EDUCAÇÃO CONSCIENCIAL

EDUCAÇÃO CONSCIENCIAL – INSTRUIR NÃO É EDUCAR

Quando falamos de educação, não de instrução ou formalismos, falamos de comportamento social, relacionamento e, por fim, a tão almejada felicidade ou essencial qualidade de vida reconceituada.

Poderíamos formular algumas perguntas:

 

O que é o sagrado para você ou seu grupo?

O que você respeita e admira?

Quem você admira, respeita e copia o comportamento?

O que é felicidade para você?

Quais as mídias e informações que você se interessa?

Quem são seus ídolos, mitos, símbolos e referências?

Com quais objetivos maiores você sonha?

Qual o significado de sua vida? Você é importante para quem?

Quem é importante para você? Qual o ideal de sua vida?

Quem você seria sem o seu grupo de referência?

Você se perderia no vácuo sem seu grupo de referência?

 

Para educar, antes, é necessário saber onde se deseja chegar. Traça-se o objetivo e depois as metas e assim o projeto do que, e como fazer, para trafegar nessa estrada de consciência.

O relativo da vida e das ciências, como já especulamos, não nos dão um mapa, e, portanto, eu também não tenho esta pretensão.

Nenhuma verdade tem ou terá valor se não for para auxiliar na qualidade de vida humana. E não importa se é científica ou mística, cética ou crente. A realização e a felicidade são o objetivo máximo, seja pelo modo de operar e agir consciente ou inconsciente humano. Seja lá qual for o conceito que se queira dar ao termo inconsciente.

Alguns argumentos sobre minha exposição anterior podem desejar exagerar contra a afirmação e dizer que, então é melhor sonhar sob os lençóis da ilusão que caminhar na lama da verdade dura. Mas não é por este drama de retórica hiperbólica que vou enveredar. Não desejo dizer que se deva iludir, devanear ou se alienar da realidade, contrapondo o exagero que eu mesmo criei para me questionar, mas trafegar numa realidade justa e coerente onde pelo menos o paradigma se incline a formar um cidadão mais completo e autorrealizado física, psiquicamente e espiritualmente.

Educar, sob minha proposta e de outros educadores e pensadores, é integrar o conhecimento numa inter / multi / pluridisciplinaridade[1] das ciências, estimular os valores humanos, e eu vou mais além, estimular uma síntese do autoconhecimento e do ser muito além do ter. Instruir não é educar. E quando se fala em educar e em paradigma entramos na política, e nela, vemos a consciência de todo um povo na amostragem irrefutável de nossos líderes.

Todos estes políticos a quem tanto se critica, saíram das mesmas ruas, casas, escolas, cidades e estados que nós. Não são extras terrestres, nasceram aqui e são eleitos por nós. Eles “são nós”. Portanto, se são corruptos é porque nós somos corruptos. E se somos corruptos (em todos os sentidos) então nós é que temos que mudar. É aí que mora o paradigma. Ele é muito mais ético e moral que científico, tecnológico e industrial. A educação tem um papel fundamental aqui.

A indústria pode fabricar armas ou remédios, as escolas podem formar “curadores” ou agentes de segurança, a ciência pode criar cientistas para fazerem bombas atômicas ou usinas termonucleares e quem decide isto somos nós. Mas o medo, a insegurança, a culpa, a autoestima baixa de todo um povo historicamente manipulado pelas religiões, pelas ditaduras e atualmente pelas políticas populistas, não tem educação, instrução e liderança para tomar as atitudes necessárias para mudar o paradigma como se deve: com suavidade e inteligência.

Um elefante domesticado não sabe a força que tem e condicionado pelo método de Pavlov ele não parte o barbante amarrado em sua perna para fugir, o que poderia fazer tranquilamente. Assim são as massas.

Mas o capitalismo selvagem influencia não apenas a produção em massa e a mídia e já influi na mercantilização da educação. O que chama-se “Produtivismo Acadêmico”. Este sistema neoliberal do capitalismo impiedoso afetou todas as categorias de trabalhadores e não apenas os situados na produção industrial. Atualmente (2010) até mesmo os trabalhadores intelectuais, como jornalistas e professores também sofrem a pressão destinada a maximizar os lucros através da dispensa da mão de obra o que sobrecarrega a quem permanece.

As pressões produtivas impiedosas sobrecarregam os trabalhadores, até os intelectuais e apoderam-se dos fundos públicos e quebram a solidariedade entre os trabalhadores enfraquecendo-os e tornando-os mais susceptíveis a sua manipulação administrativa, política e econômica. Funcionários desunidos são mais manipuláveis e fracos.

Nas últimas décadas, o capitalismo voltou-se crescentemente para o setor educacional, visto como uma das “fronteiras” a desbravar, por meio da transformação do conhecimento em mercadoria, da privatização direta ou disfarçada (substituição total ou parcial do poder público) e da aberta interferência de órgãos como o Banco Mundial na política dos países em desenvolvimento, no sentido de obter o rebaixamento das pretensões educacionais destas nações.

 

A professora Miriam Limoeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim resumiu o processo de “mundialização” do capital, na Revista Adusp:

 

O capital mundializado reorganiza a vida coletiva, reordena o Estado, desobrigando-o com as áreas sociais (educação, saúde, cultura, habitação, urbanização), mas acentuando mais do que nunca seus compromissos com o capital. Desarticula e reprime os sindicatos e toda e qualquer forma de organização autônoma e de resistência no campo do trabalho. Sob a hegemonia do capital financeiro rentista, a atividade produtiva se deslocaliza e se relocaliza em escala planetária, a lógica mercantil é disseminada por todo o tecido social e transforma tudo em mercadoria, destruindo a formação social que conhecemos como sociedade e esterilizando o campo da cultura naquilo que lhe é essencial e que por isso mesmo não é mercantilizável: seu potencial crítico criador e contestador. Uma reforma de tal dimensão reorganiza também o sistema educativo, especialmente a Universidade, e procura novos meios de legitimação. (LIMOEIRO, 2001, pp. 39)

 

Uma das consequências desse processo de mercantilização acentuada do ensino e de rebaixamento deliberado das potencialidades da escola pública de todos os níveis é a imposição de paradigmas empresariais, de mercado, para medir a “produção” dos professores, por meio de processos de avaliação decididos e implantados de cima para baixo, por ministérios, secretarias ou agências normatizadoras. A produção em série chegou na educação.

[1]No presente momento nem devo citar a metadisciplinaridade, é algo para um futuro muito distante.

 

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