GRITO XAMÂNICO DA HONRA

GRITO XAMÂNICO DA HONRA

Grito Xamânico da Honra – Por Dalton Campos Roque – www.consciencial.org

Meu grito Xamânico ecoa no horizonte de remotas lembranças,
Onde poucos já pisaram eu já sangrei…

Em eras remotas algures, com poucos companheiros de alma
Eu já tive que caçar para sobreviver.
Passei fome e frio em volta da fogueira, mas nunca reclamei,
Nunca chorei, sempre dando graças ao Grande Espírito.

Nós honrávamos a Terra que era tratada como Mãe, companheira do Grande Imanente,
As noites eram frias, mas jamais eram vazias de amor e gratidão,
Os companheiros eram fortes e dignos,
Nós éramos rudes e brutos,
Mas sorríamos, amávamos e brincávamos uns com os outros.

Sem perder a honra e retidão competíamos entre nós,
Para vermos quem era o mais forte e audacioso,
E aceitávamos perder ou vencer…

How, vai…, galope cavalo, corra mais…
Subíamos as montanhas com as pedras dilacerando as mãos,
O vento cortava nossas carnes naqueles dias frios,
Não importava a dificuldade, onde havia caça nós podíamos alcançar.

As tribos eram esparsas e pequenas, mal nos cruzávamos por acaso nos caminhos da sobrevivência.
Mas a honra era honra e retidão era retidão,
Sem desculpas ou traições, morríamos pela tribo,
Morríamos pelo irmão…

Nunca nos faltou a FORÇA DO ESPÍRITO e a mansuetude da GRATIDÃO SINCERA,
A vida era dignificada pelos pequenos atos,
Respeitávamos a caça e agradecíamos,
Respeitávamos o Grande Espírito e agradecíamos,

Se fosse possível nos casávamos,
Mas nunca desrespeitávamos a mulher, antes ou depois da união,
Não existe amor sem honra,
Não sabíamos o que era a leviandade e a mentira, mesmo que a verdade nos custasse a vida.

Sim, éramos selvagens com imensa força espiritual,
Éramos marrons como a cor da própria terra,
Éramos adaptados como a fluidez da água,
Éramos ferozes como o próprio fogo,
Éramos rápidos como o próprio vento.

How, galope cavalo, suba a montanha,
How, venham lobos, eu os enfrento de frente e com as mãos,
How, venha inimigo que lhe rasgo a garganta,
How, venha Grande Espírito, que me curvo humilde…
… digno em minha própria insignificância.

Eu sou o Velho Xamã na convergência da Terra, do Fogo, da Água e do Ar,
Que respeita o Grande Espírito e honra os Céus dos Corações humanos.

Hoje os humanos, ocidentais e orientais, já não são mais selvagens como nós,
Mas não possuem nem fração da honra que vivenciávamos na rudeza de nosas vidas.
O sol queimava nossas peles, o vento cortava nossas carnes,
A fome corompia nosso corpo e ainda assim suávamos com gratidão naqueles invernos gelados e verões tórridos.
As únicas lágrimas que derramei foram de gratidão.

Eu peço agora e aqui, que o Grande Espírito tenha compaixão da humanidade,
Tão arrogante e tão frágil,
Tão tola e tão esnobe,
Com a alma tão bruta e a dignidade tão sensível,
Com tanta culpa, insegurança e medo de perder as “esmolas” envolvidas por seus apegos.

Mas nós com a permissão do Grande Espírito, estamos aqui.
Hoje não viemos para caçar a fim de sobreviver, pois não temos mais os corpos físicos.
Hoje viemos, por assim dizer, caçar os “egos” dos homens e despertá-los aos caminhos espirituais.

Honra irmão!
Retidão irmão!
Há muitos guerreiros entre vocês, verdadeiros guerreiros de alma!
Mas são discretos e silenciosos e não aparecem nas mídias prostituídas,
Não estão preocupados com fama, reconhecimento ou dinheiro,
Já despertaram para o valor do Grande Espírito.

A esses dedicamos força e reverência, how!
Nos chamem quando precisarem que nossas honras se encontrarão em sua evocação sincera.

How!

Dalton Campos Roque

https://www.youtube.com/watch?v=yMNkBImW4ao

 

 

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