O EXTREMO E O CENTRO - AIVANHOV

O EXTREMO E O CENTRO – AIVANHOV

Trecho de conferência realizada na França, em 1968 pelo mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, cujo, já psicografei uma mensagem publicada no livro Mensagens de Ramatís e Amigos Espirituais, Dalton

“… A Ciência Iniciática ensina que a verdadeira força consiste em permanecer no centro, naquele núcleo central de luz e calor, de inteligência e amor. De minha parte, toda a minha vida tenho me esforçado para me aproximar deste centro a fim de ver as coisas como realmente são e, se eu as entendo hoje, é porque eu me movi para mais perto do centro. Se eu desviar do centro – mesmo que apenas por alguns dias – a desordem começa a parecer normal para mim também, e eu começo a me perguntar o que é tão repreensível nela. É por isso que eu entendo as outras pessoas. O problema, porém, é que elas não entendem a si mesmas; não sabem onde estão ou por quê. Eu sei onde elas estão, porque tudo na minha cabeça está devidamente classificado e arquivado onde pertence. Eu sei exatamente onde alguém está e o quão perto ou quão longe está do centro, do mundo divino.

Ah, sim, esta questão do centro e periferia é tão importante. Muitas vezes falei a vocês sobre ela e sobre o símbolo do círculo com o ponto no centro que podemos ver em nossos olhos, assim como em outras partes do nosso corpo. E no entanto, apesar de os seres humanos carregarem uma forma simbólica deste ‘livro de sabedoria’ permanentemente em seus corpos, eles nunca o entenderam. Tem sido parte deles por milhões de anos mas nunca apredenderam a decifrá-lo. A periferia e o centro ambos existem e devemos ficar perto, o mais perto possível, do centro, pois apenas lá encontraremos paz. Na periferia existe apenas confusão e desordem e quanto mais vocês se aproximam dela mais em perigo estão de serem jogados para ainda mais longe do centro até que se desintegrem no espaço. O centro representa o ponto mais alto do homem, o ápice do seu ser, sua alma e espírito. E a periferia representa a discórdia e as dificuldades que ele encontra quando a sua consciência se descentra e habita tudo que é estrangeiro e estranho à sua alma e espírito. A maioria dos seres humanos passa o seu tempo balançando para frente e para trás entre o centro e a periferia: um pouco de paz e tranquilidade seguido por dificuldades e desordem; novamente, um momento de paz, e assim por diante. Muito poucos são capazes de permanecer imóveis no centro, no pico do seu ser.

Para ilustrar este conceito da periferia e do centro, tenho muitas vezes usado a imagem do ‘rotor’, a plataforma circular giratória que se vê em parques de diversão. Naturalmente, o rotor é apenas um divertimento, mas é um excelente exemplo dos efeitos das forças centrífuga e centrípeta que existem não só no plano físico mas também na vida espiritual. Se você não quiser ser arremessado para fora do centro pela força centrífuga, é necessário checar constantemente a sua posição e, se achar que se afastou em direção à periferia, lembre a si mesmo que sofrerá por isso e, em seguida, sem perder tempo, retorne ao centro.

Quando perceber sinais de caos em sua vida interior, tome isso como um aviso: mais cedo ou mais tarde você está fadado a ser emboscado ou reduzido a pó, derrubado, a bater ou ser atingido por alguém. É assim que a lei funciona. É claro, um médico irá explicar a sua condição dizendo que você está sofrendo de uma falta ou um excesso de minerais ou vitaminas; um padre vai dizer que é porque você não vai à igreja; o político local dirá que é porque você não pertence ao partido dele, etc. Todos eles terão suas próprias teorias sobre o que o aflige, mas eu posso dar-lhe a explicação real – e é muito simples: é porque você se desviou do centro. Vocês podem não entender o que estou dizendo realmente, mas esta é a explicação mais precisa; muito mais precisa do que as explicações oferecidas por médicos, padres e políticos, porque resume toda uma filosofia.

A linguagem que eu uso vem de muito longe e muito alto. Não é a linguagem complicada que vocês usam, com todas aquelas palavras e frases que sou obrigado a adotar a fim de me fazer entender por vocês. Eu preferiria muito mais falar com vocês na minha própria linguagem, a linguagem de símbolos cabalísticos, astrológicos, geométricos. Mas vocês não conhecem esse idioma e nenhum de vocês me entenderia. Eu tenho que usar a sua linguagem e tirar exemplos das coisas que vocês vêem e experienciam em suas vidas diárias se eu quiser que me entendam, mas ainda tenho a minha própria linguagem especial. Sei de antemão que, se eu disser a alguém, ‘Você está muito fora do centro, camarada! “, ele não vai entender, e no entanto é a explicação mais precisa para as suas dificuldades. Tentem entender, portanto, que devemos constantemente nos aproximar deste centro dentro de nós. É isto que estamos fazendo aqui, todos os dias, várias vezes ao dia, por meio de nossas meditações e exercícios espirituais e, em especial, todas as manhãs ao nascer do sol.

Na medida em que nos aproximamos do sol – simbolicamente falando – recebemos mais luz e maior calor e a vida se torna mais intensa. Aqueles que se afastam do centro, do sol espiritual, perguntam-se por que estão frios e na escuridão, por que a vida os abandona. Posso dizer-lhes; é muito simples: ‘Você se desviou para muito longe do centro; você precisa retornar a ele a fim de encontrar luz, calor e vida.”

Omraam Mikhaël Aïvanhov

Le Bonfin, 15 de Julho de 1968

Traduzido de A New Dawn: Society and Politics in the Light of Initiatic Science – Part 1

Complete Works: Vol.25 – http://www.prosveta.co.uk/a-new-dawn-society-and-politics-in-the-light-of-initiatic-science-1

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