por Professor Fábio Eduardo da Silva, professor do Tio Dalton e da Tia Dedéa nas Faculdades Integradas Espíritas – foi orientador de Andréa em sua monografia de meditação.
Segundo Richet, em seu tratado de Metapsíquica, esta divide-se em quatro períodos: O Período Mítico – com os fenômenos envolvidos em mistério, no sobrenatural – que vem desde os primórdios da humanidade até Mesmer (1776). O Período Magnético – caracterizado pelo magnetismo animal, pelas curas e pela hipnose – que começa com Mesmer e vai até o advento dos fenômenos das irmãs Fox (1847). O período Espirítico que começa com as irmãs Fox e vai até o começo das pesquisas de Sir William Crookes (1872) e o Período Científico que se inicia com Crookes vindo até o presente.
Com os fenômenos das Irmãs Fox – ruídos sem causa aparente que posteriormente possibilitaram uma forma de comunicação por código de pancadas com um suposto falecido – ocorridos a partir de 1847 em Hidesville (EUA) e a sua ploriferação – sessões mediunísticas -, em 1869 a Sociedade Dialética de Londres, composta por eminentes cientistas, criou uma comissão para estudar essas ocorrências. As evidências levantadas por esse grupo de 33 estudiosos foram apresentadas em um relatório que afirmava que durante as citadas sessões ocorriam sons sem nenhuma causa física aparente; ocorriam movimentos de corpos independente de contatos ou ações mecânicas; esses sons e movimentos pareciam ser inteligentes, visto que através de um código alfabético, respondiam perguntas e comunicavam mensagens de conteúdo coerente; essas mensagens e respostas muitas vezes eram de conhecimentos sobre fatos conhecidos somente por um dos presentes.
Esse relatório, vindo a confirmar as idéias surgidas nos fenômenos de Hidesville, despertou a atenção de muitos cientistas, dentre os quais se encontrava Sir William Crookes.
Crookes foi um eminente químico e físico, com colaborações científicas importantíssimas para esses campos. Ele pesquisou exastiva e rigorosamente, criando equipamentos especiais em seu laboratório, dois sujeitos que produziam fenômenos incríveis: Daniel Dunglas Home e Florence Cook. O primeiro produzia levitações e telecinesias fantásticas, Cook intermediou durante 3 anos a materialização do fantasma de Katie King.
Crookes foi severamente criticado, acusado, ridicularizado e excomungado do meio científico, por concluir positivamente quanto a realidade da sobrevivência. Seu trabalho grandioso constitui um marco histórico do inicio do período científico-experimental da Parapsicologia, que se chamava na época Pesquisa Psíquica e posteriormente Metapsíquica.
A partir de seus estudos, que evidenciaram ainda mais a singularidade dos fenômenos, outros eminentes estudiosos se envolveram nas pesquisas psíquicas: O naturalista Alfred Wallce Russell e o físico Sir William Barrett. A este último se juntaram outras celebridades – Edmund Gurney e Frederic William Henry Myers – para estudar a transmissão do pensamento.
Barrett, ao apresentar suas observações numa reunião da British Society (Sociedade Inglesa para progresso das ciências) também sofreu a negligência e a exclusão científica. Porém não se abateu e, com a adesão de novos eminentes cientistas ao grupo – Henry Sidegwick e Sir Oliver Lodge – surgiu a idéia da criação de uma organização que aglomerasse pesquisadores da fenomenologia metapsíquica, possibilitando plena liberdade de ação e pensamento, tão combatida pelos preconceitos científicos da época.
SPR de Londres – Society for Psychical Research – Sociedade para Pesquisa Psíquica
Buscando responder a exclusão e a marginalização científica imposta aos pesquisadores dos fenômenos metapsíquicos, em janeiro de 1882, surge a SPR. Ela tinha como intuito estudar o mesmerismo e o hipnotismo; as curas paranormais; a clarividência; a transmissão do pensamento; a precognição; a mediunidade física e mental; as aparições e assombrações.
Após um breve tempo, buscando colaborar em suas pesquisas, juntaram-se a SPR novos cientistas – Station Moses, G.J. Ramones, William Crookes, Frank Podmore, A.J. Baulfour, entre outros – e William Mc Dougall que posteriormente se tornaria mestre de J.B. Rhine.
Em pouco tempo outro grupo de cientistas de outros países também se juntou ao grupo: o filósofo francês Henry Bergson, o astrônomo de mesma nacionalidade Camille Flamarion e o grande fisiólogo e médico, psicólogo e filósofo Charles Richet.
Charles Richet é considerado um dos pais da Parapsicologia. Em 1905, ano em que presidiu a SPR, deu a denominação de Metapsíquica ao campo de pesquisa em questão.
Sua contribuição foi importantíssima, sendo o resultado de sua dedicação e seriedade na pesquisa, a unificação e ordenação de todo um material bastante confuso que compilou na obra Traité de Metapsychique – Tratado de Metapsíquica – considerado um clássico na época e que ainda hoje não perdeu seu valor.
Outro aspecto importantíssimo do trabalho de Richet, é que ele foi o primeiro a utilizar o método quantitativo em seus estudos. Usando cartas de jogar em seus experimentos com sensitivos e médiuns e aplicando o método estatístico para avaliar os resultados, iniciou por um caminho novo, que posteriormente levaria a Parapsicologia ao seu reconhecimento científico.
Dentre os membros ilustres da SPR, é necessário destacar o alemão Max Dossoir, que em 1889 criou o termo Parapsicologia, consagrado posteriormente em 1953 no 1o. Congresso Internacional de Parapsicologia em Utrech.
ASPR (EUA) – American Society for Psychical Research – Sociedade Americana para Pesquisa Psíquica
Em 1884, por iniciativa dos estudiosos Richard Hodgson, William James, Stanley Hall Pickering, Newcom, Pierce e Royce, surge nos EUA a ASPR, uma filial da SPR de Londres, que logo tornou-se autônoma.
Sidgwick foi o primeiro presidente e formulou uma proposta de estudo da sociedade. O trabalho foi sério e muito produtivo, desencadeando a publicação de obras importantíssimas.
IMI – Institut Metapsychique International – Instituto Metapsíquico Inetrnacional
O IMI foi outro instituto que destacou-se no período da Metapsíquica. Charles Richet foi seu inspirador e patrono, ocupando o cargo de primeiro presidente honorário.
A iniciativa de fundação coube ao médico italiano professor Rocco Santoliquido e também ao médico polaco, naturalizado francês, Dr. Gustaev Geley.
O IMI foi criado para pesquisar todas as manifestações dos fenômenos paranormais, com as metodologias mais atuais.
Geley estudou entre 1920 e 1921 um médium incrível – Franek Kiusk – que produzia materializações humanas e animais além de fenômenos luminosos e de telecinesia. Geley conseguiu fazer imergir parte das materializações numa bacia com água quente misturada com parafina, produzindo moldes que posteriormente ao serem preenchidos com gesso produziram reproduções das materializações. Essas reproduções puderam então ser então estudadas por especialistas.
Outro nome que merece destaque na IMI é o de Eugenio Osty. Osty foi colaborador de Geley e assumiu a direção do IMI a partir de 1924, por ocasião da morte de Geley num acidente aéreo.
Osty dedicou-se principalmente aos fenômenos subjetivos – clarividência, PCG, TP – que foram pesquisados com sensitivos extraordinários.
Dificuldades da experimentação Metapsíquica e a fraude.
Antes de justificar o estudo científico dos fenômenos metapsíquicos era necessário comprovar a sua existência. Esses fenômenos em questão eram em sua grande maioria espontâneos mostrando-se inusitados, raros, fugindo ao controle, dificultando a sua comprovação.
A possibilidade da comprovação da realidade destes fenômenos trazia mudanças de sistemas de crenças, especialmente religiosas e filosóficas. Devido a esse fator e também a necessidade humana de defender certos pontos de vista, alguns cientistas resistiram com violentas reações, algumas vezes irracionais e agressivas – resistências inconscientes -, outras vezes bastante racionais, tentando reduzir os fenômenos paranormais a normais, a fraudes ou a fenômenos do inconsciente. Algumas tentativas de fraude por parte de alguns médiuns brilhantes, quando descobertas, favoreceram uma generalização desse motivo como causa de todos os fenômenos, colocando a Metapsíquica na margem científica.
As pesquisas se baseavam muito nos testemunhos humanos, que são precários e sujeitos a exageros e fantasias, a distorções de caráter emocional.
A Metapsíquica como preparação para a Parapsicologia
Richet, Zöllner, Schrenck, Notzing, Crawford, Barrett e tantos outros eminentes metapsiquistas, apesar de seus volumosos trabalhos, não conseguiram provar a existência dos fenômenos paranormais. Porém seus severos críticos também fracassaram em seu intuito de provar a inexistência dos mesmos fenômenos.
A Metapsíquica se interessava principalmente pela observação e catalogação dos fenômenos de “pós-morte” e casos espontâneos, ligados principalmente aos stars ou superdotados, tanto que a não possibilidade de repetitividade e conseqüente prova dos fenômenos, foi uma das grandes críticas feitas a esse tipo de pesquisa e que também perdurou para a Parapsicologia, porém em menor escala. Esse contexto evidenciou a necessidade de uma nova forma de pesquisa.
Joseph Banks Rhine (1895-1980)
Em 1920, William Mc. Dougall – psicólogo e parapsicólogo – foi eleito presidente da SPR. Neste mesmo ano foi convidado a ocupar a cátedra de psicologia da Universidade de Harvard (USA). Ao chegar nos EUA logo ocupou a a presidência da ASPR.
Em 1926, na Universidade de Clark (EUA), o professor William Mc. Dougall realizou uma conferência em defesa do estudo dos fenômenos paranormais, criando um movimento que culminaria em 1930 com a criação do Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke, do qual Rhine viria a ser o diretor. Em 1927 Mc. Dougall foi convidado para chefiar o departamento de Psicologia da Universidade de Duke em Durhan, Carolina do Norte (EUA), convite que aceitou, visto ter a intenção de desenvolver um projeto ligado a pesquisa psíquica, o qual não conseguira desenvolver em Harward.
Rhine e sua esposa – Louisa Ella Rhine – que já eram discípulos de Mc. Dougall em Harward, foram para Duke para cumprirem o Pós Doutorado sob a sua orientação.
Nos primeiros três anos Rhine se dedicou a um aprofundamento da matéria, para em 1930 começar o seu trabalho científico bastante inovador e revolucionário para o futuro da Parapsicologia.
As diversas dificuldades encontrados pelos metapsiquistas induziu os pesquisadores a buscar formas de experimentação que permitissem a avaliação quantitativa dos fenômenos paranormais, ou seja a estatística e o cálculo de probabilidades. Alguns pesquisadores metapsiquistas já tinham usado esse método antes – Richet, Sidgwick e Warcollier. Fazendo algumas mudanças básicas Rhine cria uma nova metodologia de pesquisa.
A característica principal da Escola de Rhine foi a sistematização da investigação experimental da Psi. Que incluía pesquisa com sujeitos comuns, estudantes da própria Universidade de Duke, em vez de médiuns e sensitivos; procedimentos experimentais simples envolvendo testes de respostas fechadas com o baralho Zener (ver gravura ao lado), o qual foi criado pelo matemático alemão Dr. Karl Zener, colega de pesquisas de Rhine; e uma rigorosa avaliação estatística dos resultados.
As inovações de Rhine não estão na utilização de experimentos controlados ou no uso do método estatístico, mas principalmente no desenvolvimento e utilização de técnicas experimentais de forma sistematizada, e também pelo fato do Laboratório de Parapsicologia ter o apoio e o financiamento de uma universidade, ou seja os pesquisadores podiam se dedicar exclusivamente para a pesquisa, o que até para os dias de hoje constitui-se algo raro.
Rhine trabalhou desde o início junto com um grupo de colaboradores, o que acabou por gerar uma escola de Parapsicologia, que através de sua bases filosóficas e metodológicas, criou uma influência mundial. Esta influência ainda está presente na moderna Parapsicologia, tal como um paradigma.
Rhine adotou um sistema conceitual que delimitou o campo de estudos da Parapsicologia, concentrando-se na pesquisa de ESP e PK, diversamente do abrangente campo de estudo da Metapsíquica.
Através do método quantitativo Rhine pesquisou a ESP com as cartas Zener e a PK com dados de jogar. Durante quase 50 anos de pesquisa, acumulou a documentação de milhões de experiências, evidenciando fortemente a existência do fenômenos Psi – vencendo o obstáculo da irrepetitividade e irregularidade que fora imposta a Metapsíquica – e confirmando que os mesmos são capacidades inatas da quase totalidade dos seres humanos.
Foi Rhine que consagrou o termo Parapsicologia – além da psicologia – implicando no reconhecimento do fenômeno Psi como de natureza anômala – fenômeno paranormal.
Graças ao método quantitativo a Parapsicologia conquistou o estatus de ciência. Porém, esse método precisa ser completado e aprofundado pelo método qualitativo. Curiosamente isso ocorreu no seio da escola Rineana; sua esposa, Louisa Ella Rhine realizou o imenso trabalho de coleta qualitativa de dose mil casos espontâneos de psi.
Em 1937 Rhine fundou o JP (Journal of Parapsychology), até hoje uma das revistas mais respeitadas da área.
Em 1950 deixou a cátedra de Parapsicologia e passou a dedicar-se exclusivamente ao laboratório. Em 1965 criou a FRMN (Fontation for Researchs on the Nature of the Man) Fundação para Pesquisa da Natureza do Homem, que em caráter privado incorporou o Laboratório de Parapsicologia, transformado nesta ocasião em Instituto de Parapsicologia.
Um outro avanço crucial para a Parapsicologia, que confirmou definitivamente a sua condição de ciência, e que está diretamente relacionado com a obra de Rhine, foi a aceitação em 30 de dezembro de 1969 da PA (Parapsychology Association) sociedade científica Internacional da Parapsicologia na AAAS (American Association for the Advencement of Science) Associação Americana para o Progresso das Ciências. Uma das maiores assenbléias científicas do mundo, abrangendo mais de 300 sociedades científicas de todas as áreas.
A pesquisa da Função Psi passou a ser o objeto da moderna Parapsicologia que abrange tanto o aspecto qualitativo como o quantitativo, porém dando mais ênfase a este último, o que a diferencie da Metapsíquica. Embora esta tenha gerado um acervo impressionante de fatos catalogados, foi negligenciada como ciência e não conseguiu provar a existência de seu objeto. A Parapsicologia, utilizando-se ostensivamente do método estatístico, resgatou historicamente a negligência da Metapsíquica, evidenciando fortemente a existência dos fenômenos Psi. A controvérsia atual não é mais tanto sobre a existência ou não dos fenômenos, mas quanto as suas causas.
Métodos usados por Rhine nos teste de ESP com cartas Zener, no Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke.
Testes de Clarividência
BT – Basic Technique – Técnica Básica
O operador e o sujeito sentam-se frente a frente a uma mesa, isolados visualmente por um anteparo opaco. O operador segura o maço de cartas com o dorso para cima, já devidamente embaralhadas e, após o sujeito dar um sinal para o começo do teste, retira a carta superior segurando-a com uma das mãos. O sujeito então anota seu palpite na folha de registro apropriada e faz um sinal – uma pequena batida com a caneta no anteparo – para que o operador passe para próxima carta. O operador coloca aquela carta sobre a mesa sem virá-la e retira outra do maço. Esse procedimento se repete até o final das 25 cartas, quando então é feito o emparelhamento na própria folha de registro do sujeito, o qual acompanha todo o processo.
Antes do começo da próxima etapa é prudente dobrar a folha de registro usada pelo sujeito, na linha de separação entre a 1a. e a 2a. etapas, evitando assim que o sujeito se influencie com os registros anteriores. Usa-se então um novo baralho já aleatorizado para a nova etapa.
Através desses procedimentos, a cada etapa o sujeito fica sabendo de seus escores. Caso o pesquisador não deseje que o sujeito acompanhe os seus acertos e erros, pode-se usar outra folha de registro para anotar o resultado das cartas alvo em cada etapa; assim só ao final do experimento é feito o emparelhamento através da confrontação das duas folhas de registro.
Nesta técnica pode-se utilizar um dispositivo especial para que o experimentador, ao retirar as cartas uma a uma, não as veja, nem o seu dorso.
DT – Down Through – De cima para baixo
Essa técnica consiste em deixar o maço de baralho previamente aleatorizado, sobre a mesa; fechado na sua caixa. O sujeito escreve seus palpites, na folha de registro apropriada, quanto aos símbolos das cartas do baralho na disposição de cima para baixo.
Como na técnica anterior o emparelhamento pode tanto ser feito ao final de cada etapa como no final do experimento.
Testes de Combinação – MT – Matching Techiniques
OM – Open Matching – Combinação aberta
Nesta técnica o sujeito tenta combinar as cartas do baralho – com o dorso para cima ou isoladas em envelopes opacos – com 5 cartas chaves, tendo os 5 símbolos Zener visíveis, dispostas aleatoriamente.
Com o maço de cartas na mão o sujeito retira-as uma a uma e as coloca em frente a carta chave que corresponde ao seu palpite.
Após colocar todas as cartas do baralho em frente as cartas chave, se procede o emparelhamento verificando as correspondências que indicarão o escore do sujeito.
BM – Blind Matching – Combinação Fechada
Essa técnica diferencia-se da anterior pelo fato dos símbolos das cartas chaves não serem visíveis, podendo estar com o dorso para cima ou ocultadas em envelopes opacos.
As cartas chave terão a sua disposição aleatória e desconhecida tanto do sujeito como do operador. Elas devem ser aleatorizadas antes do começo de cada etapa e ninguém deve saber a disposição dos símbolos.
Ao final de cada etapa procede-se o emparelhamento.
STM – Screened Touch Matching – Combinação com toque ocultada
Nesta técnica, que é similar as duas anteriores, quem manuseia as cartas é o operador.
Tanto o sujeito como o operador visualizam os símbolos das cartas chave, porém o baralho só é visualizado pelo operador, visto que é ocultado do sujeito por meio do anteparo opaco.
Sujeito e operador sentam-se frente a frente, a mesa, sendo isolados pelo referido anteparo, que contendo um recorte na sua parte inferior, permite que as cartas chave possam ser vistas simultaneamente por ambos.
O operador toma nas mãos o baralho, previamente aleatorizado e com o dorso para cima. O sujeito faz um sinal para começar o teste e o operador retira uma das cartas do baralho, segurando-a numa das mãos. O sujeito tenta adivinhá-la e indica com a caneta, na parte do recorte do anteparo, a carta chave correspondente ao seu palpite. O operador coloca aquela carta, sempre com o dorso para cima, em frente a carta chave indicada e passa para próxima carta.
Ao final de cada etapa procede-se o emparelhamento.
Uma variante desta técnica é fixar as cartas chave no anteparo do lado do sujeito, de forma que o operador não as visualize. Este procedimento visa evitar uma percepção hiperestésica por parte do mesmo, o que poderia influenciá-lo no momento da colocação das cartas.
Testes de GESP – General extrasensory perception – Clarividência ou Telepatia
Nestes testes o operador passa a ser o emissor pois deve visualizar os símbolos das cartas e tentar transmiti-los ao sujeito, que é chamado de receptor.
O isolamento entre ambos, se possível deverá ser total. O sujeito permanece numa sala enquanto o operador permanece noutra. A sincronia pode ser obtida através de um cronômetro ou de dispositivos eletrônicos.
O receptor retira uma carta do baralho, previamente aleatorizado, e olhando o seu símbolo tenta transmitir ao receptor, que anota seu palpite na folha de registro.
Neste tipo de testagem não se tenta distinguir se o fenômeno de possível manifestação é a Telepatia ou a Clarividência.
Testes de PCG – Precognição
Neste tipo de testagem o sujeito tenta adivinhar a ordem das cartas de um ou de vários baralhos que serão posteriormente aleatorizados.
Deve se tomar certos cuidados com relação a uma possível ação psicocinética do sujeito sobre a aleatorização das cartas. Todo o processo de aleatorização deve estar previamente programado (data, hora, nº. de embaralhamentos, nº. de cortes, etc.).
Os cortes podem ser feitos a partir do resultado do lançamento de 6 dados de jogar. A soma das faces indicará o número da carta de cima para baixo, após a qual se deverá efetuar o corte. Caso a soma totalizar um número superior a 25, subtrai-se o total deste valor e o resultado passa a ser o número de referência para o corte.
Mesmo com todos esses procedimentos a possibilidade da ação da PK ainda não estaria excluída. Visando neutralizar essa hipótese usa-se um último artifício que é a mensuração da temperatura no local da testagem, e o emprego deste valor para um corte final no baralho.
Testes de PT – Pure Telepathy – Telepatia pura
Para que um teste seja de Telepatia pura a informação a ser enviada precisa estar restrita a mente do emissor. Não pode constar em nenhum outro lugar, pois isso abriria a possibilidade da Clarividência. Por outro lado a mente humana pode produzir seqüências sistemáticas – não aleatórias – de símbolos . Para contornar essas dificuldades utiliza-se o seguinte método:
Utiliza-se um baralho com números ou cores, na mesma proporção que o baralho Zener, ou seja se for um baralho com números, ele deverá conter o nº 1 5 vezes, o nº 2 5 vezes, o nº 3 5 vezes, o nº 4 5 vezes e o nº 5, igualmente 5 vezes. Se for de cores, conteria 5 cores cada uma 5 vezes repetida.
O emissor convenciona mentalmente que cada número ou cor corresponderá a um símbolo Zener, porém sem escrever essa convenção em lugar algum e também não deverá contá-la para quem quer que seja. Assim sendo e estando o baralho especial previamente aleatorizado, passa a retirar uma a uma as cartas do baralho e conforme for o número ou a cor, passa a mentalizar o símbolo correspondente a convenção criada, tentando transmiti-lo para o receptor, que anota o seu palpite – os símbolos Zener – numa folha de registro específica. Ao final de cada etapa, registra-se os números ou as cores do baralho na ficha de registro do sujeito, caso deseje-se proceder o emparelhamento a cada etapa, o qual é feito mentalmente pelo operador que anota somente o número de acertos sem porém marcá-los nas respectivas linhas. Pode-se também registrar os números ou as cores noutra ficha de registro e efetuar o emparelhamento somente no final do experimento.
Se o operador tiver uma boa memorização, poderá também mudar a convenção mental a cada etapa.
O isolamento entre o sujeito e o operador deverá ser total – devem permanecer em salas diferenciadas.
Outros Tipos de testes
Teste do Empilhamento
Esse teste, que pode ser usado para crianças, consiste na tentativa do sujeito de separar o baralho com o dorso das cartas voltado para cima, ou veladas uma a uma através de envelopes opacos, em 5 montes, com o objetivo de que ao final da separação cada monte contenha somente cartas do mesmo símbolo.
Teste do embaralhamento Psíquico
Utiliza-se um baralho Zener previamente embaralhado como alvo, o qual deve permanecer fechado dentro de sua caixa. O sujeito tem a função de embaralhar um outro maço de cartas, iguais as usados como alvo, com o objetivo de deixá-las na mesma disposição das cartas alvo.
Essa técnica é muito interessante pois o sujeito participa ativamente do teste e precisa estar atento as suas sensações e intuição para saber quando parar o embaralhamento.
Segundo Kreiman (1994) essa técnica talvez possa ser uma forma de educar e desenvolver a sensibilidade extrasensorial.
Observação: Todos os testes feitos com baralho Zener podem ser feitos com outros baralhos especiais tais como os de cores, de animais, de números, de nomes, de gravuras, etc.
Testagem de PK com dados
Além da forma convencional de jogar-se os dados desejando-se que apareçam determinados escores (jogando-se dois dados deseja-se que a soma das faces totalize um valor abaixo de 7 marcas altas ou acima de 7 marcas baixas, por exemplo), existem formas mais sofisticadas que visam suspender todo o contato do sujeito com os dados. Esses procedimentos automatizados visam colocar a ação da mente sobre a matéria, como única variável para justificar desvios que se afastam do esperado pelo puro acaso.
Uma destas técnicas consiste na utilização de uma jaula de arame com cerca de 75 cm. de comprimento, fechada nas extremidades por tampas de madeira (gravura abaixo – esquerda). Em seu interior existem ainda arames que fazem ricochetear os dados. Essa jaula é presa ao centro e faz movimentos giratórios, seja pela ação mecânica de uma manivela ou de um motor elétrico. Os dados são colocados no seu interior para que a cada volta da jaula apresentem uma nova e aleatória disposição de suas faces, as quais são anotadas continuamente.
O sujeito testado tenta mentalmente influenciar a queda dos dados, para que saiam determinados escores.
Procedimentos Metodológicos
Segundo Andrade (196-, p. 86-87), os erros metodológicos podem ser de 3 categorias:
1 – Erros conscientes
Fraude deliberada do paciente ou do operador.
Falseamento na apuração dos resultados, por parte do analisador.
2 – Erros Inadvertidos
Efeitos de percepção sensorial devido a hiperestesia, ocorridos em sessões mal preparadas.
Erros de registro.
Erros de emparelhamento.
3 – Erros técnicos de operação
Aleatorização insuficiente do baralho.
Interrupção inadequada da experiência.
Seleção defeituosa dos resultados obtidos.
Falta de controle apropriado e rigoroso no registro dos dados.
Hiperestesia – Exaltação dos sentidos
Algumas pessoas podem experimentar um aumento extraordinário de suas capacidades sensoriais, bem como um incrível discernimento inconsciente.
Pequenas e quase imperceptíveis marcas ou defeitos na estampa do dorso das cartas, podem por exemplo serem facilmente identificadas inconscientemente. Sons muito baixos podem também ser percebidos a grandes distâncias por um hiperestésico.
Essas capacidades normais manifestadas por alguns sujeitos sugere uma série de procedimentos metodológicos voltados para neutralizá-las:
- O embaralhamento mecânico evita que o operador ao proceder o embaralhamento manual, grave inconscientemente uma seqüência das cartas, o que poderia ser perceptível a um sujeito hiperestésico;
- Caso um sistema mecânico não possa ser utilizado, pode-se efetuar o embaralhamento manual prévio de vários baralhos – tantos quantos forem necessários para todo o experimento – realizado por várias pessoas, com exceção do operador. No momento do experimento os baralhos – previamente aleatorizados – permanecem fechados nas suas caixas e, através de um sorteio escolhe-se qual baralho será utilizado em cada etapa;
- Outro procedimento de segurança é o isolamento entre o sujeito e o operador. Isto pode ocorrer através de um anteparo opaco;
- Para evitar a exaltação do sentido da audição é necessário separar o sujeito do operador colocando-os em salas diferentes. A comunicação necessária ao experimento é feita através de meios elétricos ou eletrônicos. Esse procedimento é principalmente indicado para os experimentos de telepatia.
Erros técnicos de operação
Aleatorização defeituosa
Aleatório significa casual, que corre por função do acaso, sem apresentar nenhuma ordem sistemática. A aleatorização vem a ser então o processo de tornar aleatório um evento, por exemplo as cartas de um baralho.
Somente estando garantido a perfeita aleatorização dos alvos pode-se utilizar legitimamente o cálculo da probabilidade para um determinado teste de ESP ou PK e, verificar-se que os possíveis desvios foram do acaso possam se dar pela Psi. Caso não haja a garantia da aleatoriedade o método estatístico seria incorreto para indicar qualquer conclusão sugestiva de Psi.
Uma pessoa pode produzir seqüências periódicas de palpites, que quando confrontadas no emparelhamento com outra seqüência não aleatória – no caso da aleatorização incorreta – poderia criar combinações acima ou abaixo do esperado por puro acaso, evidenciando assim um falso resultado sugestivo de Psi.
Interrupção inadequada
A interrupção do experimento quando o sujeito vem mostrando marcas altas e passa a reduzi-las, invalida todo o experimento.
A interrupção de um experimento deve ser feita somente no seu término, ou seja ao final de todas as etapas previstas no planejamento.
É positivo programar séries curtas para evitar o cansaço e o desgaste psíquico do sujeito, evitando assim declinações muito fortes nos resultados.
Seleção inadequada dos resultados
A avaliação estatística só será válida se todos os escores de todas as séries do experimento forem consideradas. Se houver a escolhas dos escores bons e a exclusão – engavetamento – dos maus, o processo estatístico não terá validade.
Registro não rigoroso ou inadequado dos dados
Se o registro dos dados não for feito corretamente, estará também invalidado o experimento.
É necessário o uso de folhas apropriadas – fichas de registro específicas – para a anotação, feita a tinta, das diferentes informações do experimento.
O emparelhamento deve ser feito por dois observadores independentes.
No caso de algum incidente no registro ou emparelhamento, a série em questão deve ser anulada, porém sem o conhecimento do sujeito, para não influenciá-lo negativamente.
Ao se efetuar o emparelhamento deve-se manusear as cartas com muito cuidado e delicadeza, evitando assim uma mudança acidental da ordem das mesmas ou uma possível danificação, mesmo que imperceptível, que poderia ser reconhecida pela hiperestesia.
A Empatia Operador x Sujeito
Inicialmente deve-se instruir o sujeito quanto ao experimento, para que não permaneçam dúvidas.
Uma relação de empatia, de acolhimento, carinho e profundo respeito, auxiliam muito na ambientação do sujeito.
Os escores baixos não devem ser referência para uma avaliação de incapacidade Psi do sujeito. É importante lembrar que um laboratório não é, a princípio, um ambiente espontâneo no qual os fenômenos aconteçam livre e naturalmente. Trata-se de um ambiente controlado, que visa a produção voluntária dos fenômenos para que possam ser avaliados. Muitas pessoas que evidenciam ter um bom potencial Psi em contextos mais livres, não conseguem manifestá-lo no ambiente de um laboratório.
É muito importante estabelecer um clima de amizade, de descontração, de motivação serena, evitando ao máximo formas de pressão sobre o sujeito. O respeito a integridade psíquica do sujeito deve estar acima do desejo de se conseguir bons resultados.
Nomenclaturas sugeridas para planejamento dos experimentos, devido as suas características operacionais. (EDGE; MORRIS; RUSH; PALMER, 1986, p. ….)
ESP – Extrasensory perception – que inclui Telepatia, Clarividência e Precognição – fenômeno Psi de interação entre um indivíduo e um sistema (físico ou psicológico), de modo a ocorrer obtenção e/ou troca de informação. Tal interação ocorre apesar de condições de isolamento entre o indivíduo e o sistema.
Telepatia – é a capacidade de interação Psi, através da qual um indivíduo obtém e/ou troca informação com um sistema constituído pelo conteúdo, ou disposição mental de um outro indivíduo. Tal interação ocorre apesar de condições de isolamento sensorial.
No caso da Telepatia, o conteúdo, ou disposição mental de um outro indivíduo, constitui a única fonte (ou alvo) de informação.
Clarividência – é a capacidade de interação Psi, através da qual um indivíduo obtém informação, diretamente, de um sistema. Esta interação ocorre apesar de existirem condições de isolamento entre o indivíduo e o sistema.
No caso da Clarividência o sistema não constitui o conteúdo, ou disposição mental de um outro indivíduo. O sistema, portanto, detém informações-alvo desconhecidas por algum outro indivíduo.
Precognição – é a capacidade de interação Psi, através da qual um indivíduo obtém informação a ser gerado num período de tempo futuro. Entretanto:
Não deve haver prévia possibilidade de predição de tal informação, a partir de dados disponíveis no momento associado à Precognição.
A informação obtida não pode constituir-se de uma predição probabilística, que possa ser obtida simplesmente devido ao acaso.
A informação obtida não pode se referir a acontecimentos que venham a ser produzidos como conseqüência da predição precognitiva.
Psicocinesia – é um tipo de interação Psi, entre um indivíduo e um sistema, que implica em uma modificação física significativa e mensurável na disposição deste sistema. Esta interação ocorre apesar de condições de isolamento entre o indivíduo e o sistema.
A interação psicocinética pode ocorrer tanto sobre sistemas físicos como biológicos.
Referência Bibliográfica
ANDRADE, Hernani Guimarães. Parapsicologia Experimental. São Paulo : Pensamento, [196-].
EDGE, L. H.; MORRIS, R. L.; RUSH J.H.; PALMER, J. Fondations for parapsychology. London : Routledge & Kegan Paul, 1986.
FARIA, Osmard Andrasde. Parapsicologia: Panorama atual das funções Psi. São Paulo: Livraria Atheneu, 1981.
GAULD, Alan. Mediunidade e sobrevivência. São Paulo : Pensamento, 1986.
INARDI, Massimo. A história da parapsicologia. Lisboa : Edições 70, 1979.
KREIMAN, Naum. Curso de Parapsicologia. Buenos Aires : Kier S.A., 1994.
LARCHER, Hubert; RAVIGNANT, Patrick. Os
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