoje são muitos de vocês.
Ramatís,
Paz, Amor e Luz
[1] Holossomaticidade – relativo à holossoma, que significa os veículos sutis e o corpo ou corpos sutis, mais o corpo energético e ainda o corpo físico.
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Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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