COLHEITA OBRIGATÓRIA

COLHEITA OBRIGATÓRIA

Pelos ares errantes eu andei

Pelas trevas doravante adentrei

Pelas dores lancinantes lamentei

 

Sob as chamas da vingança caminhei

Sob o orgulho ensandecido eu controlei

Sob a vaidade desmedida chafurdei

 

Nos pântanos do ódio eu mergulhei

Na cortante violência patinei

No desespero do sofrimento acordei

 

Para controle a agressão utilizei

Sob a mentira iludi e manipulei

Sob o poder naquele povo eu pisei

 

Fiz deles um povo gado a me servir

A eles a truculência eu induzi

A ignorância esse povo assumiu

 

Hoje, cordeiro da paz eu retornei

Trouxe na carne as dores de meus erros

 

Pois do carma que falaram, ironizei

Em cada esquina no coração encontro um medo

 

Em cada ferida de minh’alma encontro um dedo

De anjo futuro, hoje um arremedo…

 

Sim, as dores morais vergam minha’lma

E as dores físicas dilaceram meu corpo

 

Caminhei descalço sozinho naquele inverno cármico “eterno” seguindo uma estrela…

Arrastei minhas sandálias sobre o gelo e sobre brasas…

 

O uivo dos lobos famintos não me metia medo

Pois, a pior das dores já havia se instalado em mim

Eram a visita do Dr. Carma e Dona Dor

 

Era o pesar do inverno solitário das horas lentas

Em solidão “eterna” agonizava morto-vivo sabendo que jamais poderia morrer

Pois, as almas são imortais…

 

E aquela estrela jamais se apagou

Parecia que acenava para mim

 

Foi um Anjo que me guiou pelas vielas tortas da “eternidade”

Me resgatou dos pântanos da consciência

 

Até que que eu tivesse “olhos para ver”

Até que eu pudesse perceber aquele ser…

 

Era a maravilhosa compaixão da Mãe Divina, que me resgatou dos umbrais mais profundos das almas arrependidas esgotadas da própria dor.

 

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