ATIVISMO DE SOFÁ E A FALÊNCIA DO AUTOCONHECIMENTO CONSCIENCIAL

ATIVISMO DE SOFÁ E A FALÊNCIA DO AUTOCONHECIMENTO CONSCIENCIAL

Ativismo de #hashtag

Vivemos uma era onde a superficialidade virou moeda espiritual. Basta um clique, uma #hashtag bonita, um “compartilhei para ajudar” e o sujeito acredita que fez a sua parte no mundo — enquanto continua estagnado, deitado sobre a própria ignorância, confortável no sofá de sua inércia consciencial. Esse fenômeno, que se disfarça de compaixão moderna, não passa de uma pseudo caridade travestida de virtude digital. É a caridade do ego inflado, que grita por validação pública, mas se recusa a encarar o espelho do autoconhecimento.

Chamar isso de ativismo é insultar quem realmente doa tempo, energia, estudo e ação transformadora para melhorar este planeta — e não apenas sua autoimagem. Espiritualidade não se mede por likes nem por compartilhamentos. Medita-se no silêncio da consciência, na prática diária do esforço evolutivo, na coragem de se ver por dentro sem máscara. Enquanto o sujeito reposta frases prontas de mestres que nunca leu, ignora as próprias sombras que seguem agindo nos bastidores de sua personalidade.

Há uma diferença abissal entre ser solidário e parecer solidário. A primeira exige renúncia do ego, trabalho energético, ações lúcidas, estudo constante, revisão moral. A segunda exige apenas um polegar e um Wi-Fi. A caridade real começa pela reforma íntima, e esta é inegociável. Não se terceiriza evolução. Quem não dedica tempo para estudar obras sérias, questionar suas certezas, refletir sobre seus impulsos e elevar sua cosmoética, está apenas pintando de dourado a jaula do próprio ego. Bonito por fora, mas podre por dentro.

É necessário dizer com todas as letras: ativismo consciencial não se faz com stories. Faz-se com presença, com responsabilidade bioenergética, com coerência moral, com vivência ética e estudo profundo. Fazer o bem exige esforço, exige confronto com a própria preguiça evolutiva. E isso o sofá não ensina.

Quem quer realmente ajudar o mundo deve começar se levantando do comodismo e sentando-se no banco duro do autoconhecimento. O resto é teatro.

Dalton – @Consciencial – Consciencial.Org

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.