ABA, que significa Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis, em inglês), é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada (mas polêmica e repleto de interesses corporativos e governamentais), para” ajudar” pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). ABA é baseada nos princípios da teoria do comportamento, que sugere que comportamentos podem ser aprendidos e modificados através de reforços positivos ou negativos.
LEIA NO FINAL CONTROVÉRSIAS DA ABA.
Principais Características da ABA:
1. Objetivos Personalizados:
– ABA é altamente individualizada. Os objetivos do tratamento são definidos com base nas necessidades específicas do indivíduo, levando em consideração suas habilidades, desafios e o ambiente em que vive.
2. Refinamento Comportamental:
– ABA busca aumentar comportamentos desejados (como habilidades de comunicação e sociais) e diminuir comportamentos indesejados (como comportamentos autoestimulantes ou agressivos). Isso é feito através de reforço positivo, onde comportamentos adequados são recompensados, encorajando sua repetição.
3. Divisão de Tarefas em Pequenos Passos:
– Uma técnica comum em ABA é a “discretização de tarefas”, onde habilidades complexas são divididas em passos menores e mais gerenciáveis. Cada passo é ensinado individualmente até ser dominado, e depois os passos são combinados para formar habilidades mais complexas.
4. Generalização de Habilidades:
– ABA não só ensina habilidades em um ambiente controlado, como também trabalha para garantir que essas habilidades sejam aplicadas em outros contextos, como em casa, na escola ou em locais públicos.
5. Monitoramento Contínuo:
– O progresso é continuamente monitorado e os métodos são ajustados conforme necessário para garantir que os objetivos estejam sendo alcançados. ABA é uma abordagem baseada em dados, o que significa que as decisões terapêuticas são informadas por dados objetivos coletados durante as sessões.
Como a ABA é Implementada:
– Sessões Terapêuticas: ABA pode ser realizada em sessões individuais ou em grupo, e pode ocorrer em diversos ambientes, como em casa, na escola ou em uma clínica.
– Envolvimento Familiar: Os familiares geralmente são treinados para aplicar os princípios da ABA fora das sessões terapêuticas, o que ajuda a reforçar as habilidades aprendidas em um ambiente natural.
– Profissionais: ABA é tipicamente implementada por um terapeuta certificado em análise do comportamento, conhecido como Board Certified Behavior Analyst (BCBA), ou por técnicos de comportamento sob a supervisão de um BCBA.
ABA é Controverso?
Embora ABA seja amplamente utilizado e considerado eficaz por muitas famílias e profissionais, ele também é objeto de críticas. Algumas pessoas, especialmente autistas adultos, argumentam que ABA pode ser intrusivo e que, quando mal implementado, pode se concentrar excessivamente em conformidade, em vez de respeitar a neurodiversidade e as necessidades individuais. É importante que qualquer intervenção ABA seja ética, respeitosa e centrada na pessoa, com foco na melhoria da qualidade de vida.
Conclusão:
ABA pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar pessoas autistas a desenvolverem habilidades importantes e reduzir comportamentos desafiadores. No entanto, como em qualquer abordagem terapêutica, é fundamental que seja utilizada de maneira individualizada e ética, garantindo que o bem-estar e os direitos da pessoa autista sejam sempre priorizados.
CONTROVÉRSIAS DA ABA
O debate em torno da chamada “ABA” (Análise do Comportamento Aplicada, ou **Applied Behavior Analysis**, em inglês) no contexto do autismo é complexo e gerou polêmicas dentro da comunidade autista e entre seus defensores. Vou te explicar o que é a ABA, o porquê das críticas, quem a apoia e os interesses por trás desse debate.
O interesse a favor da ABA
– **Pais e profissionais de saúde**: Muitos pais de crianças autistas veem a ABA como uma ferramenta útil para ajudar seus filhos a desenvolver habilidades e se adaptarem melhor ao mundo neurotípico. Os profissionais de saúde mental e terapeutas que usam a ABA argumentam que ela é eficaz em promover maior independência e qualidade de vida para autistas.
– **Instituições educacionais e de saúde**: A ABA é recomendada e até financiada por muitos sistemas de saúde e educação em vários países, o que aumenta seu alcance. Sua ampla aceitação institucional e eficácia em diversos casos faz com que muitas famílias e terapeutas a considerem a “melhor” intervenção disponível para o autismo.
Críticas à ABA
Por outro lado, **muitos autistas e ativistas pelos direitos dos autistas** criticam severamente a ABA. As principais preocupações e críticas incluem:
1. **Natureza coercitiva**: Muitos autistas que passaram por ABA descrevem suas experiências como traumáticas, argumentando que o método força a pessoa a mascarar sua neurodiversidade para parecer neurotípica. Alguns se referem à ABA como uma forma de “treinamento comportamental” que ensina o autista a suprimir seus comportamentos naturais, como o “stimming” (movimentos repetitivos) ou a evitar isolamento social, muitas vezes sem consideração pelos impactos emocionais de longo prazo.
2. **Desumanização e supressão da individualidade**: Autistas críticos da ABA argumentam que a técnica pode desconsiderar as necessidades sensoriais e emocionais do indivíduo. O foco em “normalizar” os comportamentos leva, segundo esses críticos, a uma supressão da verdadeira personalidade do autista, o que pode resultar em traumas psicológicos, baixa autoestima e alienação.
3. **História controversa**: A ABA tem suas raízes nas teorias de modificação comportamental dos anos 1960, época em que a abordagem era muito mais rígida e punitiva. Alguns críticos apontam que, mesmo com melhorias ao longo dos anos, os resquícios dessas práticas antigas continuam presentes, levando a uma desconfiança natural entre muitos autistas e seus defensores.
Por que há autistas contra a ABA?
Os autistas contrários à ABA geralmente levantam questões sobre:
– **Neurodiversidade**: Defensores do conceito de neurodiversidade acreditam que o autismo não é algo a ser “corrigido” ou “normalizado”, mas sim uma variação natural do cérebro humano. Eles argumentam que a ABA tenta “consertar” o autismo, tratando comportamentos naturais como problemas, em vez de abraçar as diferenças autistas.
– **Experiências traumáticas**: Há relatos de autistas adultos que passaram por ABA na infância e sentem que as terapias foram traumáticas ou os forçaram a agir contra sua própria natureza. Alguns afirmam que a ABA contribuiu para transtornos de ansiedade, depressão e sentimentos de inadequação.
– **Foco em comportamentos externos**: A ABA muitas vezes enfatiza a modificação de comportamentos visíveis, como melhorar o contato visual ou evitar o “stimming”, sem considerar o bem-estar emocional subjacente da pessoa. Isso leva à sensação de que a pessoa é valorizada apenas por quão bem pode “se comportar” de maneira aceitável para a sociedade.
Polêmica entre autistas e a comunidade científica
– **Autistas a favor da ABA**: Nem todos os autistas são contrários à ABA. Algumas pessoas autistas, especialmente aquelas que tiveram experiências positivas com o método, defendem que ele pode ser útil quando bem implementado, de forma respeitosa e focada nas necessidades individuais.
– **Organizações de pais e profissionais**: Há um grande contingente de organizações e profissionais que continuam a apoiar a ABA, alegando que, quando feita corretamente, respeitando os limites e as individualidades de cada pessoa, a ABA é uma ferramenta valiosa. Eles também argumentam que muitas das críticas se referem a práticas antigas e ultrapassadas, e que a ABA moderna é mais humanizada e menos coercitiva.
Interesses em jogo
1. **Econômico**: A ABA é uma indústria bilionária. Com a crescente conscientização sobre o autismo, o número de diagnósticos também cresceu, criando uma demanda por terapias e intervenções. O financiamento público e privado da ABA, junto com o treinamento de terapeutas e a criação de programas, cria uma grande dependência econômica dessa abordagem. Organizações que oferecem terapias ABA têm um interesse direto em defender sua validade e eficácia.
2. **Filosófico**: Existe um confronto entre diferentes visões sobre o que significa ser autista. De um lado, está a visão de que o autismo é uma condição que requer intervenção e tratamento para permitir que o indivíduo funcione melhor na sociedade. De outro lado, a visão de que o autismo é uma expressão legítima da diversidade neurológica humana e não deveria ser suprimido, mas sim compreendido e aceito.
Conclusão: do zero ao infinito
A polêmica em torno da ABA reflete uma divisão maior sobre como a sociedade lida com o autismo. Por um lado, há aqueles que buscam adaptar o comportamento autista ao mundo neurotípico, acreditando que isso melhora a qualidade de vida. Por outro, há uma resistência crescente de autistas e ativistas que defendem a aceitação incondicional das características autistas como parte da diversidade humana. O futuro desse debate pode depender de novas pesquisas, da ampliação das perspectivas de terapias focadas no bem-estar do autista, e da conscientização social sobre o autismo enquanto parte da neurodiversidade.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
Ao comentar em qualquer post, você concorda com nossos termos, assume e aceita receber nossos comunicados de ofertas, promoções e mensagens automaticamente. Se não concordar, não comente, respeitamos a LGPD.