O ATIVISTA CONSCIENCIAL

O ATIVISTA CONSCIENCIAL

“Este texto faz parte de uma série que explora as bases do livro em desenvolvimento ‘Ativismo Consciencial’. Aqui, discutimos como ciência e espiritualidade podem caminhar juntas para transformar o mundo.”

O ATIVISTA CONSCIENCIAL

Uma síntese entre ciência e transcendência

Na vastidão da história humana, encontramos registros abundantes e diversificados que documentam nossa existência em diferentes eras e geografias. Porém, nosso foco aqui transcende o físico: é a consciência, essa essência imaterial que muitos chamam de espírito, alma, self, ou, em termos mais amplos, Consciência com “C” maiúsculo. Embora o termo varie conforme as tradições e disciplinas que o estudam, referimo-nos ao cerne transcendente da experiência humana.

Se os paleontólogos são capazes de reconstruir, com precisão impressionante, a vida dos dinossauros em eras remotas com base em evidências materiais, não deveríamos também ser capazes de levantar informações sobre o aspecto transcendente da humanidade? Esta comparação pode parecer ousada, mas os registros históricos e as investigações contemporâneas oferecem um acervo vasto, embora ainda subexplorado, de evidências de transcendência.

Um legado histórico de transcendência

Desde os Vedas na Índia antiga (datados de cerca de 1500 a.C.), passando pelos mistérios do Egito, pela sabedoria taoísta da China, pelas escolas filosóficas da Grécia clássica e pelas tradições esotéricas das diversas culturas, há uma continuidade de registros sobre a natureza espiritual e transcendental da humanidade. Esses documentos, quando analisados, revelam um conjunto impressionante de informações que podem ser investigadas sob as lentes modernas da ciência e da filosofia.

O avanço da ciência experimental em áreas como parapsicologia, medicina e física quântica tem permitido que fenômenos antes considerados místicos ou inatingíveis ao método científico sejam estudados com rigor. Equipamentos de neuroimagem, análises estatísticas robustas e estudos de caso em fenômenos como experiências de quase-morte (EQMs), memórias de vidas passadas e efeitos da meditação sobre a neuroplasticidade têm corroborado muitas das afirmações tradicionais sobre a consciência.

O paradigma materialista: um obstáculo e uma oportunidade

Apesar desse avanço, a ciência convencional ainda enfrenta o obstáculo do paradigma cartesiano-materialista, que insiste em negar ou minimizar fenômenos que não se enquadram em suas premissas. É inegável, no entanto, que a robustez das evidências acumuladas já não pode ser ignorada, mesmo pelos mais céticos. Pesquisadores como o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira (neurocientista e pioneiro no estudo da glândula pineal), o Dr. Dean Radin (Instituto de Ciências Noéticas) e o Dr. Pim van Lommel (cardiologista e estudioso das EQMs) têm conduzido estudos que ampliam os limites da ciência, desafiando os dogmas vigentes.

Mas quem irá sistematizar essa vastidão de dados? Quem financiará tais pesquisas? E, talvez a pergunta mais difícil: quem lucrará com isso? Em um mundo regido pelo capitalismo selvagem, a pesquisa tende a seguir o retorno financeiro. Felizmente, há pioneiros dispostos a enfrentar esse desafio, investindo em um ativismo consciencial que transcende o interesse financeiro em prol da evolução humana.

Três pilares da pesquisa consciencial

A pesquisa consciencial, ou transcendente, pode ser estruturada em três vertentes principais:

  1. Dados históricos e culturais: registros em livros sagrados, papiros, obras de arte, música e tradições que refletem o entendimento espiritual da humanidade ao longo dos séculos.
  2. Dados experimentais: estudos científicos conduzidos por pesquisadores contemporâneos que utilizam métodos rigorosos para explorar fenômenos como mediunidade, EQMs e bioenergia.
  3. Dados de autopesquisa: experiências pessoais relatadas por médiuns, espiritualistas e pesquisadores teórico-práticos, como Wagner Borges, Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

O ativismo consciencial: uma nova visão

Assim como Amit Goswami, em O Ativismo Quântico (2010), propõe uma integração entre ciência e espiritualidade por meio do método científico, Waldo Vieira, em 700 Experimentos da Conscienciologia (1994), defendeu o paradigma consciencial, baseado na vivência pessoal e na autopesquisa. Ambos representam marcos fundamentais na transição de uma ciência materialista para uma ciência da consciência.

O conceito de ativismo consciencial, que adotei como linha central do meu trabalho, busca integrar essas perspectivas, ampliando as fronteiras entre ciência e transcendência. Embora o termo seja recente, a ideia subjacente remonta a textos como o Bhagavad Gita, onde Krishna ensina a Arjuna sobre dharma e o dever de transcender os limites da materialidade para alcançar a plenitude espiritual.

Uma síntese além da ciência

Minha proposta não é reinventar a roda, mas construir sobre as bases lançadas por gigantes como Amit Goswami, Waldo Vieira, Fritjof Capra, Rupert Sheldrake, Joe Dispenza e Gregg Braden, entre outros. Cada um deles contribuiu com peças fundamentais para o quebra-cabeça da consciência, e cabe a nós, pesquisadores e pensadores contemporâneos, integrar essas ideias em uma estrutura coesa e acessível.

O ativismo consciencial não é apenas um movimento acadêmico ou espiritual. É uma convocação para toda a humanidade abraçar um paradigma que não apenas reconheça, mas celebre a transcendência como parte integrante da experiência humana. Este é o futuro: um futuro em que ciência, espiritualidade e consciência caminhem juntas para o benefício de todos.

Dalton Campos Roque, escritor profícuo desde 2004.

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