DESERTO NAS MONTANHAS DA CONSCIÊNCIA

DESERTO NAS MONTANHAS DA CONSCIÊNCIA

Ele caminhava só há milênios nas paragens de sua alma,

Vida após vida, sem despertar, apenas vivia sem se questionar,

Na atmosfera de encarnações atrasadas, a existência era uma luta pela sobrevivência.

No princípio era lutar ou fugir, matar ou morrer…

Um dia, o tacape foi trocado pela espada, e depois esta pelo florete…

 

Após muitas vidas desperdiçadas no deserto de sua alma,

Hoje ele caminha só por entre os espinhos, procurando flores.

As montanhas áridas de areia tórrida, não permitem uma visão mais ampla do horizonte.

Triste, ele caminha em sua solitude espiritual,

Pé ante pé em passos lentos, escala as montanhas fofas em que se atola.

 

Escorpiões, cobras e lagartos o espreitam sem entenderem as suas lágrimas,

Em busca de flores e luz, procura um oásis em sua consciência.

Escava as rochas de seu coração diante do abismo de si mesmo,

Mas a cada dia, continua a subir e descer as dunas onde alimenta as esperanças.

 

Suas lágrimas não secaram, seus passos continuam firmes,

Diante dos jatos de areia cortantes trazidos pela ventania.

O sol agressivo o escalda…

A escuridão da noite o abençoa com a beleza das estrelas.

 

O que o mantém firme é que ele sabe…

…Ele sabe que quanto mais alguém se afasta do caminho,

Mais dura e longa é a jornada de retorno.

 

Ele sabe que tem que cruzar solos áridos, climas escaldantes,

Atravessar densas florestas de espinhos,

Enfrentar cobras e escorpiões, sentir a solidão da noite e a vastidão do dia,

Nos desertos de sua alma.

 

Sua esperança é a de que algum dia, após subir a próxima montanha, ao chegar em seu ápice, ele aviste o oásis que procura.

Irá saciar sua sede, banhar seu corpo ferido, cheirar a suavidade das flores e matar a fome de sua espiritualidade e amor.

 

Atrás de serra, há serra, atrás de montanhas, há montanhas.

É impossível olhar para trás e “ver” todo caminho percorrido em dor.

É impossível também olhar para frente e ter certeza para que lado está o oásis do coração.

 

Quanto maior o desvio e o erro, maior é o pedágio para os caminhos de retorno.

Portanto, se hoje você caminha neste deserto, não desanime.

Se você enfrenta só a companhia de espinhos e a solidão da trajetória, fique firme.

Se você se afoga nas próprias lágrimas do sofrimento e da desilusão, sinta esperança.

A mesma força íntima, que nos levou às bifurcações do desvio consciencial, pode nos trazer de volta.

 

É preciso perseverar para aprender com a didática do Criador.

Tudo é justo, tudo está em seu lugar e hora.

Não há tempo para lamentações, erga a cabeça, enxugue as lágrimas e caminhe firme e sem autopiedade.

 

Quanto mais choramingamos pelo caminho, mais se prolonga o sofrimento e mais longe fica o OÁSIS DA ALMA.

Sem a bússola da certeza do caminho, entrecortado de dor e confuso nos corredores da vida,

Ainda assim, podemos receber ajuda pelo mérito de nossa boa vontade.

É preciso reconhecer que nós mesmos fomos responsáveis por este desvio e a respectiva dor, e não podemos culpar ninguém.

Só nós somos culpados!

 

A mesma força utilizada para percorrer os caminhos da desilusão pode e deve ser direcionada  para retomar o caminho da consciência.

Busque a oração profunda e sincera, baseada na vontade consciente.

Procure a autoconfiança.

Sinta intimamente a certeza de que a espiritualidade te assiste.

Faça por merecer esta assistência.

 

*Este texto foi escrito dia 11/11/2004, quinta-feira de manhã, após levantar e provavelmente ter participado de algumas assistências espirituais fora do corpo.

Mas, a base de inspiração para o mesmo foi minha própria experiência pessoal.

 

Desejo-te Luz e Felicidade.

Os únicos Céu e Inferno que existem são os estados de sua Alma.

Três receitas infalíveis para se sentir bem: fazer o bem, fazer o bem e fazer o bem.

fazer o bem, culpados, vítima, vitimismo, atitude, ação, amor, auxílio,

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