Curiosamente os seguidores da Doutrina Conscienciológica jamais aplicam o “princípio da descrença” aos conceitos elaborados pelo líder supremo da Neociência.
Por Rodolfo do @Universo_divino
A Conscienciologia foi fundada pelo médium Waldo Vieira (1932-2015) que foi parceiro de Chico Xavier durante 28 anos, tendo psicografado dezenas de livros de grande relevância para a Doutrina Espírita. Por motivos pessoais, em 1996, o médium abandonou o espiritismo e passou a dedicar-se ao estudo da consciência e da projeção fora do corpo (projeção astral). Dessa forma, foi o propositor e fundador das autointituladas “neociências” Conscienciologia e Projeciologia.
Para os pesquisadores da consciência, também conhecidos por “conscienciólogos”, após o paradigma consciencial, toda informação deve ser submetida ao “Princípio da Descrença”, cujo conceito já fora trabalhado por Helena Blavatsky, conforme segue : “Os teosofistas estudam todos os sistemas – e não ensinam nenhum, deixando que cada um pense e busque a verdade por si mesmo. Nossos membros apenas ajudam uns aos outros no trabalho comum, e cada um de nós está aberto a mudar de convicção, sempre que a provável verdade de qualquer hipótese dada for demonstrada à luz da ciência, da lógica ou da razão modernas. (…) Mas o que nós pedimos, e com a maior ênfase, é que as pessoas estudem, comparem e pensem por si mesmas antes de aceitar definitivamente qualquer testemunho de segunda mão.” [H.P. Blavatsky, em Collected Writings, TPH, Adyar, volume III, p. 356-357].
Do ponto de vista conscienciológico, para que o indivíduo absorva o supra sumo de um tema ou teoria, deve estar plenamente lúcido e desperto, ou seja, livre de obsessores e despido de toda e qualquer crença, dogma, condicionamentos sociais, supertições, mitos e alienação. Desta forma a experiência de concatenar idéias estaria sob a neutralidade de qualquer influência externa, cabendo ao indivíduo assimilar ou refutar informações.
Para os seguidores desta linha evolutiva foi criado um dicionário próprio de neologismos, de forma que os iniciantes familiarizem-se com as terminologias e jargões científicos. Em uma análise superficial, da literatura conscienciológica, é possível perceber conceitos que são sinônimos, trazidos do Espiritismo e encobertos sob o manto de jargões científicos. Podemos citar como exemplos:
SOMA = encarnação
RESSOMA = reencarnação
CONSCIÊNCIA = alma ou espírito
TENEPES = prece ou oração
AMPARADOR = mentor espiritual extrafísico
SERIÉXIS = ciclo de reencarnações
CONSCIN – espírito encarnado
CONSCIEX = espírito desencarnado
Em complemento, a Conscienciologia também aborda estudos sobre temas como COMPAIXÃO, AMOR, PERDÃO, SOLIDARIEDADE e AJUDA AOS SEMELHANTES e FRATERNIDADE, assuntos tratados sob o termo de “ASSISTENCIALIDADE” .
Neste sentido, o ser desperto, ou seja, livre definitivamente de obsessão , estaria apto a servir outras consciências com a tarefa do esclarecimento, que segundo a neociência trata-se de missão superior à tarefa de consolação. Assim, alcançada a maturidade consciencial, a evolução da consciência, através do autoconhecimento,passa a ser a tônica do Ser.Entretanto, temas como HUMILDADE e CARIDADE não são objeto de estudos da Conscienciologia. Devido aos jargões excessivamente técnicos e científicos,os debates que são chamados de “Tertúlia Conscienciológica” ficam restritos a acadêmicos de várias áreas do conhecimento,onde também é nítido o sentimento de superioridade, ego inflado e uma alta carga de preconceito em relação às demais linhas evolutivas.
Curiosamente os seguidores da Doutrina Conscienciológica jamais aplicam o princípio da descrença aos conceitos elaborados pelo líder supremo da Neociência.
Portanto, qualquer afirmação do propositor da Conscienciologia não é passível de questionamento, como exemplo podemos citar o fato na Tertúlia 1643, o Médium Waldo ter afirmado que era superior a Jesus.
Dentro desse sistema hierarquizado de conhecimentos, os membros acreditam que estão livre da alienação mental. Em experimentos consignados pela neociência, chegou-se à conclusão de que a HUMILDADE seria uma atitude hipócrita, provocada por assediadores da consciência. Para tanto, nos bastidores da doutrina conscienciológica os membros utilizam o termo “MODÉSTIA”. Outra curiosidade é que os estudiosos do Evangelho são conceituados como personalidades assediadores parapatológicas, tudo conforme o livro elaborado pelo legislador da Doutrina Conscienciológica, denominado 700 Experimentos da Conscienciologia.
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