DIFICULDADES DA PESQUISA COM MEDITAÇÃO – ORGANIZAÇÃO, SÍNTESE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Conceito e diversidade de técnicas
A presente pesquisa sugere que não existe consenso sobre a definição de meditação. Há várias escolas de meditação e técnicas diferentes, mas não é possível chegar a uma conclusão sobre sua definição.
Assim o que os estudos podem estar chamando de meditação pode variar imensamente. Esta carência de padronização (operacionalização) conceitual pode inspirar reflexões críticas quanto aos resultados obtidos nos estudos, em especial na formação de uma base de dados coerente sobre as práticas de meditação.
De uma forma geral, a meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permitem que a mente divague à vontade. Esse aguçamento da atenção dura além da própria sessão de meditação (GOLEMAN, 1988).
A prática meditativa provoca mudanças de estado e tem sido um importante foco de pesquisa. Segundo Goleman (1988), “a literatura clássica deixa claro que o estado produzido pela meditação depende das especificidades da manipulação da atenção envolvida”.
Tais perspectivas (habilidade de concentração e estados diferenciados de consciência, passiveis de serem considerados através de medidas cognitivas e fenomenológicas, bem como neurofisiológicas) poderiam ser utilizadas na tentativa de uma definição consensual sobre meditação, no entanto exigiria um trabalho teórico e empírico extenso, considerando as várias modalidades de técnicas existentes.
A falta de parâmetros padrões para avaliar determinadas características ou estados ficou evidente na revisão dos estudos considerados nesta pesquisa.
O breve levantamento evidenciou que a maior parte dos estudos não controla as diferenças iniciais nas pessoas testadas, como a motivação, sugestão e auto-sugestão (efeito placebo).
Tais fatores deveriam ser levados em conta, medindo uma série de dimensões relevantes para as mudanças induzidas pela meditação. Os efeitos obtidos nos estudos apresentados seriam efetivamente produto das práticas de meditação ou da interação destas com outras variáveis não consideradas.
Por exemplo, a crença dos participantes de que tais práticas são positivas para a saúde, concentração, stress, etc. não produziria resultados impactantes nessas áreas? A crença dos pesquisadores nesta mesma direção não afetaria também os resultados, sugestionando os participantes a obterem os resultados desejados (efeito experimentador psicológico)? Não foram utilizados grupos de controle duplo-cegos, para avaliar tais possibilidades (crença dos participantes e dos pesquisadores). E as variáveis de personalidade, afetariam os resultados?
Além disso, é preciso mencionar que, apesar da facilidade da prática, geralmente há dificuldades de adesão a uma técnica frequente por parte dos praticantes iniciantes. Isso pode ser associado à demora de resultados perceptíveis, bem como pelo desconforto de algumas técnicas que exigem do meditador um constante exercício de fixação da atenção em um objeto.
Não encontrou-se na literatura menções a algum tipo de prejuízo proveniente de tal prática. Com cautela, Botega; Figueiredo; Giglio (2006), não indicam a utilização da meditação em casos clínicos como estados borderline, psicóticos e em situações em que haja fantasias mórbidas e paranoides.
Os estudos considerados nesta breve revisão pouco ou nada consideraram tais possibilidades.
Mecanismos Neurológicos da Meditação
O grande avanço das neurociências na atualidade vem permitindo compreender cada vez mais os diferentes circuitos neurais associados às diferentes funções mentais.
Nesta revisão encontramos que a meditação estimula o cingulado anterior, conectando emoções e habilidades cognitivas, tendo papel importante no autocontrole emocional. Newberg e Waldman (2009) relatam que suas descobertas neurológicas mostraram que algumas técnicas meditativas “aumentam o fluxo sanguíneo para as áreas frontal, pariental, temporal e límbica do cérebro, enquanto outras diminuem a atividade metabólica dessas áreas.
O mecanismo que permite que mudanças ocorram no cérebro, de acordo com Newberg e Waldman (2009), é conhecido como neuroplasticidade, que é a “habilidade do cérebro humano de se rearranjar estruturalmente em resposta a uma ampla variedade de eventos positivos e negativos”. Ainda segundo os autores, a meditação aumenta a densidade e a neuroplasticidade do cérebro.
Efeitos (Modificações) produzidos pela Meditação
Fisiológicas – redução da frequência cardíaca, alterações do fluxo sanguíneo encefálico, redução da produção do hormônio do estresse, o cortisol, ao tempo em que aumenta a produção de serotonina e melatonina, aumento do nível do hormônio do crescimento, GH, além de outras modificações que ocorrem durante o processo meditativo, aumento da espessura do córtex do cingulado anterior, região que regula a emoção e a dor
Comportamentais – redução do estresse, ansiedade, irritação, depressão, redução da violência em escolas, melhoria na relação interpessoal e na qualidade de vida, melhor disposição para as atividades, melhoria na agilidade motora, humor e qualidade sono.
Cognitivas – aumento da concentração e criatividade, melhoria na memória.
Sociais – aumento da consciência social, empatia e compaixão.
Embora a meditação seja oriunda de filosofias orientais, está cada vez mais sendo utilizada em instituições de pesquisa e hospitais renomados no tratamento de doenças somáticas e psíquicas.
A técnica é capaz de gerar uma série de respostas físicas e psicológicas que podem auxiliar na prevenção de inúmeras condições, tornando-se assim uma atividade que pode ser utilizada em contexto terapêutico (Santos, 2010).
Neste estudo encontramos aplicações em escolas e hospitais, sendo nestes utilizada nas áreas de oncologia, obstetrícia e geriatria.
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Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
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