DISCERNIMENTO ESPERTO OU INCAUTO

TDAH E APATIA

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), como o próprio nome sugere, é caracterizado por hiperatividade, desorganização, agitação, falta de atenção, impulsividade e outros sintomas. Estima-se que afete de 3% a 6% das crianças em todo o mundo. Embora não tenha cura, existem tratamentos que ajudam a mitigar consideravelmente os efeitos desse distúrbio.

A relação entre TDAH e depressão é relevante. Até 30% dos casos de TDAH também estão associados à depressão. Crianças com TDAH têm três vezes mais chances de desenvolver depressão do que aquelas sem o transtorno. Além disso, crianças com TDAH e depressão podem manifestar outras comorbidades, como transtorno de ansiedade, fobia social e comprometimento social e escolar com maior frequência.

A depressão pode se manifestar de duas maneiras distintas em pessoas com TDAH:

Depressão como consequência do TDAH: Nesse caso, a depressão surge como resultado dos impactos diários causados pelo TDAH na vida da criança ou jovem.
Depressão paralela ao TDAH: Às vezes, a depressão pode surgir independentemente do TDAH, não como uma consequência direta do transtorno. Isso pode dificultar o diagnóstico, pois os sintomas podem ser confundidos com traços de personalidade.

Os sintomas de TDAH e depressão podem se sobrepor, incluindo desmotivação, dificuldades de memória, problemas para finalizar tarefas e alterações de humor. No entanto, quando os médicos conseguem identificar ambos os transtornos, a confusão é minimizada.

O tratamento pode ser aplicado separadamente ou simultaneamente, dependendo das necessidades do paciente e da abordagem do médico. É importante buscar ajuda profissional para garantir qualidade de vida para aqueles que convivem com TDAH e depressão.

A relação entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e depressão é uma área de interesse significativa na psicologia e psiquiatria. Embora os números exatos possam variar, estudos indicam que há uma sobreposição considerável entre esses dois transtornos.

1. Estatísticas e Sobreposição:

  • Um estudo publicado no “Journal of Attention Disorders” (Perou et al., 2013) observou que cerca de 30% dos indivíduos diagnosticados com TDAH também experimentam sintomas depressivos significativos.
  • Outro estudo, conduzido por Fischer et al. (2017) e publicado no “Journal of Psychiatric Research”, encontrou uma taxa de comorbidade de aproximadamente 10% a 30%, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados.

2. Compreensão da Comorbidade:

  • A coexistência de TDAH e depressão pode ser explicada por fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. Ambos os transtornos têm raízes neurobiológicas complexas, envolvendo neurotransmissores como dopamina e serotonina.
  • Um estudo de revisão de Wingo et al. (2017), publicado na revista “Psychiatry Research”, discute as interações entre sistemas neurais disfuncionais no TDAH e na depressão, sugerindo uma sobreposição nas vias cerebrais envolvidas.

3. Importância da Detecção Precoce:

  • A presença simultânea de TDAH e depressão pode aumentar o risco de complicações a longo prazo. Identificar e tratar ambos os transtornos de forma integrada é crucial.
  • A American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP) ressalta a necessidade de avaliação cuidadosa para depressão em crianças e adolescentes com TDAH, visando uma intervenção adequada.

4. Referências Recomendadas:

  • Perou, R., Bitsko, R. H., Blumberg, S. J., Pastor, P., Ghandour, R. M., Gfroerer, J. C., … & Schieve, L. A. (2013). Mental health surveillance among children—United States, 2005–2011. MMWR Supplements, 62(2), 1-35.
  • Fischer, A. G., Bau, C. H., Grevet, E. H., & Salgado, C. A. (2017). Efficacy of cognitive-behavioral therapy in patients with attention-deficit/hyperactivity disorder and comorbid psychiatric disorders. Psychiatry Research, 250, 250-253.
  • Wingo, A. P., Ghaemi, S. N., & Ahearn, E. P. (2017). A systematic review of rates and diagnostic validity of comorbid adult attention-deficit/hyperactivity disorder and bipolar disorder. Journal of Clinical Psychiatry, 78(4), e426-e433.

Ao abordar temas sensíveis como saúde mental, é fundamental consultar profissionais qualificados para orientação e tratamento adequados.

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