Nada de hertz!
A popularidade da chamada “Escala de Consciência de Hawkins” cresceu exponencialmente nas últimas décadas. É fácil encontrar em redes sociais e blogs conteúdos afirmando que “vergonha vibra a 20 Hz” e “amor vibra a 500 Hz”, como se estivéssemos falando de medições laboratoriais objetivas. Mas será que essa interpretação é correta? A resposta é clara: não.
Neste artigo, vamos desfazer essa confusão conceitual e mostrar por que a Escala de Hawkins não trabalha com Hertz, nem mede “frequências” no sentido físico da palavra. Trata-se de uma escala simbólica, subjetiva e adimensional, não de uma tabela científica validada.
O que é, de fato, a Escala de Hawkins?
Criada pelo psiquiatra David R. Hawkins (1927–2012) em sua obra Power vs. Force (1995), essa escala propõe uma graduação da consciência humana de 0 a 1000, com base naquilo que ele chamou de “níveis de verdade” ou “níveis calibrados de consciência”. Essa calibragem foi feita por meio de cinesiologia aplicada, ou seja, por testes musculares subjetivos que mediriam a força ou fraqueza de uma resposta corporal diante de determinadas afirmações.
Apesar de interessante do ponto de vista simbólico ou terapêutico, a metodologia utilizada carece de validação científica rigorosa. A escala, portanto, é uma tentativa de sistematizar estados conscienciais subjetivos e não uma ferramenta mensurável nos moldes da ciência tradicional.
Agora vejamos os quatro erros mais comuns cometidos por quem interpreta essa escala de forma distorcida:
1. Falta de alfabetização científica e filosófica
A maioria das pessoas desconhece a diferença entre uma escala simbólica e uma escala física. Sem esse discernimento, a escala de Hawkins é interpretada como se seus valores fossem unidades de medida da física, o que não faz sentido algum. Atribuir “Hertz” a níveis de emoção é um anacronismo científico — algo que simplesmente não se sustenta tecnicamente.
2. Confusão com a “Nova Era” superficial
Muitos influenciadores e terapeutas usam termos como “vibração”, “energia”, “campo” e “frequência” de forma misturada e imprecisa. Isso leva a uma vulgarização dos conceitos espirituais, esvaziando termos científicos de seu rigor e transformando qualquer emoção em uma “vibração mensurável”, o que não é o caso aqui.
3. Cultura do CTRL C + CTRL V
Grande parte dos textos sobre Hawkins na internet são cópias mal interpretadas de outros textos, sem análise crítica, sem retorno à fonte primária e sem compreensão do contexto. Isso transforma um modelo simbólico em um mito pseudoquântico, difundido como se fosse verdade absoluta.
4. Ausência de formação epistêmica
A falta de base filosófica, epistemológica e investigativa leva ao uso místico e emocionalizado de ideias profundas. Hawkins propôs uma escada simbólica da evolução da consciência, mas ela é usada como se fosse uma régua energética universal. Sem o devido rigor, misturam-se percepções subjetivas com terminologia científica, resultando em conclusões equivocadas.
A importância do discernimento espiritualista
Em vez de reproduzir informações sem critério, o verdadeiro espiritualista precisa investigar, questionar, aprofundar. A Escala de Hawkins, embora polêmica e cientificamente contestada, pode ter utilidade como mapa simbólico de estados interiores, desde que seja utilizada com consciência de sua limitação e natureza adimensional. Usá-la como se fosse um multímetro de emoções é cair no erro grosseiro da pseudociência.
Conclusão
A espiritualidade séria exige lucidez. Misturar símbolos com medidas físicas é desinformar o público. Ao compreender que a Escala de Hawkins não mede Hertz nem frequências energéticas, abrimos espaço para uma abordagem mais madura e consciencial da evolução interior. Espiritualidade sem estudo vira crendice; estudo sem espiritualidade vira dogma. Unir os dois com coerência é o desafio do nosso tempo.

Dalton é escritor, poeta, cronista, contista, jornalista do astral, médium e humorista incorrigível da consciência. Sente uma saudade imensa de seu planeta em Sírius B e está ansioso para ser “puxado” pelo planeta Chupão. Ele alega com bom humor: “Não quero ficar com os ‘evoluídos’.” Autor de dezenas de obras independentes, sendo 5 sobre informática, uma sobre autopublicação, humor, música, o resto sobre sobre espiritualidade e consciência, mas sem religião. Engenheiro Civil, pós-graduado em Educação em Valores Humanos (inspirado em Sathya Sai Baba) e Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia. E, como ele sempre diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso.”
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Sou Dalton Campos Roque, um autor singular no cenário contemporâneo da literatura espiritualista brasileira. Com uma produção prolífica e refinada, reúno mais de três dezenas de obras publicadas de maneira completamente independente, sem recorrer a editoras comerciais, demonstrando domínio integral sobre todos os processos editoriais: da escrita à diagramação, da capa à ficha catalográfica, do ISBN ao marketing. Cada título que crio carrega a marca da minha autenticidade, dedicação e compromisso com a elevação consciencial do leitor.
Sou engenheiro de formação e escritor por vocação, e transito com maestria entre o rigor técnico e a liberdade poética da alma. Meu estilo é direto, sem rodeios, porém profundo, articulando com clareza conceitos complexos de espiritualidade, filosofia, física teórica e consciência, sempre com viés universalista e linguagem acessível, sem ceder à superficialidade ou ao sensacionalismo.
Dotado de sólida bagagem espiritualista e parapsíquica, vivenciei intensamente os bastidores da mediunidade, da apometria, da bioenergia, da projeção da consciência e da cosmoética, tornando-me uma referência singular no que denomino paradigma consciencial. Meus textos, ainda que muitas vezes escritos em tom de crônica, conto ou sátira, jamais se afastam de uma ética elevada, de uma busca sincera pela verdade e de uma missão clara: esclarecer, despertar e provocar a reflexão interior.