Em O Livro dos Médiuns (1), há importantes informações sobre os tipos de espíritas, de acordo com o grau de entendimento e a vivência dos princípios espiritistas:
1 – Espíritas sem o saberem: embora nunca tenham ouvido falar da Doutrina Espírita, têm o sentimento inato de seus postulados, expresso em palavras e pensamentos; nesses indivíduos, o Espiritismo está presente e, embora não o reconheçam, crêem em Deus, na imortalidade da alma, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados, na lei de causa e efeito, entre outros princípios espíritas.
2 – Espíritas experimentadores: para esses o Espiritismo é uma ciência de observação de fatos curiosos, que são as manifestações mediúnicas. Interessam-se apenas pelos fenômenos científicos, sem se aterem à parte filosófica e religiosa da Doutrina. Muitas vezes, por ignorância de dirigentes espíritas, participam de sessões mediúnicas, em completo despreparo espiritual e intelectual.
3 – Espíritas imperfeitos: crêem nos postulados espíritas; compreendem e admiram a parte filosófica e moral, mas continuam orgulhosos, materialistas e egoístas. Muitos são trabalhadores das Casas Espíritas. Não são, porém, engajados e comprometidos com sua própria reforma moral.
4 – Espíritas exaltados: entusiastas, deslumbram-se com a Doutrina Espírita, esquecendo-se de que a fé deve ser raciocinada. São presas fáceis dos mistificadores (encarnados e desencarnados), que deles se aproveitam para denegrir e ridicularizar a Doutrina e seus adeptos. Aqui também se encontram aqueles que, iniciantes na crença espírita, tentam “converter” todos os parentes e amigos, esquecendo-se de que cada Espírito tem o seu momento e modo de despertamento espiritual.
5 – Espíritas cristãos (ou verdadeiros espíritas): estudam e vivenciam os postulados espíritas em sua plenitude. Cientes da transitoriedade da vida terrena aproveitam a encarnação atual como alavanca para a evolução espiritual. Esforçam-se para reprimir suas más tendências, realizando sua reforma íntima. A caridade é a expressão de sua crença, embasada nos ensinamentos do Mestre Jesus.
A partir da aceitação dos postulados espíritas como ciência, religião e filosofia de vida, não cabe mais a afirmativa: Estou tentando ser espírita. É preciso coragem e determinação para assumir perante si mesmo e os outros: Sou espírita. Um espírita cristão, que vivencia os preceitos espíritas, demonstrando que a crença na Doutrina Espírita elucida o sentido e a razão da existência espiritual.
(1) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 35 ed. Araras, SP. IDE. Primeira parte. Capítulo III, itens 27 e 28.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
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