contradição x paradoxo

DIFERENÇA ENTRE PARADOXO E CONTRADIÇÃO

Nós fazemos uma distinção sutil entre o paradoxo e a contradição. O paradoxo é mais complexo e uma decorrência da natureza tal como ela é, bem percebida no pensamento de Hermes Trimegisto[1] em Caibalion[2]. São as duas faces de uma mesma moeda, que se complementam e demonstram o aspecto dual da realidade intrafísica, a intercomplementaridade dos extremos, como o mesmo fenômeno produz efeitos intensos em direções contrárias e simultâneas.

 

A contradição representa a apreensão falha, assimétrica, desarmônica, incoerente, inconsistente e deturpada da realidade. Quando lidamos com ideias avançadas, a escrita e a fala são insuficientes para descrevê-las a contento. Surgem os paradoxos. A contradição não é complementar; ela é antagônica e mais objetiva, denota fissuras na construção do raciocínio lógico e ausência de simetria. Este livro é cheio de paradoxos, porém não possui nenhuma contradição.

 

Do livro O Universo numa Casca de Noz[3]:

 

Teorema da Incompletude de Gödel – Em 1931, o matemático Kurt Gödel provou seu famoso teorema da incompletude sobre a natureza da matemática. O teorema afirma que, dentro de qualquer sistema formal de axiomas, como a matemática atual, sempre persistem questões que não podem ser provadas nem refutadas com base nos axiomas que definem o sistema. Em outras palavras, Gödel mostrou que certos problemas não podem ser solucionados por nenhum conjunto de regras ou procedimentos. […]

 

Dessa forma, está comprovado cientificamente que nada é perfeito, completo ou mais evoluído, mas apenas uma parte microscópica (minipeça) de um conjunto incognoscível maior (maximecanismo). Se até a Matemática é imperfeita, muito mais todos nós, nossos raciocínios e linhas de pensamento.

 

“O oposto de uma afirmação verdadeira é uma afirmação falsa. Mas o oposto de uma profunda verdade pode ser uma outra profunda verdade.”

Niels Bohr

[1] Em algumas literaturas e locais da internet escrevem Trimegistro.

[2] O Caibalion (Kybalion) é um livro esotérico e ocultista sobre os Princípios Herméticos, foi publicado pela primeira vez em 1908 em inglês. O livro foi escrito por três indivíduos autointitulados Os Três Iniciados, e segundo eles, contém a essência dos ensinamentos de Hermes Trismegistos tal como ensinado nas escolas herméticas do Antigo Egito e da Grécia.

[3] Livro “O Universo numa Casca de Noz”, de Stephen Hawking, ed. ARX, 5ª ed., 2002, p. 139.

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