O AMOR

O AMOR

A maioria dos religiosos acredita que este tal do amor que todo mundo fala e ninguém pratica é algo que afaga as cabeças, que é “bonzinho“, meigo, dócil, gentil e permissivo. Algo parecido com a velha Vovó doce do interior que sempre perdoa a netinha por qualquer arte que ela cometa por ser muito queridinha. Não estamos aqui para sermos “bonzinhos”, estamos encarnados para aprendermos a sermos mais conscientes, lúcidos, perceptivos e amadurecer para identificar, reconhecer e “abraçar” a nossa sombra, para então depois acessar níveis de consciência mais elevados onde captamos e manifestamos as virtudes. Tais virtudes não são pessoais, não são individuais, não são nossas, são uma manifestação do divino coletivo.

Ser bonzinho, simpático, fala mansa, piegas, etc, não é amor, é permissividade, distorção e total ignorância. O amor não é permissivo, ele é justo, imparcial, impessoal, não emotivo, não emocional, isento, inexorável e onipotente.

O amor é neutro. As energias cósmicas são neutras. Deus é neutro. As leis evolutivas são neutras. As leis não perdoam, apenas se executam em piloto automático. É como um software de computador que executa comandos. Claro isto se desdobra em vários argumentos apaixonados contra e a favor e pode ser distorcido ao gosto do freguês, mas não vou perder o foco agora.

Todo ignorante acha que está perdoado porque ora, reza, faz prece, porque se ajoelha, ou porque estuda, é intelectual, lê Bíblia, doa esmolas, faz caridade piegas, ministra passe, benze, abençoa, fornece consultas mediúnicas, faz trabalhos de energia diários, etc. Todo mundo se acha especial, querido, indispensável para sua religião, seu grupo, seus amigos espirituais e por aí vai.

Deus não é fiel, é justo! Fiel a quem ou o quê? Será que é fiel ao Corinthians? Mas então como fica o São Paulo? Deus é baiano? É brasileiro? Deus é católico? Os terroristas também matam em nome de Deus.

Bem, isto de se sentir especial, querer ser o máximo, o suprassumo ou “bonzinho” é um processo psicológico de compensação para autoadministração da insegurança a fim de se iludir firme psicologicamente. É um preenchimento ou fuga das carências gerais, principalmente a afetiva.

Deus, para uns é um velhinho de barbas brancas. Para outros é a Natureza, para outros as Leis Naturais. Para outros um milagreiro místico bravo, faccioso, emocional e desequilibrado.

Fazemos parte de uma tribo planetária primitiva, insegura e rústica sem coragem de enfrentar a si mesmo e sair da inércia consciencial. Melhor parecer do que ser. Melhor frequentar grupo salvo, grupo importante, grupo com razão total, com razão absoluta do que enfrentar a si mesmo.

Não é só o autoconhecimento que dói – conhecer as Leis Evolutivas também dói. Descobrir que não é especial, melhor, mais importante, não tem mais razão do que os outros, dói.

Claro, deus (com “d” minúsculo / serenão / mestre ascenso[1]) está com seu time, com seu estado, seu país, seu Ocidente ou Oriente, sua família, sua religião, seu grupinho evolutivo, suas escolhas e opções egoístas e vaidosas.

É o egocentrismo consciencial, a insegurança evolutiva, infantilidade consciencial da tribo planetária que naturalmente escolheu evoluir pelo anestesiamento da realidade das Leis Naturais.

Lembre-se: o amor é neutro e age na Lei Maior sem protecionismos, corrupção ou permissividade. A Lei é serena e implacável, inexorável e contundente e chama-se Karma[2] (ou Carma) também tratada como lei de ação e reação ou de causa e efeito.

[1] Todos com letras minúsculas mesmo.

[2] Conheça nosso livro O Karma e suas Leis

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