Eu criei este termo “pseudocético” ao observar o comportamento de céticos “crentes” em grupos e redes sociais, e criei este raciocínio dentro da obra ASCENSIONE NA MATRIX. Depois fiquei surpreso, ao ler o livro O FIM DO MATERIALISMO, Cultrix, Charles T. Tart, Ph. D., em que na página 85 da 1ª edição, 2012, por surpresa minha, encontrei o mesmo termo, utilizado com o mesmo raciocínio. Nem eu o copiei e nem ele de mim, foi um pensamento racional óbvio deduzido.
Não resisto a citar 2 parágrafos que iniciam na página 84 e seguem a 85 para demonstrar a excelente argumentação de tal autor que converge muito com a minha:
(…)
Ser cético em termos gerais ou, pelo menos, nos casos em que a dúvida se justifica, é uma estratégia racional e consistente em nossa vida. Há muitas coisas que pensamos saber, mas sobre os quais podemos estar enganados[1]. Ser cético também é um papel social honorável e bem-conceituado, sobretudo nas rodas intelectuais. Tendemos a ver os céticos como pessoas mais inteligentes e perspicazes do que as que aceitam tudo o que lhes dizem, sem questionar nada. Ser cético sugere que alguém tem talento, que consegue enxergar muito além do que a maioria e submeter as coisas a um exame bem mais exaustivo, porque deseja conhecer a verdade do seu objeto de análise – ou, pelo menos, chegar mais perto dela. Você talvez me classifique como cético em relação ao materialismo, por exemplo; não que eu duvide da realidade do mundo material, mas duvido do tipo de pensamento que exige que tudo seja totalmente explicado em termos materialistas convencionais. Em geral, vejo com muito ceticismo qualquer afirmação de que todas as coisas podem ser explicadas em termos de determinado sistema de pensamento; será que somos tão inteligentes assim? Eu vou dizer: sim, meu ego acha que, por pensar desse modo, sou inteligentíssimo[2].
Contudo, a compreensão e o funcionamento apropriados ao ceticismo são extremamente confundidos graças à existência de inúmeros pseudocéticos[3], indivíduos que se dizem céticos – que querem conhecer a verdade, porém duvidam da pertinência das explicações correntes -, mas que, na verdade, são adeptos e defensores de algum sistema de crença que, na opinião deles, já tem toda a verdade necessária. Esses pseudocéticos chamam a si próprios de céticos em razão do grande prestígio dessa palavra, em vez de se rotularem mais apropriadamente, digamos, de “crentes no Sistema M[4]”, que não apreciam os fatos ou as ideias sobre os quais você está falando e querem desacreditá-lo em defesa do Sistema M. São mistificadores, missionários, advogados. Porém, a palavra crente não desfruta do mesmo prestígio nos meios intelectuais, eles preferem chamar-se de céticos.
(…)
[1] Nota do autor: Efeito Dunning Kruger.
[2] Grifo em negrito de Dalton.
[3] Grifo em negrito de Dalton.
[4] Sistema hipotético qualquer que algum pseudocético creia.
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