Saiba o que acontece em seu cérebro quando você lê poesia

INTELIGÊNCIA – O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO

Retirado de: <https://www.brainlatam.com/blog/superdotados-o-funcionamento-do-cerebro-1467>

Em um mundo de constante inovação tecnológica e disputa no mercado de trabalho, diversas pessoas buscam por qualificações visando o destaque na sua área de atuação e cargos de respeito. Sabe-se que todo aprendizado necessita de esforço e gasto de energia para ser adquirido, mas as pessoas possuem um tempo de processamento diferente para adquirirem o conhecimento. Essa diferença de cada indivíduo está associada ao alto coeficiente intelectual (QI) e costuma se destacar na infância e adolescência. Alguns chamam de superdotação, outros de genialidade…, mas o questionamento da população é: o que diferencia uma pessoa ser mais inteligente que a outra?

Processar uma informação rapidamente tem suas vantagens como apresentar um senso crítico apurado, habilidades de destaque, capacidade analítica desenvolvida. Considerado como uma benção, poucos se questionam se todas as pessoas com QI elevado conseguem mesmo atingir a alta capacidade cerebral e, por esses fatores, entender o cérebro de pessoas com QI elevado é o interesse de muitos pesquisadores.

Quais são os recursos neurais que essas pessoas apresentam? Como elas possuem essas capacidades tão desenvolvidas? Muitos se enganam por acreditarem que o cérebro dessas pessoas é maior. Pelo contrário, as crianças com essas capacidades apresentam córtex cerebral menor. Normalmente, crianças com QI normal apresentam, na primeira infância, um córtex cerebral mais grosso e, na adolescência, a sua área é reduzida. Já em crianças com capacidades cognitivas maiores, a massa cerebral sofre um espessamento e um engrossamento lento até atingir a adolescência. Isso significa que, para estas crianças, suas habilidades vão se especializando ao decorrer dos anos atingindo o potencial na adolescência.

Trazendo um pouco da história, o QI elevado foi associado ao sexo masculino por apresentar uma assimetria funcional menos expressada dos hemisférios, ou seja, pesquisadores concluíram que o hemisfério direito era mais ativo para pessoas talentosas [1]. Através de um estudo usando fMRI + EEG, foi possível verificar que o mesmo hemisfério se relaciona a mateméticas [2] mas, já em estudos mais recentes, foi possível concluir que o QI elevado não está associado ao gênero[3]. O que se sabe, de característica comum nessas pessoas [4] são:

  • Curiosidade e vivacidade mental;
  • Motivação interna;
  • Persistência na área de seu talento;
  • Facilidade de compreensão e percepção da realidade;
  • Capacidade de resolver problemas;
  • Energia;
  • Habilidade em assumir riscos;
  • Sensibilidade;
  • Pensamento original e divergente;
  • Conduta criativa

Essas características estão associadas com a habilidade de raciocinar, agir, focar a atenção e reagir a estímulos sensoriais externos, onde existem diversas regiões do cérebro responsáveis por essas funções. Crianças com QI elevado apresentam essas áreas cerebrais com maior especialização e, além disso, uma eficiência neuronal muito grande. Todos esses fatores estão associados a capacidade cognitiva.

Outro fator que diferencia essas crianças este em um fenômeno já conhecido: a plasticidade. Diversos cientistas caracterizam o cérebro dessas pessoas como “uma mente em eterno crescimento” devido aos circuitos e caminhos cerebrais estabelecidos para atingir uma maior conexão entre as estruturas. Vale ressaltar que, apesar de apresentarem uma elevada capacidade de plasticidade cerebral, o desenvolvimento ocorre de forma otimizada, porém, lenta. Enquanto uma criança com QI normal tem sua maturidade entre os 5 e 6 anos, a maturidade das mentes geniais é alcançada na adolescência [4].

Entretanto, será que esse rótulo de SUPER INTELIGENTE é saudável? Apresentar esse QI elevado não significa que a pessoa irá alcançar habilidades sofisticadas. Muitos fatores, como por exemplo a neuroeducação na primeira infância, podem fazer com que a criança não atinja uma alta performance. Mente mais fraca, expectativas criadas, baixa autoestima, falta de motivação são fatores que podem gerar grandes problemas para essas pessoas. Não rotular crianças é uma questão importante para não criar mensagens negativas e atrapalhar o crescimento. Além disso, a superdotação está associada também ao comprometimento, interesse, criativade. No vídeo abaixo podemos entender melhor sobre isso.

Deu para perceber que essa capacidade depende do desenvolvimento cognitivo? Para conseguir registrar essas interferências, podemos fazer o uso do EEG e fMRI. Para quem tem interesse em analisar as funções cognitivas e associar com capacidade de aprendizagem, um dos equipamentos de grande destaque que permite fazer a aquisição desses sinais é o BrainAmp MR plus, que apresenta um amplificador e uma gama elevada para combinar os dados e analisar as funções cognitivas.

Referências

[1] Geschwind, N. & Galaburda, A.M. (1985b). Cerebral lateralization. Biological mechanisms, associations, and pathology: II. A hypothesis and a program for research. Archives of Neurology, 42, 521–552.

[2] O’Boyle, M.W., Cunnington, R., Silk, T.J. et al. (2005). Mathematically gifted male adolescents activate a unique brain network during mental rotation. Cognitive Brain Research, 25, 583–587.Pantev, C., Ross, B., Fujioka, T. et al. (2003). Music and learning-induced cortical plasticity. Annals of the New York Academy of Science, 999, 438–450

[3] Hyde, J., Lindberg, S.M., Linn, M.C. et al. (2008). Gender similarities characterize math performance. Science, 321, 494–495.

[4] Revista Educar FCE – 24 ª EDIÇÃO – NOVEMBRO/ – 2019

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