MANIFESTO POÉTICO CONSCIENCIAL DE UM AUTISTA

MANIFESTO POÉTICO CONSCIENCIAL DE UM AUTISTA

por Dalton Campos Roque

Sou autista sim — e daí?
Não vivo de rótulos, muito menos de caixinhas.
Meus circuitos são outros, meu olhar é de dentro pra fora,
meu pensamento dança ao ritmo da alma.
Sou diferente? Talvez.
Mas quem foi que disse que o igual é melhor?

Moralista? Não, obrigado.
Já basta o tribunal invisível das consciências engessadas.
Prefiro rir de mim antes que me levem a sério demais.
E quando levo a vida a sério,
é só até a próxima gargalhada espiritual.

Bem-humorado sim, de alma leve e coração inquieto.
Se tropeço em ideias, é porque vivo cheio delas.
Às vezes caio, mas sempre caio de pé —
feito gato metafísico, desses que ronronam lucidez.

Poeta da alma, sim.
Das que sangram em silêncio,
das que riem alto no meio da madrugada,
das que escrevem com pena e pena,
mas nunca com pena de si.

Cronista da consciência.
De mim, de ti, do outro lado do espelho.
Das calopsitas que cagam no teclado
e dos mentores que sopram versos no banho.
Sou ponte entre planos,
canal entre densidades,
digitador do invisível em letras legíveis.

Assumo:
Tenho bug kármico, sim.
Tenho wi-fi astral oscilando.
Tenho downloads mediúnicos em dias chuvosos.
Mas sigo em missão, mesmo sem mapa.

Porque, no fundo,
meu compromisso é com a lucidez,
minha linguagem é a verdade vivida,
e minha bússola aponta sempre
para o Norte da Consciência.

Dalton Campos Roque
Autista sim, moralista não.
Bem-humorado sim, poeta da alma, cronista da consciência.
@ConsciencialConsciencial.Org

 

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