MÃE DIVINA E IRMÃO COMPAIXÃO

MÃE DIVINA E IRMÃO COMPAIXÃO

Oi meu irmão!

Eu estava caminhando na rua e te vi passar.

No silêncio das consciências e nos barulhos ensurdecedores do caos urbano, você não me viu e nem sabe que eu existo.

Mas eu vi você e tocou meu coração.

“Vi” teus problemas, dores, tristezas e sofrimentos e me vi refletido em você.

Vi tua miséria física e consciencial e em minha simplicidade humana, me senti “rico” de consciência, de informação, de espiritualidade e até alguma sabedoria.

Oscilando entre a dó e a compaixão, confesso, meu coração doeu.

Quando vi tua miséria, meu ego social e humano com seus egoísmos e condicionamentos, fiquei com medo de te abraçar, mas meu coração espiritual, minha compaixão impetuosa te abraçou e te beijou de forma incontida e invisível.

Você não sabe que eu existo, cruzei com você ontem na rua.

Somos dois estranhos, mas a Mãe Divina que mora dentro de nós, nos fez vibrar juntos.

É estranho para mim…

Fico com repulsa e não quero te abraçar fisicamente.

São os nojos humanos.

Mas estou aqui em meu lar pensando em você e te abraçando a distância.

É a dó humana social e hipócrita, lutando contra a compaixão divina, sincera e fluente.

As duas moram em meu peito de ser humano imperfeito.

É o meio caminho, é a contradição da limitação humana, mas é o divino eclodindo dentro de um ínfimo ser que habita um micro planeta na borda da galáxia.

Apesar de toda minha ignorância e imperfeição, sinto Deus dentro de mim e de você.

Sinto um amor sutil, elevado e gostoso, que me acalenta, quando ouço o silêncio de meus chacras no monólogo de minhas linhas.

O chato é que logo vou sair daqui, vou perder esta sintonia e não vou conseguir levar este amor para o dia-a-dia.

Está arriscado eu me irritar ao sair com carro da garagem logo em seguida.

O momento de consciência não é estado de consciência.

Parece que sou “dois”.

Uma hora a dó e em outra a compaixão.

Outro dia cruzei com um engravatado de terno finíssimo com postura altiva e olhar arrogante.

Apesar de seu sucesso social, não pude deixar de sentir suas misérias conscienciais.

Eram as mesmas do mendigo que relatei agora a pouco, com alguns detalhes nas diferenças.

O mendigo era o arrogante do passado dispensando-se os detalhes, hoje remetido em sua miséria cármica.

O engravatado arrogante apesar de tudo que possui, não tem a paz íntima da simplicidade e dos valores elevados.

Está sempre em luta consigo mesmo e não é a tal da reforma íntima.

É um embate de facetas do ego lutando dentro dele mesmo.

O engraçado é que me afinizei com os dois.

No conjunto de empatias positivas e negativas, me vi espelhado no mendigo massacrado pelo egoísmo social e no egoísta que massacra os outros com desprezo.

São três “estranhos”, três irmãos, três filhos de Deus…

Quando no sossego do lar e na solitude de minhas linhas, a Mãe Divina eclode dentro de meu peito.

Ela vem brincar de roda, ninar e amar seus três filhos sem qualquer distinção e todo o resto da humanidade.

Gente, não é exagero, me sinto muito limitado!

Quando num momento de mais amplitude consciencial vejo meu ego, me sinto o oposto da sabedoria.

Mas sinto também a naturalidade dos estágios evolutivos dentro de mim.

Sinto a suavidade da Mãe Divina me abraçando e beijando minha testa.

Sinto-A estimulando minha compaixão e pedindo para eu baixar a guarda de minhas autocríticas.

Não, Ela não fala com palavras!

Só com o sorriso, só com o olhar.

Serenidade absoluta inexplicável.

Sinto-me um bebezinho em Seu colo.

Relaxo em Seu seio e ouço o pulsar de seu coração.

Entrego-me e vou adormecendo em seus braços.

Boa noite Mãe!

Nota: este texto é oriundo de caso real em minha vida. Tudo aconteceu quase conforme foi descrito.

 

 

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