ESPIRITUALIDADE FAST FOOD

ESPIRITUALIDADE FAST-FOOD OU DE FIM DE SEMANA

Quando tratamos de espiritualidade, estamos falando de evolução da consciência, dá-se o nome que desejar: religião, neoreligião, ciência, neociência, filosofia, doutrina, sistema, seita, neoseita, etc.

Existe muito sofrimento no planeta, há muita violência e muita gente passando fome. Portanto, a evolução de nossas consciências (do ponto de vista individual) é importante para todo o conjunto (planeta Terra).

Num planeta onde a maioria das pessoas vive em função do materialismo, do egoísmo, da vaidade, do orgulho, do fanatismo e de muitas formas de viciação, é importante o esclarecimento e conduta de exemplo confiante e bem determinado.

Muitas pessoas que procuram a espiritualidade (linhas de pensamento evolutivas) ainda são levianas, onde o conhecimento (esotérico, místico, consciencial, espiritual, etc.) é tratado como mero lazer de fim de semana, mera “curtição” fast-food ou algo como um clube para poder fazer parte social de um grupo.

É necessário que as pessoas se conscientizem da reencarnação, e das oportunidades que estão jogando no lixo na vida atual. O que elas desperdiçam nesta vida, irá se transformar em falta (carência) nas vidas seguintes.

Frequentar cursinhos inócuos de fim de semana sobre “Anjos”, Apometrias mágicas / angélicas / celestiais, estelares / teocósmicas / etc. É perda de tempo e muitos querem aderir sem muito esforço, só com meia dúzia de cursos e técnicas bioenergéticas e/ou projetivas, de preferência sem muitos objetivos criativos, atrelados nelas, limitando-se ao nível cognitivo (intelectual).

Não percebem que suas intenções é que nutre o padrão vibratório de suas energias, atraindo ou afastando obsessores e amparadores, “sorte” e “azar” para suas vidas.

Navegando na Internet, podemos achar coisas excelentes, mas coisas absurdas e exageradas também. Há um excesso de misticóides viajando na onda “New Age” repleta de misticismo ignorante.

Coisas do tipo: descubra qual o seu anjo e o nome, como identificar a alma gêmea, como se proteger de “olho gordo” com a mandinga do “pai santo”, como proteger sua casa com cristais, etc.

Temos que saber discernir entre o misticismo exagerado do modismo néscio da New Age e cientificismo materialista frio e cartesiano. É preciso ponderar um meio termo lúcido, questionando e refutando com clareza e inteligência desapaixonada.

Saber sentir seu amigo espiritual (amparador) é uma coisa, mas fazer ritual para saber o nome de “anjinho” é outra. Saber utilizar as energias dos cristais é uma coisa, mas usar cristal como guarda-costas é outra.

Há escritores levianos demais querendo vender livros e ganhar dinheiro. Os sites e portais sabem que o público maior, sem cultura, sem discernimento, com baixo nível de questionamento, gosta dessas bobagens.

Há livros bons que não vendem por que são inteligentes, são sérios e profundos e obriga o leitor a pensar. O que dá audiência é o rebolado (chacra básico e sexual) e o ritmo frenético (chacra umbilical[1]), num planeta onde muito poucos priorizam a consciência e a evolução espiritual.

Para quê me preocupar com “coisa séria” se tem cerveja e festa todo fim de semana? Não me entenda mal, a gente pode e tem que relaxar, se divertir, sair, cultivar bom humor e dançar com os amigos, o problema é que isto é a prioridade! A consciência sempre fica em terceiro ou quarto plano.

Não é preciso sofrer, se automartirizar, ficar meditando com cara feia em casa 24 horas por dia. É separar um tempo para cada objetivo, tentar estudar a vida com profundidade, estudar a consciência, refletir um pouco, aumentar o nível de autocrítica e diminuir o nível de heterocrítica. Tentar entender o que é e para que perdoar.

Deve-se diminuir as revistas e aumentar os livros, selecionar os programas de televisão, os amigos com quem sai, os ambientes que frequenta, colocar conteúdo e valor nas coisas.

A sociedade destruiu o sagrado. Nada mais é sagrado ou respeitado. O imoral e o amoral tornaram-se vulgares, comuns e aceitáveis.

Não, ninguém aqui é moralista, isso é um fato. Ninguém aqui tem a megapretensão arrogante de consertar o mundo ou de impor tom professoral. Desejamos despertar reflexão, pois sabemos que os caminhos e escolhas são diferentes e válidos.

Vemos na TV crianças sendo utilizadas para imitar danças sensuais da moda, bancas expõem material pornográfico a vontade, a TV apela mostrando e realçando bundas como artifício de marketing. A beleza do corpo é supervalorizada, enquanto a inteligência e os valores ficam em segundo plano.

As pessoas se tornaram vazias, fúteis e mesquinhas. Nunca se vendeu tanto revistas de fofocas e que está cada vez mais em moda na TV, sem falar nas baixarias de família e outras categorias de baixo calão. Em novelas, em boa parte do tempo são exibidas cenas de gritos e agressões verbais.

Ninguém está condenando a sensualidade bem colocada, o amor a dois, o erotismo sadio dentro da alcova do casal. Enquanto as religiões agigantam seus dogmas moralistas e ignorantes do “não pode” e é “pecado” porque “Papai do Céu” condena e castiga num extremo, no outro as mídias e a sociedade caem no vazio do samba do crioulo doido.

Esperamos consciência das pessoas, não esperamos milagres de ninguém! Não esperamos soluções sociais e políticas dos outros e dos governos, mas atitudes simples e cotidianas de nós mesmos.

Ninguém salva ninguém, somos os salvadores de nós próprios! Ninguém condena ou infelicita ninguém, somos os algozes de nós mesmos. Não gosto de moralismo, dogma, hipocrisia, regras rígidas, ou soluções prontas, acredito no ser humano e na consciência. Não preciso de fé em nada, e nem de acreditar em gurus ou “mestres supremos”, mas de tentar um pouco mais a cada dia.

Sei que possuo muitos defeitos, inclusive os que não admito ainda, mas sei que uma hora vou ter de encará-los e trabalhá-los nesta vida a “baixo preço” ou nas próximas com encargos mais elevados. Sou o único responsável onde e como encontro-me hoje e também amanhã nas próximas encarnações.

Sei que a evolução existe, e que um dia este corpo-carcaça volta para terra e vou ter que encarar o tribunal de minha própria consciência, após desencarnar, e ninguém poderá me ajudar: nem Deus, Jesus, Buda ou Krishna.

Eu tenho que acreditar em mim, eu dependo de mim, ninguém pode me salvar e talvez nem mesmo ajudar, eu é que tenho que enfrentar meus karmas negativos e transformá-los em amor que alivia, suaviza e me torna mais feliz. Não há conforto maior que uma consciência tranquila.

[1] Os chacras representam não apenas centros energéticos, mas centros de consciência.

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