O SERVIDOR DE DADOS DA COLÔNIA ASTRAL DO GRANDE CORAÇÃO

O SERVIDOR DE DADOS DA COLÔNIA ASTRAL DO GRANDE CORAÇÃO

Todas as manhãs, sete dias por semana, eu e Andréa nos reunimos na sala, logo após o café, para nosso trabalho consciencial. Uma prática simples e sagrada que se estende por 15 a 30 minutos, conforme a inspiração do dia. Leitura em voz alta, exteriorização e doação de bioenergias, preces, diálogos sobre nossos trabalhos, autoavaliações, h’oponopono… um rito diário que raramente interrompemos. Nossa calopsita, leal companheira de jornada, faz questão de estar presente, ávida por afeto.

Sentamo-nos no sofá, ligamos a TV no YouTube, deixamos que melodias suaves e imagens de paisagens serenas nos envolvam. Antes de iniciar, ficamos alguns minutos em silêncio, apenas respirando a beleza do planeta abençoado onde vivemos. Relaxamos, ajustamos o ritmo da respiração, e suavizamos as ondas cerebrais até alcançar um estado de tranquilidade alfa.

E então, algo acontece. Nem sempre, mas quando acontece, é um presente. Percepções sutis descem como folhas que dançam no vento, trazidas pelos amigos espirituais, conforme o necessário, o saudável, o inspirador. Nessas ocasiões, em vez de seguir a rotina – limpar a gaiola da calopsita ou lavar a pia –, sinto um chamado irrecusável para subir ao escritório e escrever, antes que o calor da ideia se dissipe. Assim nasce este texto.

Dessas práticas brotam ideias para livros, textos avulsos, respostas para dilemas pessoais e espirituais. É um momento de conexão e direção, um norte que me faz sentir incompleto se saio de casa sem antes vivenciá-lo.

Este trabalho matinal não substitui, à noite, na quietude do leito, a exteriorização de bioenergias, nem o oferecimento espontâneo para doações energéticas no plano astral. Esse é um compromisso silencioso, assumido com a consciência e com o Universo.

Os servidores e a “internet astral”

Nesta manhã de 5 de fevereiro de 2024, em Cabo Frio – terra do sol e do mar –, estávamos direcionando bioenergias para nossas obras: livros, e-books, áudios, cursos. Tudo hoje é digital. Começamos pelos livros físicos, depois migramos para os bits e bytes.

Então, a questão veio: onde, afinal, estão esses bits e bytes? Ora, espalhados pelos servidores da Amazon, UICLAP, Clube de Autores, Hotmart, e também nos nossos próprios servidores caseiros – uma pequena selva de HDs, fios e circuitos que demandam manutenção constante. Um verdadeiro labirinto tecnológico que me obriga a ser técnico, mesmo sem nunca ter almejado sê-lo.

Enquanto refletíamos sobre isso, algo emergiu espontaneamente: uma visão sutil de um servidor astral na colônia espiritual que, penso, seja a Grande Coração (mas confesso, não tenho certeza). Nesse servidor vibravam inúmeras obras espiritualistas, ativistas, conscienciais, todas ressoando com a egrégora do universalismo e do esclarecimento consciencial sadio.

Lá estavam minhas obras e as de outros autores sérios e comprometidos, como Marcus César Ferreira, Márcio Godinho, Wagner Borges e muitos outros, cuja identidade me escapa, mas cuja energia reconheço. O insight foi claro: em vez de dispersarmos nossas energias tentando alcançá-los nos diversos servidores físicos, poderíamos concentrar nossa intenção nesse único servidor extrafísico, que distribuiria as bioenergias pela vasta rede da “internet astral-física”, com sua teia invisível de conexões.

Recordações do tempo antes do tempo

Muitas dessas obras já estavam planejadas antes de nossa reencarnação. Basta um instante de desdobramento, um leve impulso de volitação até a biblioteca da colônia, para acessar os registros e recordar o que precisa ser plasmado aqui, no denso solo da Terra.

E assim seguimos, guiados pela intuição, sem mapas nem roteiros rígidos. Concluído o trabalho, registro essas linhas para compartilhar com quem sentir afinidade. Talvez possa servir a alguém.

A travessia do caminho interior

Quando deixei de me importar tanto com opiniões alheias, com críticas mordazes, quando passei a focar mais na construção e menos nos ruídos externos, notei que minhas percepções intuitivas e parapsíquicas cresceram.

Lembro-me de uma lição dita por Wagner Borges, há décadas: “Baixa a cabeça e trabalha.” Sem alarde, sem vaidades. Eu absorvi essa máxima e a coloquei em prática. Hoje, estou prestes a completar 40 livros – três deles fora da espiritualidade. Não segui tendências, não busquei palcos. O único parceiro confiável que tive foi a qualidade das obras. Se fossem relevantes, sobreviveriam; se não, que eu encontrasse outro propósito.

Também me recordo das críticas que recebi em listas de discussão espiritualistas, algumas delas espíritas. Na época, me feriram. E, ironicamente, me impulsionaram. Hoje vejo com clareza: se não tivesse me afetado tanto por elas, talvez tivesse caminhado de forma mais serena, desenvolvendo minhas percepções mais cedo, em um ritmo mais orgânico e seguro.

O ressentimento de outrora ecoou nesta manhã, como um velho reflexo de tempos idos. Mas, ao invés de lamentar, decido acolher. Sincronicidades são reflexos da nossa energia. A vida me deu exatamente os desafios que eu precisava para crescer.

E o que me resta? Apenas seguir aprendendo, sempre. Refinando o olhar, aprimorando a serenidade, até que o caminho se torne tão fluido quanto a brisa.

Se nos cruzarmos por aí, entre as quebradas do astral, numa biblioteca de colônia espiritual ou mesmo em algum ponto do Umbral, que seja com gratidão. Pois, se algo aprendi ao longo dessa jornada, é que a maior riqueza não está em quantas obras produzimos, mas no que construímos dentro de nós ao criá-las, este sim, é o dharma fundamental.

Paz Consciencial, Amor Espiritual, Luz Eterna,

Dalton – escritor efêmero, poeta eterno, romântico infinito, autista ingênuo…


 

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