ALGUNS DOGMAS ESPIRITUALISTAS ESOTÉRICOS MÍSTICOS

ALGUNS DOGMAS ESPIRITUALISTAS ESOTÉRICOS MÍSTICOS

Estes são alguns dogmas que presenciei na Conscienciologia em Foz do Iguaçu, testemunhados por mim e Andréa, muito são bem engraçados.


Vocês conhecem alguma técnica para compensar a falta da dupla evolutiva?

Este foi um caso muito engraçado que aconteceu num grupo jovem que chamavam de Inversores Existenciais na Conscienciologia em Foz do Iguaçu.

O aluno, muito moço, diante de um debate sobre dupla evolutiva (almas “gêmeas”), perguntou se alguém conhecia alguma técnica para compensar a ausência de uma companheira, já que a linha de pensamento do grupo a que ele pertencia enfatiza a necessidade de ter parceiro(a) sexual perene para que possa dinamizar as experiências fora do corpo lúcidas e as bioenergias. Outro aluno, também jovem, ironizou: “masturbação!”

Em um grupo racionalista em demasia, empilhado de técnicas e regras para o comportamento humano, mas sem amor e com medo dos sentimentos e do afeto, os alunos acham que há uma técnica-padrão para tudo. Esquecem-se de que a prioridade está na transformação interior pelo amor universal.

A melhor técnica para resolvermos nossos problemas é o amor através da opção da modéstia. Sem confundir amor com apego, paixão ou correlatos. A melhor técnica para ampliarmos e aprofundarmos o discernimento consciencial é o amor.

“Amor, imbatível amor”, diria Joanna de Ângelis. Não há técnica que substitua a força de vontade, não há mentalsoma[1] que substitua o psicossoma[2]. Temos de trabalhar e evoluir de forma integral – senão, não será holossomática[3], mas apenas bioenergética ou mentalsomática.

Se você precisa de um(a) companheiro(a), transforme-se e se ame primeiro. Eleve sua autoestima e autoconfiança. Avalie e aperfeiçoe a sua própria maneira de ser. Compare o tipo de relacionamento amoroso que você idealiza com as companhias e amizades de que você se cerca. O resto vem por consequência.

 


Vou comemorar meu aniversário! Isso é coisa de psicossoma!

Psicossoma é o corpo sutil responsável por nossas emoções também conhecido como corpo astral. Em determinado encontro de pesquisadores adolescentes, quando um dos jovens comentou que comemoraria seu próprio aniversário, um interlocutor retrucou: “Isso é coisa de psicossoma!”.

O substrato dessa frase expressa o pensamento arrogante de que a emoção, os sentimentos e a socialização devem ser desprezados, como se a intelectualidade e a sociabilidade fossem incompatíveis, ou seja, a presença de um significa a ausência do outro. Há pessoas cultas, de alta formação acadêmica e nível de renda, que apresentam mentalidade mesquinha e imatura (facciosa e egóica, presa a si própria e ao grupokarma).

Indivíduos que desperdiçam expressiva parcela do cotidiano com críticas gratuitas (por vezes, corrosivas e feitas apenas pelo prazer de criticar) a tudo e a todos, em regra não possuem espelho consciencial (negligenciam o autoconhecimento e o autoenfrentamento).

Discutem, em excesso, teorias e futilidades técnicas. Maior o exagero nas críticas, menor a visão de conjunto. Maior a amplitude consciencial, maior a visão de conjunto no espaço e no tempo, maior a capacidade de compreensão e respeito pela condição evolutiva própria e alheia, maior a moderação ao formular juízos de valor.

Não há abordagem integral e holossomática que justifique de pronto, sem considerar as peculiaridades do caso concreto, rotular como “coisa de psicossoma” uma comemoração de aniversário. Há pessoas que fazem de uma comemoração de aniversário um espetáculo midiático e apoteótico. O mal em comemorar aniversário, como tudo na vida, ocorre quando há exagero.

O holossoma[4] se compõe de três veículos de manifestação da consciência. Devem ser trabalhados para evoluírem juntos, de forma integral. Um indivíduo sem nível de questionamento assimila o holopensene (forma-pensamento global predominante) do mentor intelectual do grupo a que se vincula, sem aumentar, de modo proporcional, o próprio nível de discernimento.

Nos movimentos religiosos e espiritualistas da atualidade há várias formas sutis, falaciosas e dissimuladas de censura à liberdade de expressão e de cerceamento à liberdade de consciência. Exclusão de ideias e opiniões tidas como “antidoutrinárias”, “atrasadas” ou “deselegantes” (discordantes com o pensamento dos dirigentes do grupo).

Táticas de lavagem cerebral para convencer os “fieis” de que os pensadores e cânones da Casa são os únicos “autênticos” ou “avançados”. Estratégias para desconstruir a integridade psíquica do interlocutor, por meio de violência verbal, ofensas morais dissimuladas, análises clínicas em público e o deboche sistemático.

Tão anticosmoético quanto ingressar em um movimento religioso ou espiritualista apenas para tumultuá-lo é os líderes intimidarem a base do movimento, para que não haja crítica alguma, mesmo que construtiva e ponderada, realizada de boa-fé. Há movimentos que preconizam que seus membros não acreditem em nada, exceto em suas próprias vivências, mas não permitem questionamentos lúcidos, desapaixonados e impessoais.

Quem percebe o campo bioenergético, a bolha grupokármica, faz uma leitura energética (psicometria) do movimento, sem necessitar ouvir uma palavra. As bioenergias são o cartão de visita da consciência, do grupo e do local.


Não use este enfeite senão dirão que você está fora do holopensene

Isto aconteceu bem na minha frente, com duas amigas respeitáveis e em posição de lideranças. Antes de irmos juntos ao encontro do grupo uma perguntou a outra de o ornamento (gargantilha) que usava poderia ser mal interpretada. A outra sabendo da ignorância e preconceito das pessoas de seu grupo respondeu: “não use este triângulo, senão dirão que está fora do holopensene e que é mística”. Claro, a primeira trocou o ornamento.

Então vemos o empacotamento de posturas, procedimentos, modos de falar e vestir nos grupos. É a pressão energética da bolha holopensênica em cima dos indivíduos sem discernimento. Mera manada de seguidores com a ânsia de participarem, de serem importantes e aceitos pelo grupo que não podem refutar pela falta de ética e cosmoética do mesmo. Há grupos elegantes e sofisticados com intensa truculência bioenergética.


Música é coisa de psicossoma

Ouvi isso no mesmo grupokarma em que ouvi a asneira do item anterior. Os sons são apenas uma forma de energia que atuam psiquicamente. A música é uma combinação de sons que agrada ao ouvido. Portanto, uma forma de energia a estimular uma consciência e seus respectivos pensamentos, sentimentos e energias. O que a pessoa exala depende dela e não da música. O universo possui um som (música), o Big-Bang outra, o Sol outra e até os chacras possuem sons.

A música evoca, estimula ou deprime, desperta sentimentos ou emoções densas, conforme a sintonia que seu autor buscou. Ouvir música é como se alimentar. Alguns se alimentam de saúde e outros de doença. As boas músicas acalmam e trazem paz (musicoterapia é ciência convencional aceita no meio acadêmico).

A música trás uma série de benefícios para saúde comprovados cientificamente. Vide artigo:

Ouvir música faz o cérebro inteiro se iluminar – 16/12/2011 –

<http://diariodasaude.com.br/news.php?article=ouvir-musica-faz-cerebro-inteiro-se-iluminar&id=7233>


Não vim aqui para fazer amigos, vim para mentalsoma

Ao frequentar certo grupo, ouvi essa frase que deve ficar para a posteridade como um marco da ignorância humana. Essa pessoa, que me marcou pelo que disse, afirmou que frequentava aquele grupo evolutivo apenas para praticar o mentalsoma e não desejava de jeito nenhum fazer amigos.

Até as empresas convencionais sabem que a Ética, a Moral, o bom ambiente de convivência e a fraternidade fazem bem aos funcionários e clientes. Qual o nível de assistencialidade dessa consciência? Como uma pessoa que diz que frequenta uma instituição “conscienciocêntrica” tem uma atitude dessas? Não adianta frequentar grupo evolutivo de discurso sofisticado apenas por orgulho intelectual.

A amizade é uma forma de amor, uma das melhores coisas do mundo. Não adianta correr atrás de ser mais evoluído; sua competência é seu limite momentâneo, espaço-temporal relativo. A sua competência evolutiva é a mesma, esteja você sozinho em casa, participando do grupo A ou do grupo B.


Para evoluir tenho que largar a família

Há algumas linhas de pensamento que cultivam essa ideia perigosa e escapista. Induzem adolescentes a abandonarem a família como sinal de lealdade ao movimento espiritual / evolutivo que abraçaram. Os adolescentes são imaturos, inseguros e, com os hormônios aflorando, sem nível de questionamento – em fase de eclosão de porão consciencial[5], estão sujeitos a atitudes radicais e impensadas, em relação às quais podem se arrepender mais tarde.

Às vezes, o adolescente se vê obrigado a sair de casa para garantir a sobrevivência da família (por exemplo, quem imigra em busca de melhores condições de vida para si e para os familiares que ficaram na terra natal). Às vezes, deixa o lar fugindo da violência física e psicológica. Cada caso é um caso. Não há receita. O ideal é evitar a excessiva dependência da família do ponto de vista psicológico e financeiro.

Se for seu caso, estude e veja de tudo, mas “não mergulhe de cabeça”. Quando falarem que você deve largar a família para acelerar a evolução, desconfie. É fuga da realidade. Mais uma forma de distorção consciencial imatura e lavagem cerebral. A família é compromisso pessoal, geralmente com muitos débitos kármicos. É muito fácil largar e abandonar[6] sem assistir e sem modificar a si mesmo. Além do mais é mais fácil manipular os mais jovens e inexperientes que os mais maduros e vividos. Melhor abandonar as dependências, sejam da família ou de quaisquer outros.


Conclusão: é um povo fiel de muita fé!


[1] Corpo mental, corpo da intelectualidade.

[2] Corpo emocional.

[3] Derivado de holossoma – conjunto de corpos sutis do ser humano ou conjunto que perfazem os veículos de manifestação da consciência.

[4] Embora o Budismo e a Teosofia descrevam sete corpos, isso é relativo. Não vamos entrar no mérito, no momento.

[5] Porão Consciencial é a fase da adolescência, época que eclodem as manifestações densas de vidas passadas.

[6] Recomendo o livro “Autocura através da Reconciliação”, de Málu Balona, ed. IIPC.

 

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