O que é – é o medo da morte. Thanatos, como personagem da mitologia grega, é configurado como filho de Nix (noite) e irmão de Hipnos (sono). Thanatos habita o reino dos mortos.
Três Medos – segundo o filósofo Jacques Choron existem três tipos de medo da morte: medo do que vem depois da morte (ligado as religiões, castigos, solidões, sentimento de culpa, etc.), medo do evento ou do processo de morrer (sofrimento prolongado, fraqueza, dependência, estar exposto e vulnerável, etc.) e medo do “deixar de ser” (é o mais terrível, é conflito entre o nada versus a continuidade após a morte, o não ser).
Crença – Crê-se que vencer o medo da morte faz vencer todos os demais medos.
Literatura – ainda hoje é difícil achar alguma literatura sobre este tema. Também não existe literatura para provar que o fato da morte como um fim definitivo. É um tema carregado de dogmas, mitos e simbologias populares, o que dificulta uma visão mais realista e científica do assunto.
Ciência – a ciência ignora os conteúdos mitológicos e assume uma postura excessivamente racional e impessoal, desprezando o fator emocional do ser humano perante a morte.
Insegurança – a necessidade de segurança e a presença de emoções, medos em vários níveis, faz aparecer no homem uma busca mítica pela imortalidade.
Eutanásia – a eutanásia é uma ação, diante de um doente terminal, mantido vivo só por aparelhos, onde se desliga estes, para que o doente possa morrer, ao invés de mantê-lo numa vida vegetativa.
Tecnologia – os recursos tecnológicos dos modernos hospitais privam o doente terminal do convívio íntimo com sua doença e com seu processo de morrer. Insiste-se numa sobrevida sem preocupação com o sobrevivente e retira-se o direito de decisão, mesmo se este estiver mentalmente capacitado.
Cultura – a nossa cultura estimula todos os níveis de apego: ao corpo, ao trabalho, ao status, ao carro, etc. São os apegos que mantém um indivíduo preso, sofrido e ancorado evolutivamente em função de sua luta constante contra possíveis perdas.
Oportunidade – é retirado do doente a oportunidade de uma crise existencial fundamental ao seu processo evolutivo. O desapego é o atributo necessário que temos de desenvolver para aprender a morrer. A última coisa que podemos fazer bem nesta vida é morrer bem.
Conforto – é aceitável que os recursos tecnológicos estão aí para o conforto do homem, oportunidade de sobrevida, supressão de dores, terminalidade mais digna. O que acontece é que a ciência cultua uma pseudo-imortalidade biofisiológica, esquecendo-se da individualidade e as emoções do paciente.
Pós-morte – uma morte digna, menos traumática, supõe-se que traria uma “passagem” energeticamente mais harmonizada, favorável ao aumento de lucidez da consciência.
Negação – a negação é o mecanismo de defesa encontrado nos parentes do paciente, no paciente e da equipe médica. Quanto mais se avança na ciência mais parece que se teme e se nega a realidade da morte.
Aceitação – só quando o paciente terminal “aceita” a morte é que começa a avaliar o significado de sua vida. Tendo passado várias fases antes do processo de aceitação, o indivíduo “vive” finalmente o “seu morrer“, madura e conscientemente, como deveria tê-lo vivido sempre.
A Família – a família percebe que gradativamente e saudavelmente, o doente afasta-se dela e ao contrário do que parece não parou de lutar pela vida, mas parou de lutar contra a morte. Agora seus velhos pensenes são transmutados em neopensenes lhe facultando um novo e melhor equilíbrio holossomático.
Admissão – a única forma admissível da morte historicamente hoje é a do guerreiro em batalha. Hoje não existem mais batalhas e estas foram substituídas pelo piloto de provas que morre, no paraquedista ou condutor de asa delta que cai, no motoqueiro que se esborracha ou no guitarrista que toma uma overdose. Há diversas manifestações contemporâneas que substituem o fragor das antigas batalhas como cenários de morte de nossos heróis.
Responsabilidade – a sociedade vive a vida deixando para os outros, principalmente as religiões em seus aspectos paternalistas e salvacionistas a responsabilidade para com a morte e o pós-morte. Os profissionais de saúde e as religiões aceitam, beneficiam-se e estimulam este repasse de responsabilidades, como usufruto de poder e domínio, por arrogância e interesses econômicos entre outros.
Neurose – quando esta sociedade neurótica vai ter coragem de conversar abertamente e sem medo sobre a morte e o morrer? Falar sobre morte é considerado mórbido e negativo enquanto as pessoas supervalorizam o corpo, os carros de luxo, as dietas milagrosas, os Spas e academias de ginástica, a cirurgia plástica, a jovialidade, as viagens e férias como coisas de valor e status. A morte significa parar de valorizar tudo aquilo que a sociedade nos incentiva a obter e manter a qualquer preço.
Lucidez extrafísica – o indivíduo que tenha sequer uma só projeção consciente, muito lúcida, perderá definitivamente o medo da morte, porque foi e voltou e conhece o lugar e nenhum dogma, religião ou misticismo vai lhe convencer do contrário.
Viagem Astral – as projeções conscientes lúcidas estão inacessíveis a maioria da humanidade devido a nossa exclusiva e única inabilidade e medo dos processos projetivos e dos tabus e preconceitos que nos envolvem.
Universalismo – aos indivíduos que praticam a projeção consciente regularmente e visitam outras dimensões, é inevitável o caminho do universalismo e a espiritualidade, hoje ou mais tarde, depois de questionar: O que sou eu? De onde vim? Para onde vou? Porque existo? O que é e onde está minha consciência?
Falta de lucidez – a falta de lucidez destrói as experiências pessoais inegáveis para a consciência. O medo surge da insegurança de não se saber o que há depois da morte.
Instituições – as instituições religiosas, científicas, esotéricas, cada uma tem seus mitos, preconceitos, interesses e principalmente radicalismos. Muitos interesses são definidos e expressados através da palavra NÃO, negando as experiências pessoais intransferíveis, impondo-se falsas “verdades” e nenhuma delas ponderando ou estudando o assunto numa postura de medo do novo (neofobia) e rivalidade.
Inevitabilidade – a morte é inevitável, assim como aos nascimentos. Quantas vidas já vivemos? De quantas formas já morremos? Quantas projeções inconscientes já tivemos? O nascer e o morrer são fases necessárias ao nosso processo evolutivo.
BIBLIOGRAFIA:
EGG, Liane Martins; Tanatologia: Uma revisão crítica das concepções sociais e individuais sobre a morte e o morrer; CONSCIENTIA; Curitiba – PR; Revista; Trimestral; Nº 2; Abril/Junho, 1997; p. 83-95.
Autor: Dalton Campos Roque – Foz do Iguaçu, 27 de março de 1998.
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Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
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Dalton