Iemanjá e os pescadores

IEMANJÁ E OS PESCADORES

Este livro está a disposição grátis a todos, para baixar, em PDF, a pedidos das amparadoras das Hostes da Mãe Divina. Em sequência já postarei todos os textos que ainda estão sendo digitados, oriundos de rascunhos em esferográfica. A intensão é melhorar as energias do Brasil e do planeta. – Disponível aqui em nossa Página BAIXE GRÁTIS


Iemanjá e os pescadores

Era uma vez 3 pescadores.

Eles moravam em Arraial do Cabo no estado do Rio de Janeiro. Eram pais de família e faziam parte de uma comunidade de pescadores.

Aquela comunidade mantinha suas tradições e sua cultura apesar de toda modernidade e tecnologia que os rodeavam.

A maioria daquela comunidade era católica e muito devota, no entanto, existia de tudo, como ateus e umbandistas também. Todos se davam relativamente bem, mas é natural que haja alguns atritos pelo fator humano que todos possuímos.

Havia 3 amigos bastante unidos de pescadores que trabalhavam juntos: Gibão, Jair e Noncê.

Gibão era um católico muito devoto. Jair era ateu e não esquentava a cabeça com as crenças alheias e não esquentava a cabeça. Noncê era um umbandista fiel, mas muito tranquilo e sereno.

Ao saírem com sue traineira logo cedo de madrugada para lançarem suas redes, todos se benziam e pediam proteção, até mesmo Jair, que dizia que não acreditava em Deus, mas dizia que acreditava nos anjos da guarda.

Cada um tem seu jeito de interpretar e exercer sua fé, suas dúvidas, tudo é de foro íntimo e não exige explicações lógicas.

O dono do barco era o Noncê e o nome da traineira era RAINHA DO MAR em homenagem a Iemanjá, claro.

Gibão era o mais chato dos 3, era proselitista e vivia criticando os 2 amigos, principalmente Jair, e insistia para que ele fosse para sua Igreja. E sempre se referia a umbanda, a religião de Noncê como “essas coisas”, pejorativamente: “ele mexe com essas coisas”.

Noncê era tranquilo e não ligava. Era médium, incorporava, ministrava passes e dava ótimas consultas fraternas no Terreiro onde frequentava muito humildemente.

Era habitual estes 3 amigos se visitarem, e as famílias se conheciam e se davam bem. Faziam churrascos, peixadas e passavam os domingos juntos quando podiam, mas a vida de pescador não era fácil, as vezes trabalhavam duro 7 dias por semana atrás do pão de cada dia, avançando até o alto mar e enfrentavam grandes ondas e tempestades.

Era bem comum os 3 se encontrarem no Bar do Zé ,que também era amigo deles – para beberem uma cachacinha, comer um tira-gosto e prosearem bastante.

Jair bebia um pouco mais, os outros 2 eram bem moderados e tinham juízo, talvez por causa de suas religiões, talvez fosse apenas foro íntimo mesmo.

E era nesses momentos fraternos, no bar, que cada um sacaneava os outros 2 o quanto podia e relaxavam dando boas risadas.

Mas claro, não podia faltar um pouco da chatice de Gibão, as vezes teimando em falar de religião e tentar convencer os outros 2 a seguirem sua crença.

E aí que os outros 2 se juntavam a faziam piada e chacota com Gibão, dizendo que ele tinha que ir para umbanda. Nessa hora apenas para efeito de piada Jair virava umbandista só pelo prazer de pegar no pé de Gibão.

No fim, todos os 3 riam juntos e brindavam uma amizade de 13 anos, com saúde, união, harmonia e celebravam a vida numa terra ensolarada, de verão quase o ano todo, com praias maravilhosas, apesar das águas serem muito geladas.

O domingo estava acabando e era hora de voltar para casa. Na segunda-feira seria o dia 11/11/2011 e os 3 se recolheram a fim de poderem madrugar para a pescaria nessa data tão peculiar.

Eis que as 4 horas da manhã de segunda-feira eles preparam a traineira para partir. Enchem o tanque de óleo diesel, levam galões de reserva, verificam o estoque de água potável, de mantimentos, as redes, o óleo lubrificante de motor, etc. O rádio estava bem, o bote salva-vidas e as boias também, então é hora de zarpar.

Zarpam fazendo seus “benzimentos” indo rumo ao alto mar…

O mar estava bravo neste dia e piorava cada vez mais, com ondas de 2 a 3 metros conforme adentravam ao mar e o barco adernava e furava as ondas.

Já haviam pescado um pouco antes do mar ficar bravo, mas aproximando-se das 11 horas da manhã, uma onda mais forte bate em diagonal no barco pela proa, aumentando o impacto lateral e a respectiva inclinação da traineira.

O barco ia virar, o barco estava virando, e como nos filmes em que podemos pausar para ir ao banheiro, algo impressionante e incrível aconteceu…

Houve uma pausa, o espaço-tempo se congelaram…

Foi como se Deus apertasse a tecla PAUSE no oceano de Gibão, Jair e Noncê.

O mar pausou, o barco pausou inclinado, na posição em que estava adernando, os 3 pescadores pausaram como estátuas vivas de olhos abertos apavorados…

Eis que de dentro da água eclode uma entidade feminina vestida com manto líquido, em azul real cintilante, em que se escorriam as águas do mar constantemente em sua textura dinâmica. Nas bordas havia pequenas rosas brancas delimitando todo perímetro daquele manto, tanto oceânico quanto estelar.

O manto não era da cor das águas, ele era feito das águas do mar. Os cabelos negros daquela entidade possuíam aquele arco (tiara) que puxa os cabelos para trás com pequenas flores de lótus brancas bem abertas e fluorescentes.

Embaixo do manto, onde aquela mulher estaria nua, se via o cosmos inteiro coalhado de estrelas e galáxias, que também desciam até o mar.

Não era possível definir daquela entidade, os seios, a barriga ou pernas, só se via os cosmos e sua eternidade em seu próprio corpo, se é que poderia ser chamado de corpo.

Possuía grandes olhos redondos com as irises negras, um nariz de base larga e uma face mulata. Os fachos escorridos de seus longos cabelos fartos, flutuavam brilhantes com se não houvesse a gravidade.

As mangas eram largas e como o manto, confeccionadas pelas próprias águas do oceano. Suas mãos finas e mulatas se juntaram uma a outra, à frente do “peito” e de seu rosto resplandecente de Mãe da Vida, emana um discreto sorriso, naquela face de serenidade inabalável, e Ela cumprimenta os pescadores.

Aquela entidade enorme e grandiosa não abriu a boca, mas foi entoada por sua mente a seguinte mensagem:

_ Meus queridos filhos divinos, não temam! Eu os protegerei. Ainda não chegou a sua hora. Minha misericórdia rogou ao Pai por vocês e Eu fui atendida.

_Vou acalmar o mar para que possam voltar em segurança. Sejam acolhidos pelas águas de Minha compaixão e retornem seguros.

E essa Grande Mãe se diluiu em vapor e sumiu numa fração de segundos, enquanto o barco estava equilibrado e seguro e o oceano em serena calmaria.

A “pausa” da Mãe Divina terminara e a dinâmica da vida retornou as suas sincronicidades.

Os 3 pescadores estavam bem, mas meio atordoados, confusos, sem entenderem o que aconteceu.

Permaneceram em silêncio absoluto e imediatamente retornavam seguros. Não trocaram nem uma palavra durante todo o trajeto de volta até alcançarem a praia naquela viagem de retorno por volta das 15:00 horas.

Ao jogarem a âncora para atracar o barco, o Noncê arriscou a soltar a voz:

_Quero conversar!

Eles ainda estavam no barco já atracados e longe de todos, portanto, à vontade para prosear.

Noncê fala:

_Vocês viram o que eu vi ou eu estou ficando louco?

Jair e Gibão se entreolham constrangidos e seguem em silêncio por mais alguns segundos.

Jair começa a gaguejar e diz:

_Eu vi um anjo mulher sair da água e segurar o barco.

Gibão diz:

_Eu não vi nada!

Noncê diz:

_Iemanjá salvou nosso barco e nossas vidas!

E descreveu detalhadamente tudo o que viu: o manto de águas, os cabelos flutuantes, o cosmos no peito, a voz mental maternal…

Jair foi confirmando e movimentando a cabeça afirmativamente a medida que Noncê ia detalhando o que viu.

Gibão, meio desconsolado falou:

_Eu disse que não vi nada, mas é verdade, eu senti apenas um amor, como se eu fosse um bebê no colo de minha mãe amada.

Os 3 amigos se abraçaram emocionados com lágrimas escorrendo por suas faces.

Jair fala para Noncê:

_Você me lava para seu Terreiro para eu entender melhor as coisas?

Noncê responde apenas acenando a cabeça engasgado de emoção, com a intenção de montar um altar para Iemanjá no quintal de sua casa. Ele era também um excelente pedreiro e iria fazer tudo em seu quintal grande com as próprias mãos.


Iemanjá é a rainha do mar…

Iemanjá é a rainha do meu coração…

Iemanjá me inspira a amar;

Nos oceanos de sua compaixão…

Nota: esse conto me foi inspirado espiritualmente pelo espírito de uma freira trajando uma roupa branca e o protetor de cabelos na cor preta, cujo, não seu o nome. Ela trabalha na egrégora da Mãe Divina.

 

 

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