Por Herminio C. Miranda
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O autismo apresenta-se, basicamente, como problema de comunicação, uma espécie de exacerbada introversão. O desolador quadro é aflitivo demais para que a gente se deixe ficar à margem, lamentando-o e encarando-o como um problema meramente fisiológico. Ele tem implicações primárias de ordem espiritual.
As lesões cerebrais são efeitos e não causas. A causa primária seria uma disfunção comportamental em algum ponto da trajetória da entidade espiritual, a projetar-se como elemento perturbador no processo de elaboração do corpo físico para um novo ciclo de experiências terrenas.
Uma postura como essa ainda é radical demais para ser admitida pela ciência contemporânea. O observador desinteressado de motivações de ordem espiritual tende a concluir que as deficiências mentais resultam de insuficiência cerebral. Ocorre, no entanto, que a insuficiência cerebral proveniente de danos à sua estrutura é efeito de outras causas que ainda não mereceram atenção da pesquisa especializada. A pessoa é autista não porque tem o cérebro danificado, mas tem o cérebro danificado porque não quis ou não conseguiu transmitir a ele, no período crítico da formação, os comandos mentais necessários ao seu correto desenvolvimento. Tais comandos não são gerados pelo próprio cérebro. Os impulsos que os suscitam provêm do espírito acoplado àquele corpo físico.
A lei cósmica universal
Qualquer ação que atropele o delicado mecanismo ético universal exige inevitável reparação por parte do faltoso. Se a falta é grave e o faltoso ainda não está nem mesmo predisposto a admiti-la, assumir a responsabilidade consequente e reparar o dano cometido, não há como ajudá-lo por processos que tentam sobrepassar o dispositivo cósmico desrespeitado. A lei não se deixa contornar.
Estou perfeitamente consciente de que estes comentários suscitam aspectos que a ciência ainda considera insuscetíveis de considerar. Entende mesmo a ciência, como um todo – ressalvados pesquisadores e estudiosos individualmente –, que aspectos éticos e espirituais sejam da alçada da filosofia ou das religiões. É uma postura compreensível e deve ser respeitada, mas, simultaneamente, contestada, de vez que o ser humano não se reduz a um mero conglomerado celular – é uma entidade espiritual programada para uma destinação superior, tendendo para a perfeição moral.
O input da realidade espiritual
O modelo de abordagem ao autismo só terá a lucrar com a introdução de conceitos espirituais. (…) Somente se poderá entender o autismo e dele cuidar eficazmente a partir da adoção de um modelo clínico que leve em conta o fato de que o ser humano é espírito imortal, preexistente, reencarnante e sobrevivente.
O autista não é criado autista – o autismo é a resultante de um processo anterior. Ele já viveu numerosas existências através dos milênios e traz toda uma riquíssima experiência multimilenária preservada nos arquivos incorruptíveis do inconsciente. Não é uma folha em branco, sem passado. Não é alma, espírito, psiquismo ou mente criados especificamente para aquele corpo físico ou dele surgido por meio de um jogo sutil de componentes bioquímicos. Ao contrário, o corpo físico gerado no organismo da mãe é que foi construído para a entidade espiritual, segundo seus planos, seus conflitos, suas necessidades cármicas.
A cura do autismo
Mesmo admitindo-se a extrema complexidade do autismo, da dificuldade quase intransponível de conseguir a cura, pelo menos que se faça um esforço honesto de conseguir que os autistas concordem em visitar ocasionalmente o nosso mundo. Se isto acontecer, que sejam bem recebidos com aceitação, com amor.
Com um esforço de empatia de nossa parte, é possível imaginar que, para esses enigmáticos seres humanos, nós, os ‘normais’, é que somos estranhos. Não há palavras nos dicionários deles, mas a linguagem universal do amor também não é verbal.
O autismo continua sendo um desafio, um enigma, uma esfinge. Estou convencido de que alguns dos seus aspectos nucleares somente se abrirão ao nosso entendimento a partir da introdução da realidade espiritual no modelo com o qual o abordamos. É esperar para conferir.
(…)Se você não puder curar a criança autista, ame-a. De todo o seu coração, com todo o seu amor e toda a sua aceitação. Alguma tarefa importante ela está desempenhando junto de você, certamente em proveito de ambos. Cuidando daquela pessoa especial, você estará corrigindo alguma coisa que não ficou bem feita no passado, a fim de que a luz volte a brilhar no futuro. Uma luz transcendental que irá iluminar uma felicidade a qual você nem imaginou que pudesse existir. Confie, trabalhe e espere. E como se costuma dizer em inglês, God bless you all [Deus abençoe a todos]. Muita gente não se dá conta de como Deus faz falta em nossas vidas…
Extraído do livro Autismo, uma leitura espiritual, uma das mais importantes obras de Herminio Correia de Miranda. Editora Lâchatre, 1998.
Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de 41 obras independentes, sendo 5 sobre informática e 36 sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
Livros impressos – https://livros.consciencial.org
E-books – https://ebook.consciencial.org/
Cursos, áudios, meditações, práticas – https://cursos.consciencial.org
Seu livro publicado – https://seulivropublicado.com.br
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