Não há uma solução em curto prazo para os problemas e conflitos – íntimos ou externos – humanos. O paradigma científico também obedece à mesma curva da evolução social e somente ascende quando as consciências se expandem e a perspectiva generalizada se amplia. As reperspectivações se fazem em diversos níveis, sempre de dentro para fora, obedecendo à suscetibilidade intrínseca – foro íntimo.
É preciso exaurir e estafar os interesses econômicos e egoístas numa crise mundial para o rearranjo da máquina social. Os cientistas, os pesquisadores e os líderes políticos, muitas vezes são apenas uma amostragem de toda incoerência e distorção social.
A crise paradigmática é uma crise moral e ética (consciencioética), muito mais que técnica, científica, administrativa ou política. É preciso investir na educação inter / multi / pluri e transdisciplinar trans e supra paradigmática com líderes pensadores que sirvam de exemplo e no autoconhecimento abrangente em movimentos universalistas de base. O novo paradigma consciencial eclode espalhado convergindo suavemente para uma nova perspectiva e consenso.
Segundo a observação histórica da humanidade pelo viés de certos tratados filosóficos e a moderna neurociência, a realidade é moldada contextualmente pela percepção e isso não é fácil mensurar (MARTON, 1981, p. 177). – MARTON, F. Phenomenography – Describing conceptions of the world around us. Instructional Science, p. 177-200. 1981.
As exigências práticas do século XXI advindas do paradigma vigente, o paradigma newtoniano cartesiano voltado ao lucro, ao mercado de trabalho, a competitividade e ao status quo super valorizam resultados (ALMEIDA, 1996, p. 233). – ALMEIDA, J. O. F. de. Paradigmas e Paradigmas: reflexões para ampliar a discussão. In: Simpósio Brasil-Sul de Informação, 1996, Londrina. Anais. Londrina: UEL/Departamento de Biblioteconomia, p. 233-240.
Mas as consequências, infelicidade apesar do lucro, doença e mal estar apesar da moderna medicina e vultosas indústrias farmacêuticas, a solidão e a depressão apesar dos vastos recursos de comunicação, transporte e superpopulações das grandes metrópoles e megalópoles, a competição mesquinha e o preconceito apesar do crescimento dos grupos religiosos, místicos, metafísicos, conscienciológicos, gnósticos e afins. O vandalismo apesar da educação e quantidade de informação, a fome apesar dos vastos recursos agrícolas e pecuários. E também o desemprego apesar das vastas oportunidades sociais, a miséria apesar da esmagadora industrialização, o comportamento hostil apesar do volume de conhecimento, o ceticismo apesar de contundentes e robustas manifestações PSI nas pessoas, não são bem interpretadas, devido a vários fatores sociais anestesiantes à autoconsciência e aos vários níveis de percepção.
Estas contundentes contradições soam ferir qualquer razão, lógica e coerência fazendo-nos repensar o paradigma vigente, seu sistema educativo (MARCONDES, 1994, p. 16), o sistema industrial, comercial, as referências do que se entende por “ciência” e questionar a qualidade de vida.
Assim sensibilizada, a autoconsciência, para perceber o fato, deve procurar entender o processo e procurar caminhos, alternativas e soluções para minimizá-lo sem utopia.
Por isso analisaremos as convergências, paralelos e divergências entre ciência, paradigma, parapsicologia, espiritualidade, realidade e consciência reperspectivando uma integração de percepções.
Acreditamos que uma perspectiva integral-sistêmica-holística, a que denomino consciencial, é o possível caminho para dirimir os problemas oriundos de um único paradigma assumido pela sociedade.
Não pretendemos conceituar, definir ou rotular ideias e possibilidades a cerceá-los em velhos termos e modelos travestidos de novos. Na falta de consenso e referências, as novas possibilidades dos paradigmas emergentes, nos valemos da semântica usual sem a intenção de nos preocupar com o desgaste da vulgaridade pela utilização dos termos e dos modismos linguísticos, como por exemplo, a utilização do termo holístico.
Podemos nos enganar ao interpretar certos conceitos, os quais nos levam a uma qualidade de vida ruim. E uma educação, formação e vida integral, reinterpretada sob o prisma de um novo paradigma pode ser um caminho para recontextualizar a realidade.
Conscientizarmo-nos que estamos perante a valores de um paradigma falido, pois é fácil constatar a nossa volta que instrução não é educação, que paixão não é solidariedade, que conta bancária não é sinônimo de felicidade, que sexo não é amor, que sucesso não é gratificação de vida, que gentileza não é afeto, que etiqueta não é prestimosidade, que ética não é retidão, que conscienciocentrismo não é ética e muito menos cosmoética, que religião não é espiritualidade ou o bem ou mesmo a ética, que conhecimento não é sabedoria, que ciência não é consciência, que profissionalismo não é competência e que quantidade não é qualidade, que intelectualidade não é discernimento. Sintetizando, que prazer não é felicidade e nem qualidade de vida.
Conscienciocentrismo é derivado de conscienciocêntrico – a consciência humana focada ao centro, priorização da evolução por um ponto de vista integral-sistêmico-holístico-metafísico, ou seja, consciencial, o aperfeiçoamento da consciência humana, não apenas como agente ético, psicológico e social, mas como essência, ser, self, eu superior, entidade transcendental, espírito, alma, veículo sutil, ou seja, o ser bio-psico-sócio-energético-espiritual.
Cosmoética é um termo que inicialmente propõe a ideia de moral ou ética cósmica, uma ética que transcende as perspectivas relativas, temporárias, locais, culturais, sociais e humanas, e que sugerimos aqui neste trabalho como Lei Natural Cósmica abarcando o macro, o microcosmos e os aspectos metafísicos, metapsíquicos, psíquicos, parapsíquicos, supramorais e transcendentais de todos os seres vivos de todos os reinos, uma integração sistêmica através de uma visão-percepção-intuição de síntese do universo.
Um questionamento maior acima das leis humanas e sociais, e como exemplo simples, o aborto é legal e ético em alguns países e ilegal e antiético em outros. Mas será que acima da lei humana não há uma “lei maior”?
Para entender e responder estas inversões de valores anteriormente citadas, podemos focar as seguintes questões:
- Como os paradigmas alteram a realidade?
- Como discernir ‘realidade’ de percepção?
- O quanto isto afeta a qualidade de nossas vidas?
- Como a educação pode servir para que um paradigma não limite a consciência da realidade?
- Por que agimos de forma alienada seguindo modas – “bois de manada”?
- Como atua o inconsciente coletivo e arquétipos nos grupos?
- Por que os grupos se comportam com tendências a se nivelarem por baixo com comportamentos diferentes do que teriam os indivíduos isoladamente?
- Como a ciência influencia a sociedade?
- Quem é, como é, e quem faz a ciência convencional?
- Há espaço para uma neociência baseada num paradigma consciencial?
- Quais agentes e quanto tempo são necessários para uma reestruturação factível da sociedade em nível das massas?
- Existem minorias já vivenciando este processo?
Estas perguntas comprometem os autores até certo ponto, pois teríamos que respondê-las, mas não temos esta pretensão e nem acreditamos num roteiro simples ou receita para respondê-las. Não existe um mapa, muito menos um simples caminho. O início de uma resposta surge talvez com o lançamento de outras perguntas. Com a possibilidade de ouvir os contrários e integrar os opostos. Talvez a solução seja complexa e imensamente difícil, mas a ideia de integração destes opostos – em parte proposta desta monografia/livro – seja bem mais simples.
A realidade é mais complexa que a ficção
No decorrer de nosso trabalho o leitor observará algumas afirmações onde nos entremeios das frases inserimos perguntas ou talvez dúvidas escritas entre parênteses terminadas com o ponto de interrogação. São pontos de questionamentos, de desdobramentos e dúvidas também.
Então, iremos analisar a influência do paradigma na interpretação da realidade, por que uma vida/educação integral, consciencial, é ou parece mais construtiva e realizadora que a vida/educação fragmentária convencional e cartesiana.
Por que chegou a hora de transcender o velho paradigma convencional – paradigma cartesiano-newtoniano, sem abandoná-lo e sim, transcendê-lo a algo com mais possibilidades de melhoria à frente. Porque as bases relacionais de sobrevivência e “crescimento” comerciais e industriais que estruturam os países e o orbe podem estar erradas.
Traçaremos perspectivas, esboços, possibilidades de um novo modelo em forma de um estudo exploratório ou releitura crítica, analítica e como ele poderá influenciar positivamente a educação além de todas as outras áreas, setores e instâncias da sociedade, transcendendo os valores estabelecidos e falidos, mesmo que em formato de novas dúvidas e perguntas.
Iremos também esboçar perspectivas para novas possibilidades que demonstram que já não são mais necessários grandes estudos metodológicos, análises estatísticas, pesquisas minuciosas, relatórios detalhados, para observar a falência do velho modelo e suas antigas referências.
Esperamos com esta proposta elucidar nossa perspectiva de construção de uma nova consciência. Esta poderá ser o caminho para uma nova realidade, uma nova ciência com base num novo modelo: o Paradigma Consciencial.
O objetivo deste trabalho é recontextualizar a forma de observação e análise lógica e racional (e o que se considera lógico e racional) dentro das possibilidades dos paradigmas emergentes. Integrar informações e rascunhar uma síntese empírica. Especular sobre as possibilidades racionais, sobre o que denomina-se sobre o transcendental em nosso estudo exploratório.
Nossa proposta é reavaliar os pontos de vista, rever valores, reler condutas, reagrupar conhecimentos, integrar os sistemas educativos e paradigmáticos numa teoria de visão integral e sistêmica – neociência ou paraciência (supraciência, metaciência, dê o nome que desejar) – e de forma mais holística tanto quanto possível. Já que o paradigma cartesiano, o paradigma vigente é fragmentário e já está testado pela prática generalizada até o momento – ano base 2013 -, e pelo cansaço, será menos complexo reteorizar um novo sistema paradigmático, um novo sistema educativo e social, uma nova visão integral numa abordagem mais sistêmica, mais abrangente e holística, mesmo correndo o risco de não nos aprofundarmos demais ou de podermos focar determinado ângulo específico num oceano de possibilidades e conjecturas.
A proposta de nosso estudo exploratório não é apenas uma soma de partes ou multidisciplinaridade ou mesmo a interdisciplinaridade, já propostas por vários outros autores, é uma integração das óticas, das perspectivas, das visões da cada conjunto e nichos humanos. Posso denominar isto com o neologismo metadisciplinaridade[3]. Não apenas um simples somatório, mas uma ponderação do custo-benefício de uma visão social-científica-metafísica mais ampla transcendendo o paradigma vigente, mas sem abandoná-lo, criando perspectivas factíveis de um paradigma consciencial. É uma perspectiva bem representada por esta expressão: toda exceção poderá conter uma relativa regra dentro.
A educação, a harmonia com a natureza e o sentido do sagrado como essência formadora do indivíduo que integra o caráter, a moral, a ética, a cosmoética, os princípios, os valores humanos e a espiritualidade é o que de forma velada ou explícita forma o cidadão, e de forma natural e fluente, este a respeita e reverencia por si mesmo, sem se preocupar com as leis, com a aprovação dos grupos e com terceiros que possam influenciá-lo de qualquer forma e intensidade. É a cultura de um povo, algo intrínseco, passado as gerações por comportamento e não por teoria ou imposição da lei.
O sentido da expressão ‘espiritualidade’ não tem qualquer intenção religiosa, dogmática, doutrinária, institucional, mas tão somente quanto ao sentimento e a necessidade fisiológica e intrínseca do ser humano em buscar algo transcendente, realizador e confortador dentro de si mesmo, valorizando com equilíbrio, ponderação e racionalidade suas vivências e perspectivas psíquicas. O tom e a nuance que cada cultura dá a esta ‘espiritualidade’ deve ser respeitada.
Afinal, o que é a realidade? O que é paradigma? O que é ciência? Como e quantos estes nos influenciam? O que é a verdade senão o que se considera ser na relatividade da existência e intersubjetividade das perspectivas e vivências específicas pessoais e grupais daquele momento evolutivo?
A metodologia utilizada para este trabalho será a análise descritiva, uma pesquisa e releitura bibliográfica do tipo exploratória com abordagem qualitativa e análise descritiva. Os instrumentos de coleta de dados foram livros, artigos, monografias, vídeos, cursos e sites idôneos da internet.
A seguir apresento uma visão geral e sintética de nossa proposta social-consciencial para sociedade.
Assim a síntese de nossa proposta está subdividida em:
- Introdução – Não existe uma solução efetiva em curto prazo.
- Paradigmas – A crise paradigmática é mais ética do que científica e não tem nada a ver com crise política ou econômica.
- A Ciência – A ciência é resultado do meio, se o meio não é sadio, a ciência também não o será.
- Educação – A educação é a principal ferramenta para a evolução social, seja científica ou ética.
- Parapsicologia – A Parapsicologia será a sétima força?
- Eras humanas – Eras são efêmeras, tudo passa, os paradigmas também passam.
- Consciência autoconsciência e espiritualidade – Sem autoconsciência tudo será frio, mecânico e sem realização pessoal.
- Caminhos para a construção de uma neociência – o paradigma consciencial. Para florescer uma nova ciência é preciso uma nova consciência.
- Experiência é a vivência pessoal – Um trabalho de base associado a um poderoso programa de educação trará resultado numa longa curva temporal e a Parapsicologia é uma importante ferramenta coadjuvante racional, idônea e imparcial, já que as religiões, o espiritualismo, as doutrinas, as lojas / casas / institutos psíquicos, metapsíquicos, parapsíquicos, metafísicos, conscienciocêntricos, são facciosos e apenas disputam seus mercados usando proselitismo.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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Ainda não li tudo e confesso que tive bastante dificuldade em entender muita coisa, mais o ponto é, você disse o que sinto e o que acho, posso dizer que a vida, a humanidade, a ciência e a religião é algo complicado, mais fico feliz em saber que há mais pessoas que pensam nestas coisas, obrigado.
Estamos juntos Eduardo, todos temos dúvidas.