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A LUZ OFENDE AS TREVAS

Existem basicamente duas formas de auxílio, caridade ou assistência: a consolação e o esclarecimento. A consolação dá o peixe, o esclarecimento ensina a pescar. A consolação afaga e é simpática, o esclarecimento causa desconforto e pode ser antipática independente da postura de seu agente fraterno.

Se o preço de quem pratica a consolação é a gratidão e o afeto, o preço de quem pratica o esclarecimento é algum nível de antipatia alheia, mesmo que com discrição, falsidade, parcimônia e respeito.

Desconsiderando a literalidade da frase anterior e seu devido rigor, sua essência é fato que se constata no cotidiano daqueles que se empenham no alargamento dos horizontes conscienciais da humanidade.

O mínimo de esclarecimento avançado traz, no mínimo, alguma polêmica. E olhe que não estou falando de esclarecimento arrogante ou esnobe não.

Sensitivos e projetores consoladores e esclarecedores que possuem bons canais e efetuam trabalho razoável ou eficiente acabam atraindo expressiva parcela da sociedade, suas carências, suas farpas, seus afetos, paixões e seus egoísmos. Atraem suas expectativas, refletem as projeções de suas sombras e a materialização de seus mitos pessoais e arquétipos grupais.

Sim, não é possível ser, de fato, honesto e franco sem se expor a reações hostis e enfrentar adversidades, mesmo sendo cordial e elegante.

Ajudar o náufrago significa se lançar ao chicote das ondas do mar e, também, se molhar e se arriscar.

Assim é a evolução.

Não se recolhe o irmão atolado no pântano sem pisar e se sujar de barro, no abraço do resgate urgente.

Os bombeiros enfrentam as chamas. Adentram os poços. Doam suas vidas em salvamentos.

Os projetores astrais mergulham nos umbrais densos.

Os médiuns se acoplam em auras carentes.

Os amparadores extrafísicos, nas auras densas de seus amparados encarnados.

Em meio à mitificação religiosa, à mistificação esotérica New Age e à má vontade evolutiva da maioria da sociedade (inclusive de espíritas e espiritualistas), somos egos aprendendo com egos.

Até mesmo espíritos semielevados, que óbvio, também possuem egos, embora sejam mitificados e santificados por quem nada ou pouco sabe, apesar da fé (seja a ingênua, seja a racional, seja a irracional), todos somos egos atritando egos, em maior ou menor escala, com maior ou menor intensidade.

Sensitivos bem desenvolvidos, clarividentes ostensivos e projetores conscientes, se deslumbrados, ante os seus talentos parapsíquicos, e desprovidos de discernimento, de humildade, de estudo dos conteúdos da própria psique, embotados por vaidade, arrogância e intransigência, tornam-se os mais difíceis de orientar e ajudar. Perdem-se por falta autocrítica e excesso de heterocritica (julgamento e condenação), achando-se superiores em suas percepções parapsíquicas e conhecimentos extraídos direto da fonte extrafísica.

A luz ofende as trevas. Quando um espírito em bom estado se aproxima de espíritos doentes, obnubilados no umbral, sua luz natural ofusca a visão dos assistidos, habituada à escuridão.

Enquanto a consolação afaga as cabeças dos carentes imaturos, o esclarecimento ofende os ignorantes evolutivos que não desejam aprender. Só existe, em verdade, autoaprendizado.

Quem não quer aprender e não quer que aprendam, sente-se, por vezes, ofendido e ameaçado em sua zona de conforto.

Por isso, a luz ofende as trevas.

Por isso, Ramatís levantou tanta poeira com seus ensinamentos, “ofendendo” a tantos.

Por isso, tem gente que não gosta de certos professores, ativistas e palestrantes que não possuem papas nas línguas, suas luzes ofendem as trevas dos ignorantes, que não desejam aprender, e de “formadores de opinião” cristalizados, que não desejam que seu público aprenda e os questione.

Por isso, a Apometria também incomoda tanto.

Prego consciencial que se destaca leva martelada de farpa psíquica dos néscios incautos ou dos líderes de grupos espirituais que não querem ser contestados e temem o novo e o diferente.

A mediunidade, a projeção astral (consciente ou não), a intelectualidade, a comunicabilidade e o parapsiquismo são para todos, mas a luz do discernimento é para poucos.

Mas, que a caridade do esclarecimento não seja apenas intelectual, cerebral, doutrinária, religiosas ou proselitista, ela deve ser respeitosa e isenta. Dizer que sua opção evolutiva / linha / religião é melhor, no fundo, já é algum proselitismo, mesmo sendo natural. Mesmo sendo o esclarecimento mais antipático, deve ser efetuado com afeto, respeito e empatia. As vezes a caridade (consolação e/ou esclarecimento) é mera intenção comercial de tentar comprar o “céu”. Cada um tem o “céu” de suas crenças pessoais, mesmo quem diz que não as têm, pois pensa que não as têm. O orgulho e/ou arrogância intelectual do esclarecedor, a vaidade dissimulada do consolador, são apenas para servir a si mesmos e seus umbigos egoístas. Fogem de suas sombras íntimas como o diabo foge da cruz.

Sem humildade não há aprendizado para quem pratica tais pretensas caridades. Nenhuma é superior, melhor ou pior que outra, consolação ou esclarecimento devem ser praticadas como meio para desenvolver o amor imparcial. Melhor ainda é contextualizar a consolação com esclarecimento, o que exige mais discernimento, competência, paciência e amor que a maioria não possui, mas deve tentar aprender. Tudo isto é questão de autoconhecimento consciencial sincero e profundo muito além dos clubismos dos grupos, doutrinas, seitas e religiões.

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