Quando reencarnei, me esqueci de tudo…
Eu era saudável, era uma criança comum com todos os egos naturais daquela fase.
A adolescência foi dura, foi o começo de severos conflitos.
A vida deu uma virada e eu me sentia triste e principalmente muito sozinho.
Minha família era muito comum e normal: pai, mãe e dois irmãos, nada de mais, não posso me queixar.
E até que conversava com meu pai e ele ouvia meus lamentos, mas nem eu os entendia ele não os entenderia também, pois eu não me conhecia.
Eu dizia que queria morrer, mas era mentira, eu queria era ser feliz e ser feliz é estar integrado, alinhado ao que veio fazer.
Por muitas décadas aquela dor se manteve disfarçada embaixo do tapete da sobrevivência da vida.
Sem saber quem eu era, corria atrás dos status quo que as massas levianas tanto amam e buscam.
A certa altura da vida lembrei de um “distante” olhar de profundos olhos castanhos…
Já mais maduro, um tempão depois, me lembrei de um homem de cabelos negros e os mesmos olhos castanhos com uma mão em cima de meu ombro. E a ele eu soluçava dizendo que não iria conseguir…
Eu era muito frágil, mas mesmo assim corajoso.
E aquele mentor, numa certa colônia espiritual me falou, enquanto mantinha a mão em meu ombro e eu ouvia cabisbaixo: …”eu confio em você, você vai conseguir”… , …”vamos providenciar apoio certo para você nas fases em que irá precisar”…
E hoje, com 59 anos (2020), em Curitiba, arrumando minha cozinha, eu despretensiosamente pensava no mestre…
Vi seus olhos castanhos escuros mais próximos de mim…
E desabei em lágrimas e larguei tudo para escrever e registrar minhas impressões antes que elas se desvanecessem.
E lembrei que quando eu desencarnar, vou olhar de novo dentro desses olhos e irá pesar toda a responsabilidade consciencial, do que fiz, a vergonha do que fiz errado e da que não fiz e deveria ter feito.
Ninguém irá me julgar, exceto o tribunal de minha própria consciência, e assim fico com pena daqueles que querem ser espiritualistas em diversas áreas, e profanam a cosmoética que honra o namoro com essa tal espiritualidade.
Talvez sejam levianos, pois nunca tiveram a oportunidade de olhar dentro de tais olhos.
A falta de ética deles, os afasta dos mestres pelas leis dos semelhantes.
A antiética é para os profanos, a cosmoética é para os iniciados, e como um profano vai compreender um iniciado? O que digo está sob um contexto de ética e cosmoética e não das solenidades iniciáticas e seus graus, dos quais muitos de nós viemos e ainda assim nos tornamos tolos e arrogantes e sem compaixão.
Esses NÃO estão prontos, pois quando o discípulo está pronto o OLHAR DO MESTRE APARECE.
Emocionado, humilde e reduzido a própria insignificância, eu me curvo e reverencio aos mestres.
Dharma, trabalho, paz, amor e luz.
Dalton C. R., Curitiba, agosto de 2020.

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente saudade de seu planeta em Sírius B e espera com ansiedade o “resgate” pelo planeta Chupão. Brinca: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes — cinco sobre informática, uma sobre autopublicação e o restante sobre espiritualidade e consciência, sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia.
Como costuma dizer: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
E um lembrete: todo texto, crítica ou alerta que escreve serve, antes de tudo, para ele mesmo.
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